Crônicas dos Campos Gerais: Agressão à História | aRede
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Crônicas dos Campos Gerais: Agressão à História

Texto de autoria de Camila Pasetto Kiapuchinski, bacharel em Serviço Social, empresária na área de alimentos, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais.

Texto de autoria de Camila Pasetto Kiapuchinski, bacharel em Serviço Social, empresária na área de alimentos, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais.
Texto de autoria de Camila Pasetto Kiapuchinski, bacharel em Serviço Social, empresária na área de alimentos, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais. -

Da Redação

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Era uma agradável tarde de outono, neste dia em que fiz uma visita aos meus avós. Sentamos num banco que havia em frente à casa e, entre uma conversa e outra, fiz algumas perguntas a respeito do passado deles, desejando saber um pouco mais sobre suas histórias e a de meus antepassados.

Meu coração se aquecia diante dos relatos que vinham com muita facilidade. Fui sendo inundada por lembranças atrás de lembranças. Elas nem sempre eram boas, algumas vieram envoltas por mágoas, outras por genuíno sofrimento, porém, em sua grande maioria, os olhos mareados e o sorriso puro entregavam as mais felizes presentes em suas memórias.

Não demorou para minha avó aparecer com alguns documentos de família, e, em meio a eles, um recorte de jornal. Este era de uma coluna que trazia memórias e fotos da cidade de Ponta Grossa.

Naquela edição, abril de 2001, fotos da antiga Capela de Sant´Ana eram estampadas na reportagem: uma foto de sua construção original e outra durante a sua demolição; nesta, estava escrito: Agressão à História.

─ Foi aqui que casamos! Olha como era linda! Olha que judiação o que fizeram com ela! ─, dizia minha avó ao me mostrar o recorte do jornal. Seus olhos desviaram da reportagem enquanto os meus a liam, mas parei imediatamente ao perceber que ela narrava com empolgação e, ao mesmo tempo, com pesar os detalhes do interior da capela e as lembranças daquele dia.

Presenciando aquilo, cheguei à conclusão que ela também se sentia agredida, de alguma forma. Aquela doce lembrança de um dia especial, veio seguida por um gosto amargo, por não poder nunca mais entrar naquela capela que foi testemunha de um dos dias mais importante de sua vida.

A última celebração, segundo a mesma reportagem, ocorreu dia 29 de janeiro de 1978. Dezoito anos após seu casamento. Ela teve a oportunidade de por apenas 18 anos reviver seu dia especial na capela original.

Texto de autoria de Camila Pasetto Kiapuchinski, bacharel em Serviço Social, empresária na área de alimentos, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).

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