Vantagens e desvantagens da vida no campo e da cidade
Publicado: 20/04/2018, 10:56

Morar
na cidade ou no campo é a definição que várias pessoas têm para uma boa qualidade
de vida. Uma convivência melhor com a família e ainda uma sensação de segurança
são vantagens que podem se apresentar nos dois espaços, tanto para quem
escolheu a vida urbana como para quem escolheu a vivência rural. Qual é o
melhor? Existe um melhor? Fomos ouvir famílias sobre o tema.
Vida na cidade
Maria
de Lourdes Donato, auxiliar administrativa e José Roberto Teixeira, técnico
agropecuário, residem na cidade de Castro e são pais da Rafaella Donato
Teixeira de oito anos, que cursa o 4° ano em uma escola pública do Município.
Maria
considera que a cidade proporciona uma qualidade de vida mais estável. “A área
urbana amplia o conhecimento em comprar livros para a minha filha e ter espaços
públicos como a biblioteca da cidade”, explica ela, dizendo que a Internet não
fica de lado. “A internet é constantemente usada por ela com certo limite, ou
seja, a tecnologia é mais abrangente na cidade do que no campo”, relata.
Maria
lembra que, diferente da filha, a infância era diferente dos dias atuais. “Quando
não havia bancas ou bibliotecas, eu achava na casa da minha avó revistas de
fotonovelas e livros, onde era o único papel que tinha ali”, lembra ela.
No
cotidiano, Rafaella é uma criança normal, extrovertida e que pratica natação
duas vezes por semana. “Pratico para aprender a nadar e não por exercício”,
assinala. Gosta muito de animais domésticos e pretende ser veterinária. Além
disso, aproveita muito para ir na casa de seus amigos e se divertir.
A rotina de trabalhar todos os dias fez com que a mãe tivesse que colocar
ela no jardim de infância aos dois anos, pois não havia com quem deixar. Hoje
sempre que possível acompanha a filha nas tarefas da escola. “Quando chego do
meu trabalho estou revisando e auxiliando nas dúvidas frequentes que me passa”,
comenta.
Vida no campo
Ariane
de Quadros Urbanski, empresária e Cleverson Luiz Urbanski, agricultor, são pais
da Maria Vitória de Quadros Urbanski, de 10 anos, que cursa o 5° em no
município de Castro, no entanto na área rural, na Colônia Santa Leopoldina.
Para
a mãe de Maria, o contato com o campo proporciona uma qualidade de vida melhor,
transmitindo a ela mais liberdade para brincar. Ela sonha em seguir profissão
no ramo da família e durante o dia, principalmente na parte da manhã, ela ajuda
em algumas tarefas da chácara. “Ajudo um pouco com a alimentação dos animais e
a molhar as verduras”, declarou. Na chácara são desenvolvidos trabalhos como a
criação de carneiros, galinhas e hortaliças.
Para
se divertir, a estudante conta que anda “de bicicleta e de cavalo” e que também
joga bola com os primos, e “várias outras brincadeiras diversas”. Após levantar,
toma café, começa a verificar se tem algumas tarefas pendentes da escola e
ajuda tratar os animais até a hora de ir para a escola.
Segundo
a mãe, Maria Vitória tem um rendimento positivo na escola e o comportamento é
regular. Ariane esclarece que o uso da internet é bem controlado por ser área
rural. “Morar no campo é muito bom, temos uma qualidade de vida melhor, mas o
uso de celular, computador e da internet tenho que controlar para que ela aproveite
essa vida no campo também”, explica.
A
mãe diferencia os dias de hoje de seu tempo de infância em relação ao fácil
acesso aos estudos e pondera. “Com certeza eu aprendi batalhar!”. A família
mora no campo desde que o pai de Maria casou-se com Ariane.
Saindo da cidade para o
campo
Em
2015, os desenvolvedores de sistemas Fernanda e Igor Musardo, que viviam em
Curitiba, resolveram deixar o cotidiano urbano em busca de uma vida nova em um
cenário rural. Os pais de Paula, de 13 anos e de João Alex de nove anos, contam
que a decisão de mudar de rotina não aconteceu de uma hora para outra e que
pensaram sobre o assunto e buscaram o local ideal por quase dois anos e meio.
Fernanda
relata que entre os motivos da mudança estão o custo de vida, a sensação de
segurança, a privacidade e o sossego. A família que morava de aluguel,
considerava comprar um imóvel na cidade extremamente caro e as propriedades não
eram condizentes com o que eles buscavam.
Por
trabalharem especificamente com internet, a rotina urbana exigia que
trabalhassem mesmo em casa. Buscando priorizar os momentos em família,
encontraram o local perfeito em Bocaiúva do Sul, a 60 quilômetros de Curitiba.
Ela conta que descobriu no meio rural outra definição para qualidade de vida,
dizendo que as pessoas confundem o significado de conforto com luxo. Para eles,
mesmo não tendo Internet em casa, uma rua asfaltada, saneamento ou um shopping
para passear, a família vive em condições excelentes de vida.
Eles
ainda mantêm contato com a cidade diariamente, pois o escritório de Fernanda e
do marido e a escola dos filhos se localizam na capital. Ela considera que isso
não os diferencia de outras famílias que vivem na cidade, apenas gera um
deslocamento maior e ainda proporciona privilégios de momentos indescritíveis
em meio à natureza. Explica que um dos aspectos que tiveram que se adequar é no
quesito de consumo, pois a padaria ou o mercado mais próximo está a 15
quilômetros de distância, o que fez com que se habituassem a ter um estoque
maior de alimentos em casa.
Sobre
as crianças, ela diz que aprendem na prática conceitos como ecologia e cadeia
alimentar, visto que eles mesmos tiveram que estudar sobre preservação de
nascentes e canalizar a água até sua casa. Outra experiência que tiveram foi
aprender sobre preservação do solo, desde adubos orgânicos até a criação de
tanques de peixes e minhocários para gerar o equilíbrio do ambiente. “Para nós
é mais importante saber sobre seres humanos e seres vivos do que sobre séries
de TV ou internet”, comenta Fernanda.
Por Larissa Bim e Matheus de Lara