HU e UEPG têm cortes de 20% no orçamento de 2019
Universidade pode perder até R$ 77,5 milhões da receita prevista para o ano; Hospital poderá ter redução de R$ 7,5 milhões
Publicado: 09/01/2019, 19:27
Universidade pode perder até R$ 77,5 milhões da receita prevista para o ano; Hospital poderá ter redução de R$ 7,5 milhões
Além de anunciar o congelamento do salário de todos os membros do primeiro escalão do governo estadual, o governador Ratinho Junior (PSC) também promoveu o contingenciamento de 20% do total dos recursos do Orçamento Fiscal do Paraná para 2019. A decisão publicada no Diário Oficial do Estado atinge diretamente as instituições de ensino, incluindo a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), e também o Hospital Regional Universitário (HU).
Se a medida não for revertida, a UEPG perderá R$ 77,5 milhões do total previsto de R$ 387,5 milhões para 2019. O HU terá redução de até R$ 7,5 milhões pela ação, de um total de R$ 37,5 milhões anteriormente esperados para o ano.
Segundo o reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, aproximadamente 80% do orçamento da universidade se destina ao pagamento dos docentes e servidores. “Sabíamos que haveria um esforço pra contenção das despesas, mas como a UEPG tem boa parte das despesas na folha de pagamento e isso é bastante problemático”, relata. Ele considera o ato como um rito normal pelo início novo governo e acredita que isso pode ser revertido. Porém, ressalta que a ação resultará em impactos negativos para a UEPG: “Tem impacto em tudo. Impacto no pagamento das despesas, na folha de pagamento, na compra de insumos para o Hospital, para a Fazenda. Essa redução no orçamento comprometeria a grande maioria das atividades da instituição”.
Miguel afirma que a reitoria já iniciou as tratativas com a superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná para alterar este cenário. “O Aldo [Bona, superintendente] já está sabendo dessa situação. É preocupante se isso persistir, mas temos convicção de que esse panorama possa ser revertido”, garante.
Uma das medidas tomadas pelas universidades é ampliação da obtenção de recursos próprios, para complementar o orçamento considerado enxuto por Sanches Neto. O reitor conta que uma das iniciativas mantidas pela UEPG é prestação de serviços na área de concursos (Polícia, Judiciário, Prefeituras). “Estamos, em conjunto, conversando com o Governo sobre essa demanda. As universidades estão ampliando a arrecadação de recursos próprios para suprir essa lacuna. Mesmo assim, com a dimensão atual da UEPG, precisaremos pleitear mais verbas”, explica.
Diretor do HU desde 2013, o vice-reitor da instituição, Everson Krum, também demonstra preocupação com a folha de pagamento, que inclui cerca de 950 profissionais entre contratados e 200 terceirizados. “A medida traz prejuízo em diversos setores. Desde pagamento de servidores e profissionais, compra de materiais para um local com a complexidade do nosso hospital, com UTI, UTI Neonatal e outros centros de atendimento”, conclui.
Decisão suspende execução de R$ 8,1 bi
A ação do governador reduziu o orçamento no estado, suspendendo a execução de R$ 8,1 bilhões. Segundo levantamento do portal Bem Paraná, as áreas mais afetadas pelo bloqueio estão as secretarias da Educação, com R$ 1,6 bilhão; da Saúde, com R$ 1,1 bilhão; Segurança Pública com R$ 825 milhões. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (8), Ratinho Junior (PSC) anunciou outra medida de contingenciamento e confirmou que o Paraná não vai seguir o aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de 16%, para o alto escalão do Governo. “Estamos tomando uma série medidas administrativas para otimizar a máquina pública”, garantiu.