Conselho Tutelar busca reconhecimento da população
Desrespeito e violência fazem parte do dia a dia da rotina dos conselheiros tutelares de Ponta Grossa. Gestão do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente busca valorização de profissionais
Publicado: 29/11/2017, 18:20

O desrespeito e a violência fazem parte da rotina dos conselheiros tutelares em Ponta Grossa. Chamado para intervir em situações onde há violação dos direitos das crianças e adolescentes, o Conselho Tutelar ainda é visto como órgão repressor pela comunidade. É esta visão que o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e dos Adolescentes (CMDCA), que é responsável pela gestão dos três Conselhos Tutelares, quer mudar.
Representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no CMDCA, Wilson Comel faz frente à campanha para que os conselheiros não sejam reconhecido como órgão repressor e ganhem mais respeito. "Acontece que o Conselho Tutelar, quando é atua, atua para atender uma crise dentro ou fora do ambiente familiar, onde há confrontos. Muitas vezes os conselheiros dão apoio ao trabalho da Polícia Militar. Com isso, existe uma visão errada dos trabalhos dos conselheiros", afirma.
De acordo com Comel, o auxílio nas situações onde há a presença da PM é apenas uma das funções do Conselho e, mesmo nestes casos, a intenção do órgão não é reprimir. "O CMDCA, junto com os conselhos tutelares, é o mais importante de todos os conselhos, porque tem a missão de assegurar os direitos das crianças e adolescentes. Esta é a nossa função, defender a Constituição Federal e garantir tudo o que as crianças e adolescente têm direito", comenta Wilson Comel.
Por mês, as três unidades do Conselho Tutelar de Ponta Grossa recebem cerca de 2.050 ocorrências. De acordo com dados da própria entidade, de janeiro a outubro deste ano, foram mais de 20 mil atendimentos. O número se refere a todas as ações da entidade, que incluem trabalho de apoio a PM em ocorrências onde há crimes contra menores, bem como a atuação em casos onde as próprias crianças ou adolescentes se envolvem em atos infracionais.
A violência sexual está entre as principais ocorrências atendidas pelo CMDCA. "Varia muito mês a mês, mas normalmente atendemos casos de violência sexual, violência física e negligência dos genitores", conta a conselheira do Conselho Tutelar Oeste, Michelly Markowcz. "Casos de abandono de incapaz são aparecem bastante nos conselhos", completa.
O Conselho Tutelar atua em todas as regiões da cidade, que são dividas entre o Conselho Tutelar Oeste, Leste e o Norte. Para garantir o atendimento 24 horas por dia, o órgão possui cinco conselheiros em cada uma das três unidades.