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2ª noite do Fenata marca emoções ao público

Segunda noite de Fenata tem magia, ciência, música e sentimento

Segunda noite de Fenata tem magia, ciência, música e sentimento.
Segunda noite de Fenata tem magia, ciência, música e sentimento. -

Da Redação

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Segunda noite de Fenata tem magia, ciência, música e sentimento

“Teatro? O Teatro voltou!”, comemora o ator. E o Fenata voltou! Na segunda noite da 49ª edição do Festival Nacional de Teatro, realizado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o público se reencontrou com o teatro, com os espetáculos do palco online, no Youtube da UEPG, e presenciais, no Cine Teatro Ópera.

Em uma distante viagem para um sonho conquistar, dois amigos se aventuram para o sol e a lua encontrar. A primeira peça apresentada na Mostra Paralela do Fenata foi “Entre o Sol e a Lua”, do Grupo Teatral Dia de Arte. O espetáculo da companhia ponta-grossense misturou teatro e música e envolveu o público, que enalteceu a peça nos comentários. Em seguida, o palco online foi tomado por “Porco Cane: uma visita!”, da Mostra Principal, espetáculo que foi apresentado pela Companhia Teatral Rabugentos na noite de segunda (08) no Cine Teatro Ópera. Das 21h às 22h30, ficaram abertas as enquetes do Júri Popular para essas duas peças.

O sentimento do teatro

No Cine Teatro Ópera, a noite foi dedicada ao espetáculo “A Borboleta na Colina”. No público, o Renato, José Renato de Jesus, sentia a peça. Ele participa do grupo teatral Unidev, que reúne atores e atrizes cegos ou com baixa visão, e veio ao Fenata para matar a saudade dos palcos, acompanhado da diretora teatral Heloisa Frehse Pereira. Para quem vive o teatro, a pandemia pareceu que nunca chegaria ao fim. “Depois de tanto tempo, eu estava com saudade de sentir o teatro, sentir a cena, as pessoas, reencontrar os amigos”, conta Renato.

“Quando eu comecei a fazer o teatro, eu pensei que com a minha deficiência seria impossível”. Mas não era. Era só diferente. Os sons se tornam mais importantes, e a imaginação preenche os vazios. Ele conta com a ajuda de Heloisa, que descreve algumas cenas, mas diz que mesmo sem a descrição, consegue fazer o mais importante: sentir a peça. “Como a gente tem o olho sem enxergar, a gente sente a peça. A gente sente cada emoção que eles estão sentindo lá no palco, e passa tudo pra gente”.

Expectativa

Heloisa também sentiu a emoção do reencontro com o Fenata. Ela e o Festival são velhos amigos. Já na adolescência, participou diversas vezes como atriz. Depois, mais madura, abriu uma escola de teatro, o Centro de Estudos Cênicos Integrados (Ceci), e retornou. “Voltar ao teatro é renovar as esperanças”, comemora. “Sentir essa energia do palco, essa movimentação, ver os conhecidos, rezar por alguns conhecidos que não estão aqui devido a essa pandemia. É uma emoção muito grande”.

Falando em velhos conhecidos do Fenata, lá estava o Chiquinho, nosso Francisco Acildo Souza, que trabalha na Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais e que há quase 30 anos colabora com o Festival. “É muito bom a gente sentir a presença de público, de pessoas, é outra alegria, outra emoção”, celebrou. “Pra mim, sem o público presente, não é a mesma coisa como era antes, então fico feliz de estar retornando agora”.

No primeiro Fenata em que o Chiquinho trabalhou, o festival acontecia no auditório do Campus Centro. “O auditório era muito baixo e vinham os grupos de todo o Brasil com cenários pesados, de caminhão, ônibus”, lembra. “Então eu trabalhei nas montagens, recortando cenários para caber no auditório”. Hoje, o Festival é bem diferente daquela época. “Antigamente era mais manual, hoje é mais tecnologia. A gente tem sempre que se reinventar”.

A plateia estava repleta de gente que gosta de arte, de teatro. Lucas Cordeiro Castilho, que faz circo e malabares, e Talula Souza, que é do Teatro, vieram conhecer a peça desta terça, sobre a qual tinham ouvido falar bem. “Ver tudo voltando é uma satisfação imensa e eu estou com bastante expectativa”, comentou Lucas. Talula complementa: “Fiquei feliz, já vi umas pessoas conhecidas, alguns colegas”. Já estão pensando em voltar ainda essa semana.

