Óleo de soja e arroz puxam alta de 28% na cesta básica

Aquisição dos 33 itens que compõem a cesta básica em Ponta Grossa subiu de R$ 512,99, em 2020, para R$ 657,48 em 2021

Comprar os 33 itens que compõem a cesta básica ficou R$ 144,49 mais caro no período de um ano em Ponta Grossa. A mesma compra que custava R$ 512,99 na primeira semana de 2020, passou a custar R$ 657,48 na primeira semana de 2021, o que corresponde a uma elevação de 28,17%. É um aumento bastante superior à inflação observada no período, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acumula uma alta na casa dos 4%, o qual é comumente utilizado como base em acordos de reajustes salariais. O levantamento mensal é feito pelo Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Nerepp-UEPG), e o último índice foi divulgado nesta sexta-feira (8). 

Entre os 33 itens da cesta (elaborada com base nos hábitos de consumo dos ponta-grossenses), 31 deles tiveram aumento no valor. E entre os que tiveram alta nos preços, dois deles mais que dobraram de valor, enquanto que outros cinco tiveram incrementos superiores 60%. Entre esses sete produtos que subiram acima de 50% estão os dois considerados a base da alimentação dos brasileiros, o feijão e o arroz, que tiveram aumentos de 77,2% e 86,7%, respectivamente. O quilo do feijão, que custava R$ 4,08, em média, passou a custar R$ 7,23; enquanto que o pacote de arroz 5 kg, de R$ 12,72, passou para R$ 23,76. Entre todos os produtos, o que teve maior alta foi o óleo de soja (900 ml), que registrou um aumento de 109,5%, ao passar de R$ 3,57 para R$ 7,47. 

O economista Alexandre Lages, coordenador do projeto de avaliação da cesta básica, reconhece que os índices apresentados foram altos. “Ficou claro como a pandemia impactou nos alimentos. E se analisar de uma maneira mais ampla, o que inflacionou os índices esse ano foi o setor de alimentos. Aproximadamente 28% da alta foi só dos alimentos”, resumiu o economista, lembrando que as pesquisas atuais estão sendo feitas pela internet, mas que isso não compromete e não afeta o índice, mantendo a mesma confiabilidade.

De acordo com ele, uma série de fatores contribuíram para essa alta incomum na cesta básica no município, e estão relacionados à pandemia, ao dólar e ao comércio exterior. “Com o começo da pandemia, a mudança no hábito do consumo já impactou, pelo fato das pessoas deixarem de se alimentar fora e comer na residência. O óleo e o arroz, que não sobem tanto e nem de maneira persistente, além do aumento do consumo, foram impactados pelo dólar alto”, diz. “O subsídio do governo, com o auxílio para a pandemia, liberou mais dinheiro para o consumo dos produtos mais importantes; e houve aumento das exportações, especialmente para o mercado asiático, que teve problema de produção”, completou o profissional. 

Valores caíram em dezembro

No mês de dezembro, o índice aponta queda de 0,84%, na comparação com o valor cobrado no mês anterior – em novembro, a compra dos 33 itens custava R$ 663,08. Apesar da baixa, a maior parte deles sofreu reajuste nos valores: 22 deles subiram, 10 caíram e um permaneceu constante. O item que mais aumentou de preço no último mês do ano passado foi o xampu, com elevação de 25,04%; enquanto que o de maior queda foi o sabonete, com 15,65% de baixa. Entre os grupos com maior variação no último mês do ano estão o de hortifrutigranjeiros, que teve uma alta de 8,64%; enquanto que o grupo carne teve a maior baixa, de 8,46%.

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