Fadel quer seguir representando os Campos Gerais na Alep em 2026

Moacyr Elias Fadel Junior é um político paranaense que atualmente atua como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) pelo Partido Social Democrático (PSD). Castrense de origem, destaca-se por sua política municipalista, onde costuma estar presente e atuante na realidade dos municípios, principalmente naqueles localizados nos Campos Gerais.

Além destas pautas, também destaca-se por suas ações na educação e no agro. Em sua terra natal, elegeu-se prefeito em 4º mandatos, onde ficou até o ano de 2022, quando assumiu seu atual cargo e passou a integrar a base do Governo do Paraná no Poder Legislativo. Moacyr Fadel é o oitavo entrevistado da série ‘Eleições 2026’, uma produção do Grupo aRede em parceria com o Blog do Doc.com.

Em sua entrevista, Fadel destacou o seu desejo de continuar representando Castro e os Campos Gerais na Alep após as eleições de 2026, garantindo que será candidato a deputado estadual novamente. Também salientou os investimentos realizados na região através do seu trabalho com o governo de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).

Moacyr Fadel também relembrou parte de sua trajetória política, analisou o atual cenário de pré-eleições ao Governo do Estado e ao Senado Federal, e comentou sobre a polaridade política vivenciada no Brasil atualmente. Confira a entrevista completa abaixo:

aRede/Jornal da Manhã: Como tem observado este cenário que antecede as eleições do próximo ano?

Moacyr Fadel (PSD): É muito cedo para avaliar tudo isso. O que existe hoje é uma perspectiva para saber quem é o candidato do governo. [...] Estamos vivenciando um momento maravilhoso no governo do Estado. Do lado de cá tem três pré-candidatos, o Alexandre Curi (PSD), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), é um deputado municipalista, que atua no Paraná inteiro, conhece os 399 municípios. [...] O outro é o Guto Silva, secretário das Cidades, uma secretaria importantíssima no governo do Estado e [...] está fazendo um bom trabalho. [...] E o Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba. São os três nomes que estão despontando para ser os candidatos do Governo do Estado. Do lado de cá tem o Sergio Moro (União Brasil) [...] o qual é um candidato fortíssimo, na minha opinião. No outro lado tem o Partido dos Trabalhadores (PT) que provavelmente também lançará um nome ao governo do estado.

aRede/JM: Você é deputado que integra a base do governador Ratinho Junior (PSD). Como que você avalia esse trabalho do governador?

Fadel: Fui prefeito por quatro mandatos no município de Castro. Fui presidente da Câmara com o governador Jaime Lerner e com o Requião. O Requião também foi um governador municipalista, mas não se compara ao que está acontecendo hoje. [...] Só aqui nos Campos Gerais foram mais de R$ 2,7 bilhões investidos diretamente nos municípios, em obras, em conquistas, na saúde, na educação.[...] O governador Ratinho Junior é uma pessoa diferente, uma pessoa com QI diferenciado, um potencial muito forte. É um pecado se ele não for o nosso presidente da República, porque ele iria transformar o Brasil como ele fez aqui no estado do Paraná. [...] O estado está realmente bombando com crescimento de mais de 7%. É maravilhoso vivenciar esse momento como deputado.

aRede/JM: O presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi, é um dos nomes postulantes a ser candidato ao Governo do Estado. Como o tema está sendo tratado lá?

Fadel: Curi, entre a classe política, é uma unanimidade. [...] É uma pessoa extremamente resolutiva, positiva, trabalhadora. Na Assembleia, ele realmente fez um trabalho diferenciado, ele apoia todos os projetos de todos os deputados, inclusive da oposição. Ele é uma pessoa muito firme quando tem que ser firme. [...] Hoje, na Assembleia, o Alexandre tem mais de 70% dos deputados a seu favor. 

aRede/JM: Se fala muito em uma união desse grupo (Curi, Greca e Guto Silva), [...] Você acredita que essa união pode permanecer ou é possível haver uma divisão?

Fadel: A política é muito dinâmica, então vai depender de vários fatores. Depende da composição, das características de cada candidato. [...] Existe a vaga do Senado Federal que não se fala. [...] Precisamos de senadores que nos representem de verdade. Que briguem, vão atrás, tragam recurso, pensem no macro, o que não acontece hoje, infelizmente. Se pudermos ter, dentre esses três nomes, dois senadores que fossem eles ou até outros bons nomes [...] o Paraná seria os Estados Unidos daqui a 10 anos. Todo mundo fala sobre o governo, mas temos duas vagas no Senado que são muito importantes para o Estado do Paraná e que têm que ser considerado. Não acredito em ‘racha’. Acho que o governador terá a serenidade suficiente para poder escolher o melhor candidato para o estado do Paraná.

aRede/JM: Sobre a sua atuação enquanto deputado estadual, como está o seu trabalho em conjunto com os prefeitos da região?

Fadel: Essas parcerias têm acontecido muito. Sou deputado da cidade de Castro. Tenho compromisso com a população. [...] Independente de postura política ou condições políticas, continuei trabalhando pela cidade de Castro e consegui levar quase R$ 120 milhões para o município com o apoio do governador. Recentemente teve o asfalto do Socavão, com o compromisso que ele tinha comigo desde o ano passado. [...] Castro, nos últimos oito anos, vem bombando. Ela cresce mais que o Estado do Paraná. Está com um crescimento de 9,7% ao ano. [...]  Tenho também trabalhado muito para os municípios vizinhos. Piraí do Sul também terá recorde de investimentos. Carambeí, Ipiranga. Conseguimos levar muito recurso para Ipiranga. [...] Estou muito feliz com esses recursos que conseguimos trazer aqui para os Campos Gerais, quase R$ 800 milhões de investimento. Só nos Campos Gerais foram investidos R$ 2,7 bilhões do Governo do Estado. É muito dinheiro e isso mostra o potencial de desenvolvimento dos nossos municípios e a força política que os Campos Gerais tem hoje perante o Estado do Paraná.

aRede/JM: O desafio agora seria manter essa representatividade, certo?

