Ponta Grossa
Metalúrgica de PG é destaque internacional na educação
A metalúrgica W3 é uma das quatro empresas de médio e
pequeno porte do Brasil citadas num estudo internacional que busca bons
exemplos de responsabilidade social na área da educação em 18 países
O projeto Criança Feliz, de responsabilidade social, reconhecido internacionalmente já existe há mais de dez anos e é desenvolvido pela Metalúrgica W3, que tem sede no bairro Cará-Cará em Ponta Grossa. A iniciativa foi citada no relatório do “Global Business Coalition for Education”, baseado em um levantamento das pequenas médias empresas que apoiam a educação nas comunidades onde estão inseridas.
O estudo examina projetos inovadores na área da educação, promovidos por empresas de médio e pequeno porte de 18 países. No Brasil, apenas quatro empresas foram citadas na última edição publicada em fevereiro deste ano. A ponta-grossense W3 Industria Metalúrgica é a única do Paraná que aparece na lista. A notícia foi uma surpresa para a direção e para os colaboradores, já que a empresa não se inscreveu para participar da pesquisa. O coordenador do projeto Criança Feliz, o educador físico Diego Polese, conta que ele foi procurado pelos consultores que desenvolveram o estudo no ano passado. “Eles já tinham bastante informação sobre o nosso projeto. Acredito que por já termos ganhado prêmios estaduais, regionais e o prêmio nacional Ozires Silva (de empreendedorismo social) em 2018, eles já nos conheciam. Então nos procuraram para saber como é a atividade que desenvolvemos com as crianças da comunidade”, explica Polese.
Uniforme, alimentação e brincadeiras
Aproximadamente três mil crianças da região do Cará-Cará, perto do aeroporto Santana, já participaram da iniciativa que começou em 2009 na associação dos funcionários da empresa. Proporcionar condições de melhorar a qualidade de vida das crianças era um sonho do fundador Wilson Gelaki. Foi ele quem começou o projeto com a construção da sede de uma associação para os colaboradores. Uma década atrás, eram os filhos dos funcionários que participavam das atividades no contraturno escolar e logo o projeto se abriu para toda a comunidade. Antes de ser interrompido por conta das restrições sanitárias, as crianças que moram no entorna das instalações da fábrica recebiam diariamente alimentação e participavam de atividades esportivas de promoção à saúde e reforço para o rendimento escolar. “Estamos esperando a autorização das autoridades para o retorno das atividades e torcemos para que a vacinação avance e a gente possa voltar a desenvolver o projeto com segurança”, destaca o coordenador.
Recursos próprios
Diego Polese faz questão de destacar que, das quatro empresas brasileiras que foram citadas no relatório internacional, a indústria que fabrica móveis industriais para escritório e que nasceu em Ponta Grossa, é única que desenvolve o projeto social na área da educação sem o aporte de recursos públicos ou incentivo fiscal por parte do governo. Segundo ele todos os investimentos feitos na estrutura física e para a compra de insumos e materiais, como os uniformes que são cedidos às crianças, são próprios da empresa e há um orçamento destinado para esse fim. “O dono da empresa, Wilson Gelaki, queria proporcionar um local para as crianças se divertirem, queria que elas pudessem ter o que ele não teve na infância”, conta Polese. Para os pesquisadores do Global Business Coalition for Education, Polese disse que na região onde a indústria está instalada não há investimentos do governo local voltados ao lazer das crianças “Nosso programa é tudo o que eles têm”, afirma Polese.
Resultados conquistados
Ao longo de 12 anos o projeto já alcançou grandes resultados como a publicação de artigos na área de saúde e qualidade de vida por ex-alunos, a diminuição do número de reprovações nas escolas, aumento do número de alunos ingressando o Ensino Superior, e o retorno dos alunos do projeto para a empresa, como jovens aprendizes, estagiários e colaboradores efetivos.