Fábrica da Tetra Pak em Ponta Grossa é a 4ª maior do grupo | aRede
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Fábrica da Tetra Pak em Ponta Grossa é a 4ª maior do grupo

São mais de 30 plantas fabris ao redor do mundo; operação em Ponta Grossa responde por 11,5 bilhões de embalagens por ano

Marco Dorna, presidente da Tetra Pak no Brasil
Marco Dorna, presidente da Tetra Pak no Brasil -

Luciana Brick

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Fabricando embalagens desde 1998, a fábrica da Tetra Pak de Ponta Grossa é a quarta maior planta fabril mundial do grupo. A unidade responde por uma produção de 11,5 bilhões de unidades anuais. Somada esta produção com o volume que sai da fábrica de Monte Mor (SP), são 15 bilhões de embalagens produzidas anualmente. Deste total, 60% do volume abastece o mercado nacional e 40% segue para importação, tendo como destino os mais variados países. Como unidade de negócios, a Tetra Pak no Brasil é a terceira maior operação do grupo. 

Juntas, as duas fábricas brasileiras e os seis escritórios respondem por aproximadamente 1,5 mil postos de trabalho, sendo 330 colaboradores atuando diretamente na fábrica local, número que chega a 600 quando considerado os trabalhadores terceirizados. Do total de brasileiros empregados pela Tetra Pak, mais de 190 estão trabalhando em outras unidades do grupo, em outros países. Os números foram apresentados pelo presidente da Tetra Pak no Brasil, Marco Dorna, que, junto com o diretor industrial da Tetra Pak Ponta Grossa, Salvador Marino,  convidou a equipe do Grupo aRede para uma visita na fábrica local, nessa quarta-feira (13). 

Confira abaixo a entrevista e o vídeo com o presidente Marco Dorna

VÍDEO
Marco Dorna, presidente da Tetra Pak no Brasil, falou com o Portal aRede | Autor: Guilherme Matavelli/Portal aRede
 

Portal aRede: Como começou a história da Tetra Pak em Ponta Grossa?

Marco Dorna - A Tetra Pak nasce em 1951; somos uma empresa sueca, familiar, que está na terceira geração da família e, no Brasil, estamos desde 1958, foi o segundo país depois da Suécia, e encontramos uma base na Itália, primeiro lugar, que o fundador se apaixonou por Rubiera, por Módena, mas logo depois já havia no Brasil a possibilidade de expandir negócio, porque o conceito do nascimento da embalagem, do fundador Ruben Rausing, é de que de uma embalagem ela economiza mais do que ela custa. No seguinte sentido, através da utilização de uma tecnologia de embalagem asséptica como a nossa, você elimina o uso de conservantes e da cadeia refrigerada é por isso que você permitiu produzir alimentos num âmbito regional e distribuir ele nacionalmente e, é por isso, que num país como o Brasil já viram a possibilidade de expandir. A nossa primeira fábrica no Brasil nasce em Monte Mor, perto de Campinas, em 1978, que nasceu como fábrica de altíssima flexibilidade, onde fazemos até hoje uma grande parte do nosso portfólio. Em 1998, quando o grupo já via a necessidade de expansão, a gente encontrou em Ponta Grossa o local ideal para a realização do segundo investimento, que era com a ambição de criar a fábrica não só mais moderna, mas a mais eficiente do mundo, no sentido de ela ser 100% dedicada a um novo produto, aí ela nasceu conceitualmente para ter o fluxo mais perfeito e tudo mais e, obviamente que a nossa história de crescimento se confunde com o crescimento da fábrica de Ponta Grossa; Hoje, aqui, depois de sequenciais investimentos de expansão, hoje a fábrica de Ponta Grossa é a quarta maior do mundo, ela é um canhão, ela produz cerca de 11,5 bilhões de embalagens todos os anos de um total de 15 bilhões que produzimos no Brasil. Ela se diversifica do ponto de vista de tipos de embalagens que fazemos aqui e cerca de 60% do volume que a gente produz fica no Brasil e cerca de 40% é exportado para múltiplas regiões do mundo. Quando a gente combina o potencial, e é isso que é legal, os Campos Gerais para nós, temos aqui um dos nossos maiores fornecedores de fibra e papel que é a Klabin, você não encontra mundialmente uma composição ideal ou tão próxima do ideal como esta, onde na mesma região você tem a fonte de matéria-prima e uma capacidade produtiva geradora de riqueza e exportação, então obviamente que para nós o crescimento da Tetra Pak e a prosperidade da nossa companhia se confunde naturalmente com Ponta Grossa e somos muito orgulhosos do que encontramos aqui, de um ambiente de negócios, do ambiente profissional, da capacitação regional e, obviamente, de um ambiente de muitas empresas.

