Polícia Civil investiga caso de injúria contra umbandista em PG
Situação aconteceu após uma celebração de Cosme e Damião; acusado chamou os religiosos de “bando de macumbeiro do inferno” e jogou uma banana nos pés de uma mãe de santo, que é uma mulher preta
Publicado: 03/10/2024, 14:47
A Polícia Civil do Paraná investiga um caso de intolerância religiosa, injúria e racismo cometidos contra uma umbandista na última segunda-feira (30), na Vila Santa Mônica, em Ponta Grossa. Os ataques foram praticados por um vizinho do terreiro de umbanda - o homem já tem processos anteriores pela mesma prática.
A situação de preconceito religioso foi registrada após uma celebração de Cosme e Damião. Imagens de uma câmera de segurança (veja abaixo) mostram o momento em que o morador avança com o carro em direção a uma das frequentadoras do terreiro. Após a tentativa de atropelamento, os religiosos foram tirar satisfações com o homem.
Um vídeo (veja abaixo) gravado pelos umbandistas mostra o acusado chamando os religiosos de “bando de macumbeiro do inferno”. A mesma gravação mostra o momento em que uma banana é jogada pelo suspeito nos pés da mãe de santo Lucia Mara Ramos, de 51 anos, que é uma mulher preta.
A líder religiosa contou ao Portal aRede que os ataques por parte do vizinho acontecem há mais de 10 anos. Inclusive, o acusado já foi processado anteriormente e tem audiência de instrução marcada para o próximo dia 10 de outubro. “Na hora, fiquei sem entender toda aquela maldade. Faz 10 anos que passamos por essa situação”, conta Lucia.
Os religiosos acionaram a Polícia Militar (PM), que esteve no local e por diversas vezes tentou contato com o suspeito, sem sucesso. Em certo momento, o homem apareceu na janela da residência e pediu que os policiais parassem de bater em sua porta, pois iria entrar em contato com um coronel e deputados e que “iriam ver o que iria acontecer com eles”.
Segundo o delegado Derick Moura Jorge, responsável pela investigação, a vítima já prestou depoimento à Polícia Civil - as testemunhas e o suspeito ainda serão ouvidas pela autoridade. O inquérito deve ser concluído em cerca de 30 dias.