Editorial
É hora de unir forças para salvar as indústrias e os empregos
Da Redação | 29 de julho de 2025 - 01:42

A partir da manifestação pública dos deputados Hussein Bakri (PSD), Moacyr Fadel (PSD), e Aliel Machado (PV), contra o tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente norte-americano Donald Trump, e em defesa das indústrias e empregos, o Governo do Estado anunciou a implementação de uma série de medidas, como a oferta de crédito, flexibilização de prazos para investimentos já acordados e utilização de créditos de ICMS homologados no Siscred para monetizar ou usá-los como garantia na tomada de recursos.
Os impactos sobre os setores ainda são incertos e o Governo do Estado não descarta adotar novas medidas ao longo das próximas semanas. Neste cenário de inquietação e incerteza, três empresas tomaram medidas para tentar contornar o atual momento econômico. a BrasPine, Millpar e Sudati – com unidades em Jaguariaíva, Telêmaco Borba, Guarapuava e Ventania – anunciaram férias coletivas para funcionários. A BrasPine, empresa referência na fabricação de molduras de Pinus, já havia anunciado férias coletivas para os colaboradores da unidade de Jaguariaíva, mas a medida se estendeu para a unidade de Telêmaco Borba, atingindo cerca de 1,5 mil colaboradores diretos.
Já a Sudati, uma das maiores indústrias brasileiras de compensados e MDF, também em Telêmaco Borba, anunciou um processo de reestruturação que impactará diretamente cerca de 100 colaboradores, que devem ser desligados da empresa. Com sede em Guarapuava, a Millpar, uma das maiores empresas do setor madeireiro da Região Central do Paraná, também anunciou a concessão de férias coletivas a seus funcionários.
O Paraná vende, em média, US$ 1,5 bilhão por ano em produtos aos Estados Unidos. Neste ano, até junho, foram US$ 735 milhões. Os principais produtos são madeira e derivados (MDF, esquadrias, portas, etc), mas nos últimos quatro anos mais de 90 grupos de produtos paranaenses alcançaram o mercado norte-americano, como máquinas, combustíveis minerais, plástico, alumínio, açúcar, café, adubos, borracha, produtos farmacêuticos, móveis, peixes, óleos vegetais, entre outros.
Com forte dependência do mercado norte-americano, o setor florestal do Paraná será o mais impactado pela tarifa imposta pelos Estados Unidos. O Estado já sente os efeitos da medida, com contratos cancelados, embarques suspensos, contêineres retidos em portos, férias coletivas forçadas e demissões em indústrias do ramo. Além disso, empresas reduziram suas operações para rever estratégias, com risco iminente de fechamento de unidades. É uma batalha árdua, mas o Brasil não pode se curvar ao autoritarismo e insensatez de Donald Trump. É hora de união pelas indústrias e pelos empregos. É dever de todas as lideranças ajudarem a manter a economia forte, com apoio irrestrito ao setor produtivo.