Vista aérea da fábrica da Tetra Pak, em Ponta Grossa
Vista aérea da fábrica da Tetra Pak, em Ponta Grossa |  Foto: Photo Drone.
 

Portal aRede: Quantos colaboradores a Tetra Pak tem na fábrica de Ponta Grossa?

Marco Dorna: Aqui hoje temos cerca de 330 colaboradores diretos na fábrica e se formos estender temos quase 600 famílias que dependem da fábrica, contando com os residentes e terceirizados. E vemos o crescimento não só quantitativo, mas qualitativo no tipo de tecnologias que colocamos aqui; a fábrica é a quarta maior do mundo em quase 30 fábricas mundialmente, no Brasil é a maior. A Tetra Pak no Brasil tem hoje 1.500 colaboradores, estamos em duas fábricas e outros seis escritórios regionais e somos como unidade de negócios a terceira maior operação do grupo, então o Brasil sempre teve, até por essa chegada jovem no país, são mais de 65 anos de história no Brasil. É legal ver que criamos aqui dentro uma cultura muito reconhecida dentro do grupo e até mesmo de exportação e celeiro de talentos, então, hoje são mais de 190 brasileiros trabalhando fora do Brasil dentro da Tetra Pak. Imagina que de 1.500 colaboradores que temos aqui diretos, temos quase 192 que estão trabalhando fora do Brasil, muitos talentos de Ponta Grossa ganhando o mundo, que nascem, às vezes, através do nosso projeto de menores aprendizes, de estagiários, constroem carreiras aqui dentro e vão ganhar o mundo. Temos brasileiros nos Estados Unidos, na Índia, no Panamá, na Espanha, na Suécia e em outras dezenas de países, então, de fato, aqui a gente encontrou o lugar  ideal para nos ajudar em nossas ambições e somos muito felizes em tentar sempre trazer impactos positivos para a unidade que a gente atua, somos muito orgulhosos de termos sido abraçados pela cidade e pela região dos Campos Gerais. 

Portal aRede: A empresa tem compromisso com a sustentabilidade?

Marco Dorna: Sim. Trabalhamos num segmento de embalagens, atuamos no setor de alimentos, na cadeia de alimentos e servimos clientes que trabalham aqui dentro, então sustentabilidade para nós não é um pilar da estratégia, ela é a estratégia, absolutamente tudo o que fazemos na concepção de produtos, no desenvolvimento e no desenho destes produtos para que eles sejam já preparados para uma economia circular de baixo carbono e reciclagem completa, tudo é pensado do ponto de vista da sustentabilidade e é importante lembrar que a Tetra Pak não é só embalagem, a gente conhece a embalagem, a gente é a caixinha, o brasileiro conhece porque a gente está na mesa todos os dias, mas a Tetra Pak tem, basicamente, três áreas de negócios. Temos a área de equipamentos, de soluções de equipamentos, a área de embalagens que é muito importante e a área de serviços e somos os líderes mundiais em soluções e de processamento e envase para a indústria de alimentos, então vendemos equipamentos para indústrias e posso dar alguns exemplos aqui. Temos, talvez, para serem instaladas no Paraná as duas maiores e mais modernas queijarias do Brasil, que estão para serem instaladas aqui na nossa região, usando equipamentos Tetra Pak para fazer queijo, que são produtos que não vão para a caixinha, então, gostamos de colocar sempre que entregamos soluções completas para o nosso cliente. Então, a sustentabilidade é o primeiro grande ponto, é a responsabilidade que temos com a própria cadeia de fornecimento.