A borboleta da Colina

“Todo o universo é feito por átomos”, os atores gritam, enquanto projetam várias luzes coloridas por toda a plateia. Nesta noite, o Cine Teatro Ópera foi palco para a peça ‘A Borboleta da Colina’, uma história sobre transformação. O espetáculo do Grupo DipHuso fala sobre um homem que reflete sobre as possíveis transformações da vida e das coisas, tudo contado de forma poética e envolvente.

“Essa é uma peça de teatro científico. A inspiração vem na transformação das moléculas, dos átomos, a transformação da vida. E a gente vai pincelando com alguns toques de poesia”, conta Renan Sota Guimarães, que escreveu a peça. Ele é formado em Química, com mestrado e doutorado em Ciências – então, para ele, foi natural unir a ciência e o teatro. “A gente está vivendo um sonho”, sorri. “Para nós, é uma honra estar na mostra principal do Fenata”.

Na rotina de preparação, ensaios intensos e uma preparação corporal forte para mesclar teatro, música, dança, sapateado. O coreógrafo Nivaldo Santana explica que o fundamental é a repetição dos movimentos. “Quando a gente agacha, o suor vai escorrer todo dia no mesmo lugar, eu sei onde vai pingar, porque o corpo está sempre nesse movimento. É trabalhar o corpo nessa repetição para que ele entre nesse lugar mecânico e fique natural”.

A peça passou por uma construção coletiva, utilizando as contribuições de cada integrante do grupo, conta a diretora, Viviane Oliveira. “É uma peça um pouquinho fora do linear, com bastante movimento corporal. Muita coisa não é falada, é transmitida através do corpo dos atores”. Apesar de abordar temas pesados, como a morte, a busca foi por transformar o espetáculo em uma celebração.

49º Fenata

O Fenata é o mais antigo festival de teatro em realização ininterrupta no país, realizado desde 1973, e se configura como o maior evento cultural dos Campos Gerais. O evento vai até sábado (13), de forma híbrida.

Neste ano, o festival conta com oito espetáculos, nas mostras Principal e Paralela. Para os espetáculos com público presencial, no Cine Teatro Ópera, o evento segue um protocolo de Biossegurança, com uso obrigatório de máscaras, disponibilização de álcool em gel, distanciamento entre as pessoas; além da exigência de comprovante de vacinação completa (2 doses ou dose única) ou primeira dose mais teste de Covid-19, realizado com no máximo 48 horas de antecedência.

Serão concedidos dois prêmios de Júri Popular – um troféu para a Mostra Principal e um para a Mostra Paralela. Para cada peça, o público pode enviar sua nota, em um formulário que fica disponível nas redes sociais da UEPG, aberto para respostas das 21h às 22h30. O resultado de cada prêmio será obtido a partir da média aritmética das notas de cada espetáculo, com premiação no dia 13.

Os espetáculos serão exibidos no canal do Youtube da UEPG entre os dias 09 e 13 de novembro, com um espetáculo da Mostra Principal (publicado no dia seguinte à apresentação presencial) e um da Mostra Paralela por noite. Os espetáculos permanecerão disponíveis para visualização somente até o dia 13 de novembro.

Os ingressos foram distribuídos gratuitamente de forma antecipada e seguindo a limitação de público, com 300 ingressos por espetáculo. Durante a semana do Festival, interessados podem retirar os ingressos no Cine-Teatro Ópera (Rua XV de Novembro, 468), das 17h30 às 19h, se ainda houver disponibilidade de ingressos.

Realização e Apoio

O evento é realizado pela UEPG, por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico (FAUEPG); Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex); Diretoria de Assuntos Culturais (DAC) e Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância (Nutead).

O 49º Fenata tem patrocínio da Gmad – Grupo Madcompen; Tratornew e Lojas MM, com incentivo da Secretaria de Turismo da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa; Ponta Grossa Turística 2026; Conselho Municipal de Turismo de Ponta Grossa; e Governo Federal, por meio da Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.

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