Bispo acompanha abertura da cápsula do tempo | aRede
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Bispo acompanha abertura da cápsula do tempo

Homilia de Dom Geraldo estava entre as mensagens

Dom Sergio leu em voz alta a homilia de Dom Geraldo
Dom Sergio leu em voz alta a homilia de Dom Geraldo -

Da Redação

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O bispo Dom Sergio Arthur Braschi participou, na manhã desta sexta-feira (8), da abertura da cápsula do tempo, localizada no Monumento do Sesquicentenário, na Praça Floriano Peixoto. A caixa com documentos, livros, cartas, fotos e jornais foi acoplada ao monumento em 1973 como parte das comemorações dos 150 anos da cidade. Entre as tantas mensagens endereçadas às mais diversas autoridades, havia uma carta de Dom Geraldo Micheletto Pellanda, na verdade, o teor da homilia feita pelo bispo na ocasião da missa de ação de graças pelo sesquicentenário de Ponta Grossa.

“Uma homilia muito forte, muito completa, muito bonita de Dom Geraldo. Fiquei muito emocionado”, revelou Dom Sergio, que leu, em voz alta, a mensagem, no Centro de Música, para onde a cápsula foi levada e teve seu conteúdo revelado. Dom Sergio contou que, na época da homilia, o então bispo de Ponta Grossa tinha dez para 11 anos de bispado. A carta foi escrita em papel timbrado da Mitra Diocesana, provavelmente, em uma máquina de escrever. A homilia inicia com a citação de Hebreus, 13,8: ‘Cristo é de ontem, de hoje e de todos os séculos’. “Cristo é o centro da história, está presente em todos os acontecimentos. Cristo é o elo que nos une a Deus e aos irmãos de todos os tempos”, destaca.

O texto detalha poeticamente o princípio da Igreja no Brasil. “O Brasil tem dono, pertence a Deus e aos seus filhos brasileiros. E assim aconteceu em todos os recantos do Brasil e também em Ponta Grossa. Quando aqui chegaram os primeiros desbravadores, a sua primeira preocupação foi tomar posse para Cristo desta terra dadivosa, desses campos floridos, dessas colinas ondulantes, plantando na mais elevada de todas, na ‘ponta grossa’, a cruz, a cruz do calvário, a cruz de Cabral. E a chamaram ‘Estrela’ porque seu destino é brilhar. Cristo tomou posse dos Campos Gerais e abriu os braços de sua cruz para acolher a todos que aqui viessem, a todos que por aqui passassem, integrando-os no seu rebanho, fazendo-os seus filhos, sua família. Nos braços dessa cruz de Cristo pousaram, um dia, duas pombinhas, quais emissários de Deus, marcaram para os ponta-grossenses que ali Deus queria construir sua casa, erguer o seu trono para estar sempre com eles e fazê-los felizes. Para encorajá-los a se achegarem a ele, para valorizar suas preces, deu-lhes uma padroeira, a mãe de sua própria mãe, a gloriosa Senhora Sant’Ana”.

E prossegue: “os brasileiros vieram de todas as partes. Ponta Grossa cresceu, tornou-se adulta, sentiu-se responsável por seu destino. Somente necessitava de quem a guiasse em nome de Deus para um progresso terreno e para os destinos eternos. Um ano e uma semana depois do vibrante Grito da Independência, dom Pedro I assinava, ‘em nome de Deus’, o alvará que criava a ‘Freguesia da Senhora Sant’Ana, dando-lhe assim, com a organização eclesiástica, a independência civil”, discorreu Dom Geraldo em sua homilia, que, em seguida, transcreve literalmente o decreto do imperador. “Senti uma profunda emoção ao ver cartas dirigidas a todas às autoridades, do prefeito da época à prefeita de então, à diretoria da ACIPG (Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa), ao reitor da Universidade, juiz, presidente da Câmara e a homilia de Dom Geraldo. Vamos preparar uma nova cápsula para o futuro”, sugere o bispo.

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