Portal aRede: A matéria-prima é certificada? 

Marco Dorna: Nós não compramos nenhum tipo de matéria-prima - e a caixinha é formada basicamente por três elementos: o papel, o polietileno e o alumínio - que não seja 100% certificada de que essas matérias-primas passam por um manejo adequado, sustentável, então papel é Klabin, plástico é da Braskem e o alumínio da CVA, o papel é FSC, o plástico que a Braskem acabou desenvolvendo junto com a gente em 2010 ele é hoje oriundo de cana-de-açúcar, então tem certificação, e o alumínio que tem certificação ASI de manejo sustentável da produção, então começamos dessa premissa de que só compramos de fornecedores certificados e nos cercamos sempre de empresas e organizações e de vozes ativas na sociedade civil que nos dizem e nos ditam que o que estamos fazendo está correto do ponto de vista de direção; somos signatários do acordo de Paris, signatários do pacto global da ONU, nós aparecemos na lista do CDP, que talvez é a maior entidade que certifica práticas sustentáveis no mundo, é uma lista grande e que mostra que sempre trabalhamos baseados na ciência e, talvez, a coisa que mais nos deixa feliz é um programa de Iniciativas das Metas Baseadas na Ciência, que a partir do entendimento do Acordo de Paris de que a gente tem como mundo não deixar o mundo se aquecer mais de um grau e meio até 2030, essa organização trabalha de trás para frente mostrando qual é o esforço que cada companhia precisa fazer para ser zero na emissão de gases de efeito estufa, e a Tetra Pak, em 2019, foi a primeira empresa a ter essas metas certificadas no segmento de alimentos. Então, nós já diminuímos de 2010 até 2023 em 70% a nossa emissão de gás de efeito estufa e até 2030 nós devemos reduzir outros 46% para que em 2030 sejamos considerados zero  - a gente vai chegar antes na verdade porque os resultados dos nossos relatórios de sustentabilidade mostram isso - mas esse é o compromisso da empresa, até 2030 sermos zero em pegada de carbono, dentro da nossa operação,  escopo 1 e 2, e até 2050 no escopo 3 que é a cadeia toda, então esse é um compromisso que a gente celebrou lá atrás.

Portal aRede: A sustentabilidade é uma estratégia? 

Marco Dorna: Dentro da própria composição do produto: a caixinha é plástico, papel e alumínio, somos a parte de um conteúdo de renovabilidade de quase 91%,, que vem de matérias-primas renováveis, papel e plástico de cana-de-açúcar representam 91% de fonte renovável o que nos coloca num perfil super interessante do ponto de vista de renovabilidade, da não utilização de recursos finitos, então a partir daqui a gente começa a trabalhar uma série de evoluções na embalagem com uma ambição que é de ter até 2030 a embalagem mais sustentável do mundo no setor de alimentos, uma embalagem que vem 100% de material renovável e o reciclado, utilização de material reciclado na composição da embalagem e necessariamente zero em carbono, essa é a nossa visão, é mais do que visão, é o compromisso, e a gente investe cerca de 100 milhões de Euros todos os anos na concepção dessa estratégia. Por isso eu gosto de falar que a sustentabilidade é estratégia, então é matéria-prima renovável, é matéria-prima certificada , pessoas e organizações que nos ditam e nos mostram  o caminho certo, a atualização constante dos nossos produtos para que a gente consiga chegar no net zero em 2030; não existe nenhum equipamento que a gente coloca na rua, um pasteurizador, um ultrapasteurizador, uma centrífuga que não traga necessariamente uma redução de pegada de carbono, uso de energia elétrica e redução do uso de água, porque a gente tem que ajudar também o nosso cliente a ser mais eficiente e depois existe também um super trabalho feito na área de reciclagem, porque a missão é como inserir a Tetra Pak dentro de uma economia circular e de baixo carbono.

