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Crônicas dos Campos Gerais: ‘O fantasma e a bruxa'

Doutorando em Educação pela UNICAMP. Mestre em Educação pela UEPG e professor da rede pública do Estado do Paraná.
Doutorando em Educação pela UNICAMP. Mestre em Educação pela UEPG e professor da rede pública do Estado do Paraná. -

Texto de autoria de Luciano de Oliveira, Professor de Língua Portuguesa, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais 

O fantasma e a bruxa

O fantasma ao qual me refiro, caro leitor e leitora, é o time do Operário de Ponta Grossa no Paraná, e a bruxa é o dia 31 de outubro de 2020, do qual esperávamos a primeira vitória da equipe alvinegra, sob o comando do novo técnico, Matheus Costa, sobre o Botafogo de São Paulo.

Almejava sinceramente, assim como todos os torcedores, que o fantasma vencesse a bruxa solta em campo e conseguíssemos pelo menos um mísero 1 a 0, afinal, o grito de gol está preso na garganta, desde quando o Gersinho ainda era o técnico. A bruxa não apenas sobrevoou o estádio, mas por duas vezes impediu que a bola fosse no fundo da rede do adversário, ao usar sua vassoura como trave, lugar preferido para seu poleiro. Isso só para citar alguns exemplos. Foram duas gargalhadas assustadoras, daquelas de bruxa solta.

Para o Botafogo de São Paulo, o fantasma só assustou mesmo. Engano pensarmos que a bruxa estava ao lado deles, senão a vitória adversária seria certa. Nós, operarianos, também nos arrepiamos de medo, pois a bola passou muito perto do poleiro das bruxas em nosso campo durante o jogo. Entusiasmado, queria que o fantasma superasse a bruxa, para que neste momento, querido leitor e querida leitora, vocês estivessem lendo um relato com exaltação e elogios que merecem nosso time e toda sua maravilhosa equipe, porém, com

outro tom, o da vitória, mas findo o jogo, eu descobri o motivo da treta.

Ainda, durante os primeiros momentos da partida, ouço que alguém bate à nossa porta aqui em casa. Com um olho na tela e outro na visita “inesperada”, percebo vozes infantis num único coro...

─ Doçuras ou travessuras? Lógico que naquele momento, com o coração na mão, em pleno horário do jogo amargo, não me daria ao trabalho e ao luxo de responder doçuras. Respondi travessuras! Nem pensei nas consequências. As crianças saíram tristes, de cabeça baixa, e seguiram para novas aventuras infantis do halloween. Se arrependimento matasse, eu estava mortinho neste momento!

Nem havia reparado que se tratava do ‘dia das bruxas’, visto que a vingança viria justamente em cima do fantasma. Foi o que aconteceu. Notaram o motivo das gargalhadas da bruxa? Lembrem-se de que no dia 31 de outubro, especialmente quando o fantasma estiver em campo e as crianças questionarem, doçuras ou travessuras, deveremos responder, carinhosamente, doçuras! Daí quem sabe as bruxas tornem-se nossas amigas e nos façam felizes pelo menos numa noite assombrosa de final de mês.

Texto escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais.

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