Peças dividem prêmio de Melhor Espetáculo do 46º Fenata | aRede
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Peças dividem prêmio de Melhor Espetáculo do 46º Fenata

Premiação do Festival Nacional de Teatro aconteceu na quarta-feira (14) no Cine-Teatro Ópera, junto da peça de encerramento com Tonico Pereira

Ator Tonico Pereira apresentou a peça de encerramento, 'O Julgamento de Sócrates'
Ator Tonico Pereira apresentou a peça de encerramento, 'O Julgamento de Sócrates' -

João Vitor Rezende

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Premiação do Festival Nacional de Teatro aconteceu na quarta-feira (14) no Cine-Teatro Ópera

A premiação do 46º Festival Nacional de Teatro – Fenata, realizado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, aconteceu na noite de quarta-feira (14), com o Teatro Ópera lotado. Além da divulgação dos nomes dos vencedores desta edição, outra motivação para o público foi a peça de encerramento, O Julgamento de Sócrates, protagonizada pelo ator Tonico Pereira.

O espetáculo ‘Ariano, o cavaleiro sertanejo’, montagem do grupo carioca ‘Os Ciclomáticos’ recebeu 5 troféus. O espetáculo dividiu com ‘Teixeirinha, o rei do Sul’, os prêmios de Melhor Espetáculo e Melhor Sonoplastia. Além disso, foi eleito pelo público o melhor espetáculo, com nota 9.8. A companhia foi indicada para o Prêmio Especial do Júri pelo trabalho de coralidade e corporeidade. Conquiatou também os troféus de Melhor Direção e Melhor Maquiagem.

A Cia dos Pés, São José de Rio Preto, São Paulo conquistou, com o espetáculo Eufonia, os prêmios de Melhor Cenografia, Melhor Atriz e Melhor Espetáculo Infantil e ainda empatou com ‘Memórias Póstumas + Machado de Assis’ na categoria Melhor Iluminação.‘Os sapatos que deixei pelo caminho’ conquistou o troféu de Melhor Texto Original e 'A vaca Lelé: deixe seu sonho voar', da Cia Arte das Águas, Ibirá, São Paulo – SP, ficou com o prêmio de melhor figurino. O espetáculo de rua Naifs também ganhou Prêmio Especial do Júri e Toninho do Vale, pelos 40 anos de trabalhos prestados por 40 anos ao Fenata, recebeu uma homenagem da comissão organizadora.

Os troféus serão enviados por correio aos vencedores porque os representantes dos grupos não estavam presentes na solenidade de premiação.

Empates e Prêmios Especiais

Gilberto Fonseca, jurado do Festival, destacou o caráter atípico desta edição. “Foi um Fenata bastante temático, com diversas biografias”. Outro aspecto excepcional, segundo ele, foi o processo de curadoria. “A curadoria sem a participação dos jurados garantiu maior isenção no olhar e avaliação dos trabalhos”.

O jurado explicou que o empate no prêmio de Melhor Espetáculo foi resultado da excelência de dois trabalhos que, com linguagens totalmente diferentes, acabaram se destacando. “Foi impossível dizer qual das duas foi melhor. Por isso decidimos premiar ambas”. Fonseca explicou também a premiação concedida à montagem Naifs. “Fizemos questão de conceder o prêmio especial ao Naifs justamente pela qualidade do trabalho e proposta de encenação que foi feita. Foi um diferencial do festival”.

Mostra Especial

Seis grupos teatrais realizaram 72 duas apresentações durante a Mostra Especial. As apresentações aconteceram em instituições como asilos, Penitenciária Estadual, Escolas Municipais, Colégios Estaduais, além de CRAS, CMEIs, Apae e Sesc.

Gilberto Fonseca, jurado do Festival, destacou o papel da Mostra Especial, que leva espetáculos a espaços que costumeiramente não são visitados. “Este é o coração do festival, levar o teatro para todo e qualquer público. Tenho uma admiração pelo Fenata justamente por esta proposta”, disse.

