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Lideranças se unem para viabilizar construção de Porto Seco em PG

Estudo de Viabilidade foi apresentado no dia 12 de setembro com objetivo de justificar a instalação da estrutura na cidade

Um Porto Seco é uma estrutura de armazenamento localizada fora das cidades litorâneas
Um Porto Seco é uma estrutura de armazenamento localizada fora das cidades litorâneas -

Ponta Grossa deu o primeiro passo para a instalação de uma estrutura que impactará diretamente os setores de logística, importação, exportação e industrial do Paraná. Em 12 de setembro, foi apresentado o ‘Estudo de Viabilidade’ para a instalação de um Porto Seco no município, de responsabilidade de elaboração do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O projeto, financiado pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg) e pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG), foi anunciado em uma reunião onde estiveram presentes a prefeita Elizabeth Schmidt (União); a secretária Municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional (SMICQP), Faynara Merege; o delegado da Receita Federal de Ponta Grossa, Remy Deiab Junior; e representantes da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e da Acipg.

Localizada nos Campos Gerais, uma região geográfica e cultural do Paraná, Ponta Grossa é a 4ª cidade mais populosa do Estado, lar de 375.632 habitantes, conforme dados de 2025 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos anos, o município experimenta um aumento em índices de desenvolvimento, como novas indústrias, geração de empregos, saúde e comércio. O estudo busca, partindo de dados que envolvem diretamente estes setores citados, justificar a instalação de um Porto Seco na cidade, um sonho antigo, como destaca Priscilla Garbelini, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG) e uma das responsáveis pelo estudo.

“Houve tentativas anteriores. Em um dos processos, a Receita Federal chegou a aprovar o projeto, mas na fase de habilitação, nenhuma empresa demonstrou interesse em operar — resultando na deserção do edital para operação do Porto Seco. Em outra oportunidade, a decisão de indeferimento foi registrada de forma muito sucinta, sem detalhes técnicos”, pontua.

Apesar do histórico, Priscilla vê o atual cenário como favorável, principalmente pela realidade experienciada em Ponta Grossa, pela união entre instituições e o Poder Público e por todos os problemas apresentados nos antigos projetos terem sido resolvidos com o novo estudo.

“Podemos apontar como soluções a atualização completa dos estudos, incluindo pesquisas primárias com indústrias locais, com o apoio de entidades como Sebrae, Acipg e Conselho de Desenvolvimento, Fiep além do poder público municipal, garantindo robustez técnica. E talvez o ponto mais importante seja a nova realidade mercadológica que a região vive, dado a instalação de novas empresas, as quais movimentarão grande quantidade de produtos importados e exportados”, finaliza.

Priscilla Garbelini - Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG)
Priscilla Garbelini - Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG) |  Foto: Arquivo Pessoal.
  

Para que o Porto Seco se torne um projeto real, dois passos determinantes foram tomados para sua concretização. O primeiro foi a elaboração do estudo, que destaca todas as vantagens estruturais pertencentes a Ponta Grossa. Na infraestrutura de transporte, a cidade está localizada em uma posição geográfica privilegiada, cortada ou próxima de importantes rodovias, como as BRs-376, 373, 153 e a PR-151, além de ser o município com o principal entroncamento rodoferroviário do sul do País e dispor de um aeroporto em reforma. Na Indústria, Ponta Grossa é uma das cidades paranaenses que mais importa e exporta, principalmente matérias-primas como madeira e soja, como destaca a secretária Faynara Merege.

“São vários os atrativos. Uma localização estratégica, a infraestrutura logística consolidada, parque industrial diversificado e em franca expansão, a disponibilidade de mão de obra qualificada, sustentada pela presença de universidades públicas e privadas, e também a demanda empresarial por serviços aduaneiros expressiva. Somados, estes elementos tornam a cidade um local altamente favorável para a instalação de um Porto Seco, reunindo condições técnicas, econômicas e estratégicas que justificam plenamente o empreendimento”, explica Faynara.

Faynara Merege é a chefe da pasta de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional de Ponta Grossa
Faynara Merege é a chefe da pasta de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional de Ponta Grossa |  Foto: Grupo aRede.
  

Outro ponto importante é a autorização por parte da Receita Federal. No Brasil, a instituição é quem possui a competência para fiscalizar às operações de comércio exterior que envolvem o território nacional. Em Ponta Grossa, a Delegacia da Receita Federal do Brasil (RFB) é uma instituição cuja jurisdição cobre 60 municípios, sendo 58 no Paraná e dois em Santa Catarina. Embora não seja ela quem detém o poder de deferir a construção do Porto Seco, sua validação é um importante passo da indicação que o projeto pode, sim, ocorrer em Ponta Grossa. Neste caso, como destaca o delegado Remy Deiab Junior, o que foi observado até o momento é extremamente favorável. 

