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Cônsul-geral define papel de exposição em Ponta Grossa sobre tragédia no Japão
Mostra "80 anos de Hiroshima e Nagasaki – inspirando a cultura da paz" está em exposição e teve abertura nesta terça-feira (25)
Iolanda Lima | 26 de novembro de 2025 - 02:50
O Museu Campos Gerais, em Ponta Grossa, recebe a exposição “80 anos de Hiroshima e Nagasaki – inspirando a cultura da paz”, que lembra oito décadas do lançamento das bombas atômicas sobre as duas cidades japonesas. A mostra conta com 30 painéis formados por imagens, textos e documentos que abordam o contexto histórico, a tragédia humanitária e os desdobramentos mundiais do episódio.
A cerimônia de abertura aconteceu nesta terça-feira (25), no Museu Campos Gerais. O evento teve a presença do cônsul-geral do Japão, Yasuhiro Mitsui, e da cônsul responsável pelo setor cultural, que irão apresentar a exposição e comentar brevemente o conteúdo ao público. A iniciativa é realizada em parceria com o Consulado do Japão em Curitiba e com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI).
Segundo Yasuhiro, sobreviventes da tragédia e familiares disponibilizaram a exposição para os consulados do Japão no Brasil. "No ano passado, o grupo de vítimas de Hiroshima e Nagasaki receberam o Prêmio Nobel da Paz e, este ano, completando 80 anos deste ocorrido da bomba atômica, eles distribuíram painéis a todos os consulados e embaixadas do Japão no mundo inteiro e nós também recebemos eles, por isso estamos os expondo", confirmou o cônsul.
Yasuhiro também afirma que Ponta Grossa está com o papel de mostrar às pessoas o que uma guerra faz com cidades e países, na visão dos painéis. "Na cidade de Ponta Grossa, temos esse espaço bonito e famoso para realizar esta exposição, que serve também para refletirmos e negarmos sempre as guerras no mundo. Essa exposição é uma forma de mostrar o resultado e o estrago que uma guerra com bombas atômicas faz", concluiu.
O diretor-geral do Museu Campos Gerais, Niltonci Batista Chaves, afirma que o museu não deseja ser o oficial da região, mas sim, um museu universal. "Aqui estamos trazendo um acontecimento da história universal, que altera o curso da história para a humanidade. O nosso museu se preocupa em trazer temas que sejam relevantes não só à região, mas sim ao mundo", disse Niltonci.
Sobre receber a exposição, Niltonci diz estar muito feliz e honrado de receber um material de cunho universal e de extrema importância. "Estamos honrados com a confiança do consulado em ceder essa exposição ao museu, mas é um momento de reflexão sobre a cultura da paz, que é uma visão de mundo e uma forma de enxergar a humanidade. Discutir a paz em um momento de intolerância e guerras, para nós, é muito importante", finalizou o diretor do museu.
TEMPO DE MOSTRA - A exposição ficará em cartaz por cerca de três semanas. Segundo a organização, o objetivo central é estimular a reflexão sobre a paz como valor essencial para a humanidade, usando a memória de Hiroshima e Nagasaki como alerta permanente contra a guerra e a violência. A visitação é aberta à comunidade e integra a agenda cultural do museu neste fim de ano.