Câmara rejeita moção de repúdio contra Esméria
Sugestão recebeu apenas três votos favoráveis e acabou recusada durante a sessão desta segunda-feira (16). Discussão sobre o tema fez até o presidente da Câmara se posicionar.
Publicado: 16/09/2019, 18:12
Sugestão recebeu apenas três votos favoráveis e acabou recusada durante a sessão desta segunda-feira (16). Discussão sobre o tema fez até o presidente da Câmara se posicionar.
A Câmara de Ponta Grossa decidiu não repudiar a secretária municipal de Educação, Esméria Saveli, por conta dos atos que cometeu durante o desfile cívico-militar de Independência. Na sessão desta segunda-feira (16) os vereadores recusaram a moção de repúdio destinada à secretária.
A proposta recebeu apenas três votos favoráveis: de Ricardo Zampieri (PSL), autor da moção, e dos vereadores Vinicius Camargo (PMB) e Magno Zanellato (PDT). O trio criticou o que chamou de protesto da secretária de Educação contra o governo federal durante o desfile de Independência. Na avenida, Esméria estava vestida de preto – cor utilizada pelos opositores do governo federal – e vestindo uma camiseta com uma frase de Paulo Freire, educador que não é visto com bons olhos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seus companheiros.
A moção de repúdio, de acordo com Zampieri, foi solicitada por ferir o edital do desfile, que no Artigo 13 não permitia nenhuma forma de manifestação partidária durante a cerimônia cívica-militar. Segundo o edital, é "vedado às instituições participantes promoverem manifestações de caráter político-partidário e de desrespeito a pessoas e ou instituições”.
A moção de repúdio fez com que até mesmo o presidente da Câmara, Daniel Milla (PV), se posicionasse – o líder da Mesa Executiva não vota moções, mas fez questão de emitir um posicionamento sobre o tema. Para Milla, a aprovação da medida colocaria em cheque toda a gestão educacional nos últimos sete anos e também o trabalho dos educadores. O presidente da Câmara ressaltou que não defende o ato da secretária, mas defende a Educação como um todo e que a bandeira de cada cidadão deve ser respeitada, independentemente de qual seja ela.
Alguns vereadores da base de Rangel e com posicionamentos semelhantes ao do governo federal, como é o caso de Florenal Silva (Podemos), também se posicionaram. Florenal afirmou que o ato de Esméria foi isolado e que seria contra a moção por acreditar que ela fere toda a classe educacional de Ponta Grossa.
Secretária minimiza polêmica em nota
Em nota enviada à imprensa na semana passada, Esméria considerou o caso como uma “polêmica vazia de sentido, uma vez que já desfilou de preto em ocasiões anteriores”. A secretária destacou que também outros integrantes da secretaria fizeram o mesmo e que havia pessoas com diversas cores diferentes, passando pelo vermelho, roxo, azul e branco, entre outras. Por fim, fez questão de exaltar o trabalho de Paulo Freire para a educação brasileira.