“Avalio que o cenário se apresenta tecnicamente mais favorável para a eventual aprovação do pleito. Enquanto cidadão ponta-grossense, quero que dê certo. Enquanto delegado da RFB em Ponta Grossa, estou envidando todos os esforços institucionais, respeitando-se os requisitos legais, para a medida ser exitosa, pois certamente atenderá o interesse público e atuará como um poderoso indutor do crescimento econômico da nossa região, completa.

"Enquanto cidadão ponta-grossense, quero que dê certo. Enquanto delegado da RFB em Ponta Grossa, estou envidando todos os esforços institucionais, respeitando-se os requisitos legais, para a medida ser exitosa" destaca Remy Deiab
"Enquanto cidadão ponta-grossense, quero que dê certo. Enquanto delegado da RFB em Ponta Grossa, estou envidando todos os esforços institucionais, respeitando-se os requisitos legais, para a medida ser exitosa" destaca Remy Deiab |  Foto: Grupo aRede.
  

PRÓXIMOS PASSOS - Com a apresentação do projeto e sua aprovação por parte dos líderes municipais, o próximo passo tomado foi a apresentação de um pedido de instalação do Porto Seco na cidade juntamente com o estudo de viabilidade para a Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 9ª Região Fiscal (PR e SC). A reunião ocorreu na última terça-feira (16), e envolveu lideranças políticas, empresários e as principais instituições envolvidas no desenvolvimento do estudo de viabilidade: Acipg, CDEPG, Fiep e Sebrae.

Após está etapa, e caso o pleito seja deferido, ocorre a instauração do procedimento licitatório. Caso haja um vencedor nesta etapa, o responsável deverá cumprir as condições legais e editais, além de demonstrar condições econômicas e estruturais necessárias para operar o Porto Seco, como destaca a DRF de Ponta Grossa.

“Caso alguém vença o procedimento licitatório, cumprindo as condições legais e editalícias e demonstrado possuir condições econômicas e estrutura necessárias para operar o Porto Seco, de modo que também se tenha segurança jurídica, inicia-se uma terceira etapa, também complexa e com suas peculiaridades, qual seja, os procedimentos para a efetiva instalação e operação do Porto Seco em Ponta Grossa, que demandará atuação do município, da União, de vários órgãos governamentais e também da iniciativa privada”.

O QUE É UM PORTO SECO? - Um Porto Seco é um terminal alfandegário que atua como ponto de armazenamento de produtos para importação e exportação. Embora sejam terminais privados, seu uso é público e o principal objetivo de sua construção é a interiorização das operações que normalmente ocorrem nos litorais, diminuindo custos logísticos e agilizando trâmites. O desenvolvimento de um Porto Seco em uma região fora do litoral ocorre também com o foco em desafogar as regiões marítimas, evitando assim o congestionamento de cargas e veículos de transporte. Seu posicionamento em locais estratégicos, como São José dos Pinhais e Cascavel, cidades que operam com um Porto Seco no Paraná, traz agilidade nos trâmites, melhora o desempenho logístico das operações, além de solucionar problemas de armazenagem e abarcar a demanda crescente por armazenamento de produtos.

Proposta fortalece cadeira produtiva, gera riquezas e empregos

A instalação de um Porto Seco no Parque Industrial da cidade de Ponta Grossa é um sonho antigo. Um objetivo ao qual o município se prepara para realizar. Nos últimos anos, Ponta Grossa vive período de grandes investimentos, obras e crescimento econômico acelerado. Um dos marcadores deste desenvolvimento, o Valor Adicionado Fiscal (VAF), parâmetro utilizado para mostrar a geração de riquezas de um local em um determinado período, mostra que Ponta Grossa, nos últimos 10 anos (2014 - 2024), apresentou um crescimento na geração de riquezas de 233,68%. Em 2014, por exemplo, o VAF do município foi de R$ 6,53 bilhões. Em 2024, R$ 21,78 bilhões. As áreas de Indústria (297%), Produção Primária (185,89%) e Comércio e Serviços (143,50%), foram os setores que mais apresentaram crescimento.

Esta evolução no VAF não é espantosa. A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (União), destaca que a cidade vem se preparando de forma planejada e contínua para receber um projeto desta dimensão, seja através de investimentos na indústria, que somam R$ 15 bilhões, seja através da marca de R$ 1 bilhão em obras públicas, que transformaram a cidade no maior canteiro de obras do interior do estado.

“Nos últimos anos, estruturamos nosso parque industrial, avançamos em mobilidade e infraestrutura logística e consolidamos nossa posição como o principal entroncamento rodoferroviário do Sul do Brasil. Garantimos segurança energética, fortalecemos nossa malha ferroviária e criamos políticas públicas de incentivo que aumentam a atratividade para novos investimentos”, destaca a líder do Executivo.

Elizabeth encerra sua fala destacando que o projeto do Porto Seco é um passo fundamental para que Ponta Grossa tenha a sua matriz econômica ainda mais desenvolvida. Uma prioridade do presente.

