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Teatro faz homenagem as escritoras negras

A entrada arrecada absorventes, pasta de dentes e sabonetes que serão destinados à moradoras de rua

A entrada arrecada absorventes, pasta de dentes e sabonetes que serão destinados à moradoras de rua
A entrada arrecada absorventes, pasta de dentes e sabonetes que serão destinados à moradoras de rua -

Da Redação

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A entrada arrecada absorventes, pasta de dentes e sabonetes que serão destinados à moradoras de rua

Na próxima terça-feira (17) às 20h30 acontecerá na Academia La Ballerina, na Rua Santana, a peça teatral 'Carolina, presente' que faz homenagem às escritoras negras. O elenco composto por artistas de Ponta Grossa, reúne teatro, música, dança e literatura para contar a história de Carolina Maria de Jesus, escritora negra, catadora de papel, favelada e mãe solteira.

A atriz Dájila Munhoz afirma que dar protagonismo às mulheres negras é “uma luta contra padrões e quebra de barreiras raciais”. Ela acredita que “é importante colocar em pauta a negritude, que somos importantes, somos belas, lutamos por igualdade e que visibilidade negra importa!”.

Em entrevista disponibilizada na internet, Vera Eunice de Jesus Lima, filha da escritora (que será interpretada pela criança Maria Clara Alves), revela que Carolina gostava de ouvir valsas vienenses e dançar sozinha. Esta curiosidade será representada pela bailarina negra Jordana Murmel. “Falar sobre mulheres negras faz a gente se sentir pertencente”. Segundo ela, fazer ballet e ocupar um espaço majoritariamente branco é bastante significativo. “A palavra que melhor define é representatividade. Me sinto feliz quando uma criança se identifica com o volume do meu coque e a cor de minha pele. O ballet ainda é um espaço que precisa ser ocupado. É muito difícil encontrar sapatilhas, meias e acessórios para a pele negra”, por exemplo.

A apresentação também reúne as cantoras Letícia Carvalho e Camila Oliveira, do grupo AMUTUÁ. Apesar de Carolina Maria de Jesus ter sido reconhecida como escritora, ela também lançou um álbum de samba e uma de suas composições será interpretada pela dupla. Camila lembra que “o samba foi feito pelas mulheres negras e se não fosse por elas, não teríamos este patrimônio histórico”. Ela afirma que ficou em choque ao conhecer e interpretar uma canção de Carolina, principalmente por sua letra e história. “Eu estou feliz em abraçar esta causa e fazer parte disto ao reproduzir uma canção, colocando em pauta, em nosso tempo e pra nossa cidade a importância das mulheres negras”, completa.

Após a peça acontecerá uma entrevista com a escritora e professora Aparecida de Jesus Ferreira, autora de diversos livros, como “As bonecas negras de Lara”. As mulheres negras, no contexto brasileiro, são quantitativamente maioria. No entanto, a literatura destas mulheres não alcança muitos espaços. Aparecida afirma que ler mulheres negras também é um estudo de percepção social, já que “a partir do momento em que escritoras e mulheres negras escrevem, elas escrevem a partir de um lugar de fala e isto possibilita que, no momento em que o enredo é construído, a história e os personagens são pensados a partir do lugar que a mulher negra circula. Isto possibilita que os leitores entendam as experiências que as mulheres negras passam cotidianamente”.

A escritora aponta que “quando a gente pensa na construção da identidade das pessoas não há como desassociar gênero, classe e raça, pois elas estão interseccionadas”. No entanto é importante refletir sobre as especificidades e distinções entre eles, pois “um corpo negro passa por situações diferentes de um corpo branco”. A luta por equidade de tratamento é umas das questões que não podem ser ignoradas, fazendo com que “as mesmas possibilidades que são dadas para mulheres brancas também sejam dadas para mulheres negras. E estas possibilidades só serão dadas a partir do momento em que se pensa políticas públicas de acesso a trabalho, tratamento de saúde, educação, etc”, completa. Pensando na pirâmide social, a mulher negra está na base por passar por três tipos de opressão: ser mulher, ser negra e ser pobre. 

Neste caso, a peça teatral entra como uma ferramenta de reflexão e uma oportunidade para visibilidade da mulher negra. A direção coreográfica é de Mackaulen Tavares e a direção geral de Zek Ramos. A entrada será absorventes, sabonetes e pastas de dentes, que comporão um kit de higiene que será destinado à moradoras de rua. O evento tem apoio do LaBallerina, Newschool e Pássaro Liberto e é uma realização da Diálogos Culturais.

Para saber mais, basta acessar www.dialogosculturais.com

Com informações da Assessoria de Imprensa 

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