Ricardo Zampieri quer representar ‘Direita de PG'

Vereador do PSL fala sobre pré-candidatura à Prefeitura e destaca intenção de representar a ‘nova política’

Em 2016, Ricardo Zampieri (na época no Solidariedade) foi eleito para o primeiro mandato a um cargo eletivo, conquistando 2.027 votos e uma cadeira na Câmara Municipal de Ponta Grossa. Naquela oportunidade, Ricardo era um dos 15 novos vereadores eleitos para um primeiro mandato no Legislativo Municipal e era o mais jovem entre eles. Quatro anos depois, atualmente pelo PSL, Ricardo quer disputar o cargo de prefeito da cidade. 

Filho de Marcos Zampieri e irmão de Alysson Zampieri, esse último vereador por dois mandatos, Ricardo quer representar a “direita de Ponta Grossa em 2020”. Ricardo entrou na política fazendo campanha para o pai, candidato a vários cargos eletivos, e também participando das campanhas de outras lideranças, como Jocelito Canto. Desde então, Ricardo tem nutrido o desejo de participar da vida partidária. 

Após atuar quase três anos como vereador, o mais novo representante da família Zampieri na política prevê voos maiores. Com base na ideia de representação de uma “nova política”, Ricardo era cotado como candidato a deputado (estadual ou federal) em 2018, mas acabou optando por terminar o seu primeiro mandato no Legislativo Municipal e abriu mão de uma “eleição ganha”, como diz. 

No Legislativo, Ricardo tem se destacado pela prática da chamada “oposição construtiva” - o vereador tem destaque em ações fiscalizadoras em obras e outros empreendimentos da cidade, como também nas comissões especiais de investigação (CEI), especialmente na CEI da MünchenFest. No ato de legislar, Ricardo ganhou destaque com o projeto de incentivo ao primeiro emprego e o embate com a Sanepar sobre os ‘remendos’ feitos pela empresa nas ruas da cidade. 

Em 2020, Ricardo busca se apresentar como pré-candidato a prefeito apostando na retórica de uma nova política e na proximidade com Jair Messias Bolsonaro, presidente da República - quando era então pré-candidato, Bolsonaro cumpriu agenda em Ponta Grossa sob articulação e organização de Ricardo. 

Em seguida, acompanhe a entrevista do vereador do PSL e pré-candidato à Prefeitrura:

Jornal da Manhã: O que te motiva a disputar o cargo de prefeito de Ponta Grossa?

Ricardo Zampieri: Fico lisonjeado com essa possibilidade e com essa situação, mas quero deixar bem claro que para mim política não é profissão, mas sim vocação. Eu tenho meu foco, atualmente, no trabalho que temos feito na Câmara Municipal, mas aparecer entre os possíveis pré-candidatos pra mim é um orgulho. Creio que aparecer entre os cotados para disputar a eleição é um orgulho e um reconhecimento diante do trabalho que temos feito. Ficarei feliz em atender o chamado da população e, se parte da população resolver nos apoiar nesse projeto [eleição], coragem e força de vontade não vão me faltar. 

JM: Você foi eleito vereador em 2016 e foi o mais novo entre aqueles que conseguiram uma vaga na Câmara. Como você avalia esses três primeiros anos no Legislativo?

Zampieri: Pra mim foram satisfatórios e memoráveis, tenho tido a alegria de contribuir em prol da cidade. Sempre tive um desejo de conseguir ajudar as pessoas, eu comecei no rádio, mas foi na política que consegui ampliar minhas possibilidades de ajudar a população. Neste três anos, conseguimos emplacar bons projetos, como o do primeiro emprego para o jovem e do estágio para pessoas com mais de segundo ano, esse último ainda estamos discutindo na Câmara. Além disso, destaco o projeto que quer acabar com a cobrança de ar na conta de água e também, a cobrança para que a Sanepar asfalte as ruas ‘remendadas’ em obras feitas pela companhia. No campo da fiscalização, destaco uma investigação que eu iniciei e que provou o superfaturamento na rotatória milionária em Ponta Grossa e isso determinou a devolução de R$ 400 mil para os cofres municipais. 

