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Movimento tenta barrar aumento da tarifa de ônibus

Grupo irá coletar assinaturas a partir das 12h no Calçadão Coronel Claudio. Conselho se reúne na terça-feira (21) para discutir o reajuste

Valor sugerido pela AMTT para a nova tarifa é de R$ 3,76
Valor sugerido pela AMTT para a nova tarifa é de R$ 3,76 -

Grupo irá coletar assinaturas a partir das 12h no Calçadão Coronel Claudio. Conselho se reúne na terça-feira (21) para discutir o reajuste

Integrantes da ‘Frente de luta por um transporte público de qualidade’ se reúnem a partir das 12h no Calçadão Coronel Claudio, na região central de Ponta Grossa, para coletar assinaturas contra o aumento da tarifa de ônibus no município. A intenção do movimento é conscientizar a população sobre a falta de “transparência” no debate do valor da passagem no município. O Conselho Municipal de Transporte (CMT) tem uma reunião marcada para essa terça-feira (21) e o encontro pode fornecer uma “sugestão” para o novo valor da passagem no município.

Leandro Dias, advogado e integrante do movimento, afirma que o grupo quer colocar em debate dois temas chaves: o primeiro deles é o pedido de uma audiência pública para discutir a renovação e o segundo é a ampliação do acesso à planilha de custos. “Entendemos que apenas algumas poucas pessoas tem acesso à planilha que rege o custo do transporte e acreditamos que o Conselho não tem legitimidade para discutir o assunto”, criticou Dias.

Segundo o advogado, das 12 cadeiras do Conselho Municipal de Transporte, apenas uma é ocupada por um “representante direto dos passageiros e usuários do sistema”. “Nós entendemos que esse é um conselho de fachada e não representa os reais interesses da população da cidade”, assinalou Leandro. O advogado lembrou ainda que várias Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) já apontaram que erros na planilha.

“Durante a CPI de 2009, a CPI chegou a conclusão de que não só a passagem não deveria aumentar, como inclusive deveria ter o preço diminuído”, considerou o advogado. Os membros da Frente deverão permanecer no Calçadão até às 13h30 e depois percorrer vários colégios estaduais de Ponta Grossa. “A população da cidade precisa entender que esse é um tema que mexe na vida de todos nós”, ponderou Leandro.

Enquanto manifestantes se organizam para tentar evitar o aumento da tarifa para até R$ 3,76, valor sugerido pela Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), o CMT se reúne para analisar a planilha de custos apresentada pela empresa. O presidente do Conselho, Helmiro Bobeck, afirma que o grupo tem o encontro marcado para essa terça-feira, mas a sugestão pode ser novamente postergada.

“Caso os conselheiros tenham necessidade de novas informações e esclarecimentos sobre a planilha, podemos requerer novos documentos”, explicou Bobeck. O presidente do CMT lembrou que o grupo pode não apresentar uma sugestão para a Prefeitura, mas apenas “aprovar a planilha”, atestando que a prestação de contas sobre os custos da operação do transporte coletivo foi apresentada de maneira correta.

Conselho questionou dados apresentados

A primeira reunião do Conselho foi realizada no dia 15 e durante o primeiro encontro os membros do grupo já requisitaram à AMTT novas informações sobre a planilha de custos apresentada pela Viação Campos Gerais (VCG). “Pedimos mais informações sobre alguns dados apresentados e que incidem diretamente sobre o preço da passagem, entre eles uma justificativa para a queda do número de passageiros do sistema e os gastos com a renovação da frota”, contou Bobeck.

Decisão pode ficar para o prefeito

Caso o Conselho apenas aprove a planilha, mas não sugira o valor da passagem, a definição ficará para a Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) e para o prefeito Marcelo Rangel (PPS), responsável pela sanção. Durante uma entrevista concedida no começo do mês ao portal aRede, Rangel afirmou ser “muito alto” o valor de R$ 3,76 proposto pela AMTT. Com isso, mesmo que o Conselho sugira um valor para a passagem, a decisão final cabe a Rangel, gestor do município.

CPI quer barrar aumento no transporte

Diante da polêmica provocada pelo reajuste no transporte coletivo, o Legislativo Municipal deve formar nessa segunda-feira (20) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte público. A proposta é do vereador George de Oliveira (PMN) e recebeu o aval de outros vereadores. Ao menos quatro vereadores já teriam demonstrado interesse em participar da comissão: ‘Mingo’ Barbosa Menezes (DEM), Felipe Passos (PSDB), João Florenal da Silva (PTN) e Daniel Milla (PV). George acredita que outros parlamentares apresentem interesse em participar da CPI e, portanto, os nomes serão escolhidos somente hoje (20), quando será necessária a paralisação da sessão para realizar a decisão. A comissão é formada por cinco vereadores.

VCG lembra que setor já foi investigado

Via assessoria de imprensa, a VCG entende que o papel do Legislativo está “justamente na fiscalização”. No entanto, a empresa lembrou que essa CPI não será a primeira da qual o transporte coletivo é tema. “Há menos de três anos, outra Comissão Parlamentar de Inquérito fora instituída para analisar questões referentes ao transporte público. Vale lembrar, que na ocasião não foi apontado nenhum tópico que desabone os serviços prestados pela concessionária, conforme parâmetros estabelecidos no contrato e balizados pela lei 7018”, informou a empresa.

A VCG informou ainda que “causa estranheza a frequência com que transporte coletivo é abordado em inquéritos propostos por membros da câmara municipal, haja vista que CPIs passadas não colocaram em cheque a legitimidade dos serviços desenvolvidos no município, a VCG considera o assunto em pauta repetitivo e esgotado por outras comissões”.

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