Annelize Tozetto fotografou a peça “Eu, Migo e Meu Umbigo” na Penitenciária Estadual. Ela relata o desafio de fotografar neste ambiente. “Foi um dos lugares mais desafiadores que já fotografei na vida. Foi muito emocionante. É preciso olhar com mais sensibilidade para pessoas que estão isoladas e sem acesso à cultura”, disse.

Adriana Rodrigues Suarez, coordenadora da Mostra Especial, frisou que esta série de apresentações foi de grande valor cultural e artístico. “A Mostra é uma veia que pulsa para a socialização entre a arte e a comunidade, levando de maneira democrática a magia do teatro por todas as partes da cidade. Arte para todos”, concluiu.

No mesmo sentido, Sandra Borsoi disse que o Fenata, ao possibilitar o acesso da população aos meios de produção, circulação e fruição cultural, estimula o protagonismo social na gestão das políticas públicas compartilhadas e participativas.

Volta às origens

O coordenador do curso de Artes Visuais da UEPG, Nelson Silva Júnior, percebe o Fenata em nova fase. “Apesar de menor, apresentou muita qualidade e falou diretamente com a emoção do público”. Nelson observa que muitas pessoas que vieram ao Teatro Ópera voltaram no tempo e reviveram emoções porque muitos assistiram aos filmes do Teixerinha e do Mazaropi. “Estes foram personagens que falavam diretamente ao coração das pessoas”, disse. 

O professor, que atuou na peça de encerramento do Fenata em 1984, falou do retorno às origens. “Falo como ator, que encerrou uma edição do Festival no Ópera. É emocionante ver que o evento voltou a ter a identidade de proximidade entre ator, palco e público. Vimos um teatro contemporâneo com raiz regional marcada pelos sotaques, músicas e maquiagens”.

Visão Geral

Fernando Durante, presidente da Fundação Municipal de Cultura, avalia positivamente o 46º Fenata. “Foram ótimos espetáculos, casa cheia todas as noites, comissão julgadora de qualidade, premiação coerente e organização exemplar. Para nós, da Fundação Municipal de Cultura, é muito bom ver a cidade, novamente, integrada ao Fenata”, disse.

O presidente Fundação frisou o pouco tempo de trabalho que a nova equipe teve para organizar e divulgar o Festival. “A coordenação conseguiu realizar um belíssimo evento mostrando que, com união e equipe em perfeita sintonia, pode-se fazer um grande Fenata. Vejo um futuro ainda mais promissor ao nosso querido Festival Nacional de Teatro”, concluiu Fernando Durante.

Solenidade de Encerramento

Everson Krum, vice-reitor da UEPG, foi muito aplaudido em sua fala, na qual destacou como ponto alto do Fenata o papel social do festival, ao levar arte a espaços como Penitenciária Estadual. “Este é o espírito do festival. Todos, independentemente do erro que tenham cometido, têm direito à cultura”. O vice-reitor completou a importância do público que lotou as sessões e acompanhou o Festival nas ruas, escolas e asilos. “Sem o público e sem os artistas de nada adiantaria o Fenata”, concluiu.

Durante a solenidade de premiação, Sandra Borsoi, coordenadora geral do evento e Diretora de Assuntos Culturais da Proex, muito emocionada, agradeceu à equipe que organizou o Festival em tempo recorde, dois meses. Ela agradeceu também aos curadores e aos jurados que deram a tônica acadêmica necessária ao reconhecimento do Festival e que apontaram a necessidade de espaços acadêmicos e formativos qualificados na área do teatro. 

Teatro e resistência

Sandra Borsoi e Gilberto Fonseca abordaram o papel do teatro no Brasil contemporâneo. Ela, no discurso de encerramento, frisou: “não existe arte neutra ou sem intencionalidade. Arte é poética, e toda poética é política, considerada como uma forma de humanizar nosso mundo para ser um lugar melhor para se viver a arte da vida”, disse Borsoi.

No mesmo sentido, Fonseca falou que esta foi uma edição de resistência num momento turbulento. “Este aspecto acabou sendo positivo para o público, que acabou vendo montagens feitas com o coração e que homenagearam figuras históricas para nossa cultura”.

Com informações da Assessoria

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