Fadel: Não tenha dúvida. Vamos ter a eleição em 2026 e pretendo me candidatar à reeleição para que eu possa continuar fazendo esse trabalho. A hora que o povo entender que não quer mais, tenho que pegar o chapeuzinho e cuidar do que é meu. [...] Sou apaixonado por política. Me satisfaço fazendo o bem para as pessoas e sempre entrego isso na mão de Deus. Sempre falo: "Deus, se for para ser, se você puder me usar como seu instrumento para ajudar as pessoas, me use". Tive problema na minha candidatura. Minha oposição é muito forte, tanto que tentaram caçar o meu mandato. Sempre entreguei na mão de Deus e ele sempre esteve ao meu lado me dando forças para continuar trabalhando. Sou candidato à reeleição e o futuro a Deus pertence. Vamos ver quem que vai ser o próximo governador, que se Deus quiser vai ser do nosso grupo também. E se não for, temos que trabalhar em prol do Paraná.

aRede/JM: Quando você decidiu ser candidato a deputado estadual, você teve que renunciar ao cargo de prefeito, [...] e aí teve toda aquela questão judicial. Pode falar sobre?

Fadel: O que fizeram comigo foi uma sacanagem. Renunciei à prefeitura e entraram com um processo que estourei a folha. 54,2%, e o limite é 54%. O juiz deu na comarca. Isso foi seis meses antes da eleição. Até você correr atrás, defender. Então fui muito prejudicado na minha eleição. Teve os outros candidatos se aproveitando disso [...], mas acabei vencendo e com a benção de Deus. Hoje estou aqui deputado. Foi muito difícil a decisão quando o governador Ratinho Junior me convidou e existia o vácuo na região, porque essas características que tenho, são poucos deputados que tem. Ir aos municípios, visitar, conhecer a realidade de cada cidade, cada bairro dos municípios dos Campos Gerais. [...] Já tinha esse conhecimento. O governador sabia disso [...]. Sabia que, como deputado, poderia continuar ajudando o município de Castro também. Então está sendo muito gratificante. Tenho um bom relacionamento com todos os prefeitos dos Campos Gerais, Norte Pioneiro. Atuo muito no Norte Pioneiro também. E tenho sido muito procurado por outros prefeitos de outras regiões. [...] Quero atender todos bem. Estou indo até aonde a minha perna alcança. Até onde o meu limite físico, pessoal e mental alcança.

aRede/JM: Como que você avalia a questão do ‘Tarifaço’? Recentemente teve a ida dos prefeitos para reivindicar essa questão [...] Como que você vê também essa questão?

Fadel: Achei muito louvável o que os prefeitos fizeram e espero que os deputados federais, que são os que têm competência para comprar essa briga pelo estado do Paraná, comprem de verdade e ajudem os nossos prefeitos, as nossas prefeituras, as nossas cidades, com todo o nosso apoio aqui também. Resolver esse problema que é emblemático, principalmente no setor da madeira, que foi o mais atingido. Ali são as grandes empresas que pegam os Campos Gerais, em especial o município de Jaguariaíva, que teve as demissões em massa.

aRede/JM: No cenário político nacional observamos muitos extremos. [...] Você avalia que a política pode realmente conseguir sair disso ou você vê uma polaridade nas eleições do próximo ano?

Fadel: É muito difícil sair dessa polaridade. Mesmo tendo 50% na minha opinião, de pessoas de centro e inteligentes. Porque o extremismo para mim é ignorância. É uma burrice do tamanho do mundo. [...] Existem boas coisas dos dois lados. [...]  E infelizmente está se conduzindo para esse lado. [...] Sou muito mais o Ratinho Junior do que o Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, porque o Ratinho tem essa visão. O Ratinho não perde esse tempo de defendendo lado. [..] Os demais pegam umas bandeiras de esquerda e direita para lacrar na internet. E o povo que se lasque [...]. Se continuar o extremismo de direita e esquerda, quem vai perder é o país. [...] É uma perda de tempo tão grande e morro de dó do povo que não tem nada a ver com isso. [...] São pautas burras que não bota o prato com comida na mesa das pessoas. [...] São pautas que não têm nada a ver com o desenvolvimento do país. Esse é o meu pensamento. 

aRede/JM: Existe ainda a reta final deste ano na Alep, alguns projetos a serem votados. [...] Obviamente o orçamento do Paraná para o próximo ano seja um dos principais, se não o principal projeto a ser discutido. Você acredita que é isso mesmo ou tem mais alguma pauta?

Fadel: Acho que tem algumas pautas que vão ser relevantes, que estão sendo levantadas até o final do ano com relação a algumas estatais e a economia do Estado do Paraná, mas a grande maioria já foi feita. O ano que vem, politicamente falando, acaba, sim, em abril. Você não pode mais, após abril que entra o período eleitoral, executar, fazer ou promover qualquer coisa que possa ser entendido como eleitoreiro. Então tudo que você prevê em fazer vai ser feito este ano. [...] As perspectivas são ótimas. Estou muito otimista. Acho que vivemos um momento muito especial e que tem que ser considerado nessas próximas eleições.

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