Militares do Exército responderão por quatro crimes
Polícia Civil conclui inquérito que investiga assassinato de motorista de aplicativo encontrado no Rio Imbituvão no início do mês
Publicado: 12/08/2020, 11:48
Polícia Civil conclui inquérito que investiga assassinato de motorista de aplicativo encontrado no Rio Imbituvão no início do mês
Os três soldados do Exército Brasileiro suspeitos de matarem o motorista de aplicativo Luiz André Walylo, de 45 anos, responderão pelo crime de latrocínio. A informação foi confirmada pelo delegado Fernando Jasinski nesta quarta-feira (12) com a conclusão do inquérito que apura o caso ocorrido no início deste mês.
Como lembra o delegado, os três suspeitos foram presos em flagrante no dia 1º de agosto e agora responderão pelo crime de homicídio qualificado, furto qualificado, associação criminosa e ocultação de cadáver. De acordo com Jasinski, a vítima teria sido agredida ainda dentro de casa e, já sem vida, foi levada no próprio carro até a cidade de Imbituva. Os suspeitos ocultaram o corpo da vítima no leito do Rio Imbituvão, como lembra a autoridade policial. A família tinha comunicado o desaparecimento do motorista dois dias antes do corpo ser encontrado.
“No curso das investigações, constatou-se que os suspeitos estariam há algum tempo frequentando a casa da vítima, em churrascos promovidos pela própria vítima”, destaca o delegado. Ele revela ainda que, depois do homicídio, os suspeitos ainda pegaram alguns pertences da vítima, como o aparelho celular, bateria e rádio do carro, além do dinheiro que o motorista guardava com ele. O telefone de Walylo, inclusive, estava com um dos presos no dia do flagrante.
A soma das penas dos crimes praticados pelos militares pode chegar a 46 anos de prisão, caso haja condenação de todos eles pela Justiça. Com o inquérito concluído, cabe agora ao Ministério Público oferecer a denúncia junto ao Poder Judiciário para dar prosseguimento ao processo.
Exército avalia expulsão dos suspeitos
Com a conclusão do inquérito pela Polícia Civil, deve ser confirmada ainda nesta semana a expulsão dos três soldados do 13º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB). “No crime há participação confessa de três soldados recrutas do 13º BIB: Gustavo Michel de Freitas, Guilherme Procópio Leite e Vagner Huller dos Santos. Os três soldados incorporaram no Exército em março de 2020, não são militares de carreira e não se encontravam de serviço ou em operações militares no dia 29 de julho”, diz a nota emitida pelo comando na época do crime.
“Será aberto processo na esfera administrativa relacionado ao caso, o que PODERÁ culminar com a expulsão dos envolvidos da Instituição", destaca o comunicado, que ainda ressalta que “esta Organização Militar lamenta pela conduta inaceitável dos soldados e compadece-se com os familiares da vítima pelo ocorrido”.