Sikêra Junior põe a polícia atrás de estudantes de PG

Acadêmicos de Direito seriam ligados ao ativismo digital. Depoimento previsto para esta terça-feira (28) foi desmarcado

Depois de a Justiça do Amazonas determinar que a página Sleeping Giants Brasil parasse de “dar seguimento à campanha de constrangimento aos anunciantes” do programa de televisão e internet comandado por Sikêra Júnior, o apresentador quer que Polícia Civil de Ponta Grossa interrogue três estudantes de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Todos eles são ligados ao ativismo digital.

A decisão liminar do último dia 13 é do desembargador Airton Luís Corrêa Gentil, da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). O magistrado deu 24h, a partir da notificação, para que a página e seus administradores, Mayara Stelle e Leonardo de Carvalho Leal, cessem a campanha, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

Os estudantes ponta-grossenses, ligados ao Sleeping Giants Brasil, deveriam se apresentar neta terça-feira (28), pela manhã, na sede da Polícia Civil, em Nova Rússia. Muito embora os depoimentos ocorressem na 13ª SDP, o pedido para interroga-los partiu do delegado Rafael Montenegro, de Manaus, onde reside o apresentador.

A campanha de desmonetização promovida pela página iniciou na véspera do Dia do Orgulho LGBTQIA+, 28 junho. No dia 25, ao criticar uma peça publicitária da rede Burguer King com temática LGBTQIA+, Sikêra praticou homofobia, chamando os homossexuais de “raça desgraçada”.

No vídeo, crianças de diferentes idades são entrevistadas e explicam que é normal ver homens e mulheres do mesmo sexo juntos. Algumas delas têm pais que são gays.

Em meio à pressão do grupo ativista nas redes sociais com a campanha de desmonetização, o Sikêra perdeu mais de 90 anunciantes – que deixaram de patrocinar seu programa ou vídeos na internet para não serem a associados à homofobia.