JM: Entre as investigações propostas por você está a CEI da München. Se considera satisfeito com o resultado dessa investigação?

Zampieri: Me considero satisfeito com o resultado da investigação, mostrei que mais de R$ 800 mil estavam indo para o ralo, mas não com a continuação da festa. A München foi descaracterizada para que se culpassem os responsáveis pela CEI e não queríamos isso, queríamos o uso correto do dinheiro público. O problema era no gasto público em prol do lucro de entes privados, esse é o problema. A partir da CEI, foi feita uma pesquisa com a população sobre o futuro da festa, esse foi um mérito, reconheço. Acho que a München tem que mudar o seu conceito, ser uma festa para as famílias ponta-grossenses. 

JM: Qual vai ser o principal desafio do próximo prefeito de Ponta Grossa?

Zampieri: O próximo prefeito tem que ter coragem. Precisa acabar com o monopólio do transporte coletivo e remodelar nosso modelo, temos como exemplo a cidade de Curitiba que ainda é referência no transporte. Outros assuntos que vão cobrar coragem do prefeito é a renovação do contrato com a Sanepar e outras concessões públicas que irão vencer nos próximos anos. Certo é que o próximo prefeito vai pegar uma cidade endividada e o próximo prefeito precisa ser um administrador, precisa aplicar gestão, caso contrário vamos ter dificuldades de pagar o salário dos funcionários, quem dirá investir no município. E eu quero representar a direita, a direita que está ao lado de Jair Bolsonaro, na disputa do próximo ano. 

JM: Falta planejamento na cidade?

Zampieri: Sim, com toda certeza. Falta planejamento urbano e planejamento de gestão. Ponta Grossa é uma das maiores cidades do Estado e ainda não temos um plano diretor para acabar com a especulação imobiliária - o plano diretor é fundamental para delimitar as regras de crescimento da cidade. O mesmo acontece com a gestão administrativa do município: é preciso que o próximo prefeito tenha o compromisso de cortar, no mínimo, 80% dos cargos comissionados no Poder Executivo.

JM: Como descentralizar os serviços públicos da cidade?

Zampieri: A cidade é muito descentralizada, mas isso é culpa das gestões. Precisamos de um plano diretor para acabar com a especulação, mas precisamos também descentralizar os serviços públicos. Uma das propostas é espalhar a presença da Guarda Municipal em Ponta Grossa, por exemplo, para que os guardas tenham contato e vínculo com os moradores dos bairros. Esses mesmos guardas poderiam ser responsáveis por abrir mais cedo as unidades de saúde (UBS) mais cedo para evitar o sofrimento dos cidadãos. E isso não requer muito, requer apenas boa vontade. 

JM: O PSL está rachado, em Ponta Grossa e também no Brasil. Como você encara isso?

Zampieri: Política é assim. Eu participo da nova política, prego e executo isso. Na Câmara, eu recusei todos os privilégios, mas infelizmente isso é exceção. Estou ao lado do presidente Bolsonaro porque acredito que ele representa e executa a nova política. Mas, infelizmente, a vida não é só flores e a velha política também está no PSL, eu sofri retalhações por isso e por me opor a práticas que não concordo. Eu acredito que o Bolsonaro não deve seguir no PSL, deve mudar de legenda no ano que vem para um novo partido. Enquanto eu acreditar que o PSL representa uma nova política, vou continuar no partido enquanto achar que a legenda quer representar essa nova política. 

Quem é?

Ricardo Zampieri foi eleito vereador em 2016, ao conquistar o primeiro cargo eletivo da vida pública. Mais jovem entre os eleitos, Zampieri sempre fez oposição ao Governo Marcelo Rangel e, em 2018, tinha a eleição dada como certa para deputado, mas preferiu completar o primeiro mandato no Legislativo municipal. Em 2020, o vereador do PSL quer representar a “direita de Ponta Grossa” na disputa pela Prefeitura da cidade.