Portal aRede: A sustentabilidade envolve desafios?

Marco Dorna: Há 25 anos atrás, pouco se falava em sustentabilidade, se falava muito de meio ambiente e, talvez, lá insipiente, a gente já investia aqui no Brasil, no desenvolvimento da tecnologia para a reciclagem da embalagem, porque  a tecnologia era o grande desafio, hoje esse não é mais um desafio, a tecnologia está dominada, e esses 25 anos ajudaram na estruturação e até mesmo no aparelhamento, na entrega de aparelhos ou na entrega de equipamentos, para cerca de mais de 600 cooperativas de catadores que fazem a separação dos lixos de municípios e no estabelecimento de aproximadamente 30 empresas que reciclam esse material Brasil afora. O grande desafio hoje é concentrar a reciclagem, não é a tecnologia e não é a base instalada para reciclagem, é infelizmente a coleta seletiva nos municípios e também a educação ambiental. É por isso que é tão interessante esse trabalho que a gente faz em parceria com vocês para lá na base conseguir educar, conscientizar. E é incrível como essas crianças, depois que elas são impactadas por esse tipo de informação, como é que isso gera uma espiral positiva, até dentro da família; a gente já vê uma geração 100% focada, e centrada, e conhecedora desses conceitos, então a gente tem sempre esse trabalho de trabalhar na estruturação e no desenvolvimento também, junto com municípios na parte de coleta seletiva, e sempre na educação ambiental. No ano passado, reciclamos cerca de 89 mil toneladas de material pós-consumo, e a gente tem capacidade instalada no Brasil para muito mais do que isso, mas a gente tem ainda desafios estruturais, e esse é o meu desafio. E para terminar, existe um compromisso, e que para mim é fundamental, que é o compromisso de longo prazo, é assim desde o começo, é assim desde a família fundadora, que tem na responsabilidade com a cadeia, com os nossos clientes, com as comunidades que a gente opera um compromisso de longo prazo.

Portal aRede: Como é o compromisso com a biodiversidade?

Marco Dorna: Nós estamos no Brasil há 65 anos, e uma das formas de a gente reforçar esse compromisso de longo prazo é que, dentro de uma atuação na área de sustentabilidade, hoje a gente não pode deixar de fora a parte da biodiversidade e do reflorestamento, então a Tetra Pak lançou um projeto global no ano passado, mas encontrou no Brasil o seu berço que se chama Conservador das Araucárias e por que aqui?  Porque na verdade a mata-atlântica tem menos de 12, 13% de sua cobertura natural viva. Quando a gente olha para a área de Araucárias,onde a gente está aqui, é menos de 3%. Então nós encontramos aqui um lugar ideal para lançar o projeto, que é um projeto de longo prazo, que ao longo de 10 anos nós queremos reflorestar e preservar a área equivalente a sete mil hectares, que dá uns 70 quilômetros quadrados, nos estados do Paraná e de Santa Catarina, tentando junto com pequenos e médios proprietários criar uma cultura de que a floresta vale mais em pé do que derrubada. Através do pagamento por prestação de serviço ambiental, através da exploração adequada da terra com ecoturismo, com extrativismo natural ou vegetal que pode acontecer, criando corredores de biodiversidade, não é só reflorestar e preservar, mas é criar todo um ambiente propício para que a vida animal possa prosperar também. E essa é mais uma vez uma reconfirmação desse compromisso de longo prazo; sabemos que é um ambicioso projeto, sabemos que é bastante desafiador, mas que a gente já começou, começamos com o piloto no ano passado, nós trabalhamos em associação com  uma ONG de Santa Catarina, amparados por grandes parceiros como a Klabin.

VÍDEO
Vídeo mostra produção na fábrica da Tetra Pak de Ponta Grossa | Autor: Guilherme Matavelli/Portal aRede
 
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