“Não é somente uma demanda logística, mas um passo fundamental para transformar ainda mais a matriz econômica da cidade, gerar empregos, atrair novos investimentos e ampliar nossa competitividade no cenário nacional e internacional. O Porto Seco não é um projeto do futuro distante, ele é uma prioridade do presente, e vamos lutar com firmeza para sair do papel e se torne realidade quanto antes”.

Elizabeth Silveira Schmidt coloca a construção de um Porto Seco como um 'passo fundamental'
Elizabeth Silveira Schmidt coloca a construção de um Porto Seco como um 'passo fundamental' |  Foto: Grupo aRede.
  

A instalação de um futuro Porto Seco renderá inúmeros benefícios para Ponta Grossa. Rafael Issa Rickli, coordenador regional da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), ressalta o desafogo logístico e o impulsionamento nas indústrias como um dos principais avanços.

“O Porto Seco será um desafogo logístico estratégico para Paranaguá, ao transferir parte do processo de desembaraço aduaneiro e consolidação de cargas para o interior. Isso reduz filas e gargalos na faixa portuária, agiliza o transporte e diminui custos de espera em pátio. Para a indústria, os benefícios são evidentes: menor custo logístico e maior agilidade no escoamento da produção”, explica Rafael Rickli.

Além disso, a implementação de uma estrutura como essa ajuda a resolver demandas históricas apontadas pela Fiep, como questões envolvendo burocracia, custos altos e velocidade no escoamento.

“Entre as principais demandas que o Porto Seco ajudará a resolver estão: excesso de burocracia centralizada em Paranaguá; altos custos logísticos, que reduzem a competitividade da indústria paranaense frente a outros estados; necessidade de descentralizar os serviços aduaneiros e aproximá-los das regiões produtivas; e a rapidez no escoamento em períodos de safra, quando há concentração de cargas”, encerra.

Rafael Issa Rickli, coordenador regional da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep)
Rafael Issa Rickli, coordenador regional da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) |  Foto: Grupo aRede.
  

Estes avanços destacados pela Fiep são reforçados pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), uma das patrocinadoras do estudo de viabilidade. Como destaca a instituição, a construção de um Porto Seco representa também a modernização nas operações e influencia na atração de novos recursos para a indústria da região.

“Acreditamos que a instalação de um Porto Seco em Ponta Grossa seria um passo essencial para modernizar e agilizar as operações de exportação e importação. Considerando que Ponta Grossa é um importante polo industrial e logístico do Paraná, acreditamos também que sua instalação tem o potencial de aumentar ainda mais a atratividade para novos investimentos e consolidar nossa posição como um centro de distribuição estratégico na região Sul do país”, destaca a Acipg.

ALÉM DE PONTA GROSSA - Um dos principais benefícios com o desenvolvimento de um Porto Seco na região de Ponta Grossa não favorece somente a cidade, mas também a Portos do Paraná, uma empresa pública estadual que exerce a administração dos portos de Paranaguá e Antonina, no litoral paranaense. Como explica Marcus Vinicius Freitas, diretor jurídico da empresa, um Porto Seco em Ponta Grossa representa uma expansão na capacidade de armazenamento e manejo de cargas, benéfica também para a empresa. 

“Nos últimos seis anos, tivemos um aumento de 25% na movimentação de cargas na Portos do Paraná. Saltamos de 53 milhões de toneladas para fechar o ano passado em 66 milhões e 700 mil toneladas. O Porto Seco auxiliaria muito a Portos do Paraná em termos de capacidade estática de armazenamento de carga. É importante termos esse incremento na nossa capacidade retroárea de cargas”, destaca Marcus.

Este benefício se impulsona ainda mais, uma vez que Ponta Grossa é a cidade do Estado que mais envia caminhões para a Portos do Paraná no País na categoria ‘seguimento de granel’ . Produtos, como soja e cevada, matérias-primas de destaque no agronegócio brasileiro, também são as principais mercadorias onde a logística relacional entre Ponta Grossa e a empresa mais se convergem.

“Ponta Grossa é a Cidade que mais envia caminhões para a Portos do Paraná. Cerca de 7% dos caminhões que recebemos no ano passado tiveram origem do município. Neste ano, 1/3 do farelo de soja exportado pela Porto do Paraná tem origem em Ponta Grossa, e a cevada é outro produto que a cidade tem uma grande representatividade. Mais de 40% do que importamos de cevada foi para Ponta Grossa”, finaliza Marcus.

Marcus Vinicius Freitas - diretor jurídico da Portos do Paraná
Marcus Vinicius Freitas - diretor jurídico da Portos do Paraná |  Foto: Arquivo Pessoal.
  

Diante deste cenário, a instalação de um Porto Seco poderá não somente mudar a realidade ponta-grossense, mas de todo o estado do Paraná.

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