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Hospitalizado, papa Francisco convoca assembleia de cardeais

O quadro clínico do pontífice permanece crítico, mas estável

Papa Francisco em Assembleia Geral, no dia 4 de dezembro de 2024
Papa Francisco em Assembleia Geral, no dia 4 de dezembro de 2024 -

Publicado por Lucas Ribeiro

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A Igreja Católica contará com dois novos santos. Do Hospital Gemelli de Roma, onde está internado há 12 dias, o papa Francisco autorizou as canonizações do italiano Bartolo Longo e o beato venezuelano José Gregorio Hernández Cisnero. Os decretos foram publicados ontem, anunciou o Vaticano, sinalizando que o pontífice, acometido por uma pneumonia bilateral, pode trabalhar e que seu quadro clínico, embora ainda crítico, parece estar melhorando.

Francisco também convocou um consistório — uma assembleia de cardeais —, cuja data não especificou. E divulgou sua mensagem para a quaresma, sob o tema Caminhemos juntos na esperança. Nela, o jesuíta, de 88 anos, convida os fiéis a "prepararem os corações à graça de Deus para poder celebrar com grande alegria o triunfo pascal de Cristo sobre o pecado e a morte".

"O papa descansou bem a noite toda", informou a Santa Sé, no primeiro boletim de ontem. O último comunicado, divulgado no fim do dia, destacou que o jesuíta havia recebido a eucaristia e trabalhado. Além disso, ele se submeteu a uma tomografia computadorizada de controle programada para o monitoramento da pneumonia.

"O estado clínico do Santo Padre continua crítico, mas estável", indicou a nota, reforçando que o prognóstico permanece reservado — o que significa que não há certeza quanto às chances de recuperação. Na véspera, foi reportada uma "ligeira melhora" do pontífice numa nota que destacou que a "insuficiência renal leve", constatada no fim de semana, não era motivo de preocupação.

EM ATIVIDADE -  Em sua suíte, no 10º andar do Hospital Gemelli, Francisco começa a receber seus colaboradores mais próximos. Na segunda-feira, concedeu uma audiência ao secretário de Estado, o cardeal italiano Pietro Parolin, e ao arcebispo Edgar Peña Parra, respectivamente o número dois e o número três da Santa Sé. Foi nessa reunião de trabalho, a primeira desde sua internação, que Francisco assinou as canonizações e convocou o encontro de cardeais.

Conhecido como o "Médico dos Pobres" (1864-1919), José Gregorio Hernández será o primeiro santo da Venezuela. Hernández, já venerado como santo há décadas no país caribenho, foi beatificado em maio de 2021, em meio à pandemia de covid-19.

"O dia tão esperado chegou! O papa Francisco assinou o decreto para a canonização do nosso Beato José Gregorio Hernández", celebrou o cardeal venezuelano Baltazar Porras, em um vídeo nas redes sociais.

Por sua vez, o advogado italiano Bartolo Longo (1841-1926) foi beatificado em 1980 pelo então papa João Paulo II. Espírita na adolescência, ele se converteu anos depois ao catolicismo, fundou o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia (Itália) e se dedicou a ensinar o catecismo.

Em caráter reservado, uma fonte do Vaticano disse à agência de notícias France Presse (AFP) que, a curto prazo, a audiência "significa que o papa está melhor". Ainda na segunda-feira, a Santa Sé informou que a "insuficiência renal leve" que Francisco sofre desde domingo "não é preocupante".

Em meio a muitas especulações sobre a saúde de Francisco, o Gabinete de Imprensa do Vaticano negou uma reportagem publicada pelo semanário francês Paris Match, que dizia que o papa seria transferido em breve para outro hospital na Ilha Tiberina, em Roma.

VIGÍLIAS - Apreensivos, católicos permanecem em oração pela recuperação do papa, que enfrenta a quarta e mais longa internação desde 2021. E, desta vez, com a saúde mais debilitada, após passar por cirurgias e dificuldades para caminhar. Há quatro anos, ele passou 10 dias no Hospital Gemelli para ser submetido a uma "colectomia esquerda", uma operação na qual 33cm de seu cólon foram removidos.

Apesar da chuva, centenas de fiéis se reuniram novamente na Praça de São Pedro, após uma vigília semelhante, celebrada na véspera, na presença de cerca de 30 cardeais.

A cena recordava as concentrações que aconteceram antes da morte de João Paulo II, em 2005, mas o cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, que coordenou o Conselho de Cardeais do papa, afirmou que "ainda não é momento para que ele vá para o céu". "É alguém que não recua diante das dificuldades, não desanima, não se paralisa e não deixa de seguir em frente", disse ao jornal La Repubblica.

A igreja de Santa Maria Dolorosa, que reúne a comunidade argentina de Roma também realizou, ontem, uma missa de apoio ao compatriota Jorge Bergoglio. Na cerimônia, o cardeal italiano Baldo Reina pediu uma "oração em uníssono" para que "o Senhor dê ao papa Francisco saúde, fortaleza (...), capacidade para enfrentar este momento".

"Sempre rezamos por ele e, agora, redobramos. É uma oração em dobro, com toda a fé do mundo. Por isso, estamos aqui", afirmou Marcela Oviedo, uma argentina, de 55 anos, que está de passagem por Roma.

Fiéis de origem vietnamita se reuniram diante o monumento em memória de São João Paulo II, na entrada do Hospital Gemelli, que já se tornou um ponto de encontro de católicos em apoio ao papa.

Desde a hospitalização do pontífice, o Vaticano tem informado duas vezes por dia sobre o seu estado de saúde, uma transparência notável em comparação com os papas anteriores e algo que o próprio Francisco desejava. O jesuíta pediu que nenhum detalhe sobre sua situação seja omitido dele e dos fiéis.

Todas as manhãs, por volta das 7h GMT (4h em Brasília), um breve comunicado oficial geralmente indica que ele teve uma "boa noite" e, mais tarde, por volta das 18h GMT (15h), um boletim médico mais preciso apresenta detalhes de sua evolução clínica e dos exames do dia.

Com informações: Correio Braziliense.

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