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UEPG ressalta papel dos médicos na pandemia

A UEPG traz relatos de professores do curso de Medicina, profissionais que atuam no HU e no Hospital Universitário Materno Infantil (Humai)

Vencer a doença e retornar ao trabalho são motivos a mais para celebrar o Dia do Médico, comemorado ontem (18).
Vencer a doença e retornar ao trabalho são motivos a mais para celebrar o Dia do Médico, comemorado ontem (18). -

Da Redação

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A UEPG traz relatos de professores do curso de Medicina, profissionais que atuam no HU e no Hospital Universitário Materno Infantil (Humai)

“Sabia do risco mas não poderia ficar parado”. A frase é do egresso do curso de medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Vinicius Grachinski, que retornou ao trabalho como residente na ala Covid-19 do Hospital Universitário ontem (16), após enfrentar o coronavírus como paciente. Vencer a doença e retornar ao trabalho são motivos a mais para celebrar o Dia do Médico, comemorado ontem (18). Para marcar a data, a UEPG traz relatos de professores do curso de Medicina, profissionais que atuam no HU e no Hospital Universitário Materno Infantil (Humai).

Vinicius Grachinski, desde o início da pandemia, trabalhou na Unidade de Terapia Intensiva Covid, na enfermaria e no pronto atendimento.”A rotina dentro do HU mudou radicalmente. Alguns serviços como o ambulatório foram suspensos enquanto a demanda por atendimento de pacientes com Covid aumentava vertiginosamente. Logo, como residentes e plantonistas, começamos a trabalhar diariamente nos setores Covid além dos outros setores que não pararam como Pronto atendimento, UTI geral, enfermaria médica, neurologia”, explica.

Depois de meses de plantões e exposição, mesmo com toda as medidas para segurança, Vinicius contraiu a doença em setembro. O quadro se agravou e precisou ir para UTI, onde foi entubado. “Após o período crítico graças ao ótimo atendimento prestado e apoio de todos os amigos e familiares consegui me recuperar para voltar às atividades”. Ele confessa que, após essa experiência retorna motivado ao trabalho, com a vontade de fazer cada vez mais pelos pacientes. “Os profissionais da aérea da saúde sabem de sua importância, especialmente em períodos como este, e mais do que nunca lutamos para fazer a diferença”.

Sobre a experiência no tratamento de pacientes infectados com coronavírus, ele detalha que “por ser uma doença que ainda estamos conhecendo e com várias peculiaridades a Covid 19 vários padrões que tínhamos na medicina mudaram, especialmente na medicina intensiva. Desde drogas para sedação, parâmetros de ventilação até a abordagem da família por via telefônica”. Para ele, o risco de contaminação e o estresse da rotina pesam muito para todos os funcionários da equipe.”Por isso o apoio dos colegas, familiares e amigos é fundamental para manter-se nessa tarefa”.

Vinicius lembra que durante sua formação, tanto na graduação como na residência, teve contato com diversos serviços, na Santa Casa, Hospital Bom Jesus, Pronto Socorro, HU-UEPG, antiga Maternidade Evangélico, Unidades Básicas de Saúde e Hospital da Criança. “Nesses serviços conhecemos muitas áreas de atuação do SUS, o que é fundamental para nossa formação, além da compreensão da importância do Sistema Único de Saúde. Dentro do HU. Trabalhar hoje em um hospital de ensino, onde tudo é discutido e revisado nos faz querer crescer cada vez mais para prestar o melhor atendimento possível, independente de onde e a quem estejamos atendendo. Por minha formação médica inteiramente relacionada ao SUS e ao HU-UEPG tenho grande motivação em trabalhar no Hospital Universitário”.

Dentre os profissionais que estão atuando em tempos de Covid-19, estão médicos que precisam conciliar a rotina de mãe ou pai, simultânea ao trabalho, e médicos que, além de estarem ocupados com a agenda do Hospital, mantêm a responsabilidade de serem professores de Medicina. Leonardo Willing, professor de Medicina na UEPG, trabalha como neurocirurgião no Hospital Universitário e em outros quatro hospitais de Ponta Grossa.

Lecionar durante a pandemia se tornou uma tarefa difícil para ele. “A maioria das minhas aulas são práticas, então eu tive que limitar a entrada de alunos no centro cirúrgico e deslocar boa parte das aulas para o virtual, o que torna o ensino difícil pois eles precisam ver e participar dos procedimentos para sintetizar o aprendizado”. Willing diz que atuar no hospital durante a pandemia traz receio para os familiares. “Trabalhar em ambiente hospitalar na pandemia é tenebroso, porque todo dia você está exposto, pode pegar alguma coisa e levar para a sua família” afirma.

Lívia Aragão, que hoje atua como pediatra no Humai, explica que tem sido um desafio exercer a profissão neste período. “É desafiador exercer a medicina na pandemia, até a forma de examinar as crianças mudou, antes eu dava um abraço no fim da consulta, um beijo no rosto, agora só temos o olhar, sinto falta deste contato”, comenta.

Aragão descreve que a nova realidade da profissão instiga um olhar para si e para os colegas a sua volta. “Este momento nos faz olhar o outro e perceber as dificuldades emocionais. Acho que a equipe interdisciplinar é muito importante na rotina do hospital e que ser médico é trabalhar em equipe. Tive medo de perder as pessoas que amo, deixar os meus filhos, mas é a nossa missão. É uma doença que não conhecíamos, e isso nos força a olhar pra si e para a profissão”.

O docente de Medicina e diretor técnico do HU-UEPG, Ricardo Zanetti, salienta que trabalhar como médico e professor neste período difícil para humanidade traz mudanças significativas na profissão e na sociedade. “Estamos no meio do turbilhão, temos dúvidas na área da saúde e também receio de como a sociedade estará depois disso tudo. Muitas coisas foram colocadas em xeque, muitos valores caíram e outros apareceram. Enquanto servidor público da saúde, fui convocado de imediato para ajudar no HU, buscando esclarecer e oferecer um acolhimento à sociedade como um todo”, relata.

Zanetti destaca que o serviço que ele, os residentes técnicos e colegas de outras áreas desenvolvem no atendimento diário do HU-UEPG é fundamental para ajudar a diminuir o sofrimento das pessoas neste momento. “Junto com outras áreas, criamos o call center e a partir de lá podemos ter contato com diversos problemas da sociedade. Penso que sozinho não dá para acabar com o sofrimento das pessoas, mas trabalhando com outras áreas, nós médicos podemos amenizar esse sofrimento”.

Em comemoração ao Dia do Médico, o reitor da UEPG Miguel Sanches Neto congratula estes profissionais que desempenham uma função primordial na história da instituição e no dia a dia das pessoas. “Gostaria de parabenizar todos os médicos da cidade e da região e, de forma especial, os médicos que atuam na Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Hospital Universitário e os profissionais formados pela UEPG. Saibam que vocês fazem a diferença em toda a região, no Paraná e no Brasil”.

Informações UEPG

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