Editorial
O cuidado com os idosos deve ir além das ações governamentais
Da Redação | 09 de outubro de 2024 - 01:29
Dados detalhados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a evolução demográfica do Brasil mostram um aumento expressivo na proporção de idosos no Paraná. Atualmente, 1,9 milhão de pessoas com 60 anos ou mais vivem no Estado, o equivalente a 16% da população, quase o dobro do registrado há 22 anos, quando essa faixa etária representava 8,4% das pessoas residentes nos 399 municípios paranaenses. Em Ponta Grossa são 22 mil.
O envelhecimento da população é uma tendência que já vinha sendo observada ao longo das últimas décadas. Entre os censos de 2000 e 2010, o crescimento foi de 32%, passando de 809 mil para quase 1,2 milhão de pessoas. Entre os levantamentos de 2010 e de 2022, o aumento foi ainda mais expressivo, de 47%, chegando aos atuais 1,9 milhão.
É importante trazer um novo olhar para os idosos, apoiando as cidades para estejam adequadas ao atendimento das pessoas de todas as faixas etárias, baseado nas diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), com metodologias cientificamente comprovadas e atentos às demandas dessa faixa da população.
Se a população do Paraná está mais velha, ela também está mais ativa. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), também elaborada pelo IBGE, apontam que o Estado atingiu a marca de 400 mil trabalhadores ativos com idade igual ou superior a 60 anos no terceiro trimestre de 2023 (de abril a junho), o maior patamar da história.
O Governo do Paraná enviou recentemente, para a Assembleia Legislativa, o projeto de lei que propõe instituir o programa Paraná Amigo da Pessoa Idosa. A medida prevê uma série de ações que asseguram os direitos e o bem-estar da população com 60 anos ou mais no Estado, promovendo o envelhecimento ativo, saudável e protegido dos paranaenses.
Entre as principais medidas propostas estão a criação da Rede de Atenção à Pessoa Idosa, a promoção de atividades culturais, esportivas e de lazer adaptadas às necessidades deste segmento da população, o apoio aos municípios que aderirem às ações e a instituição de bolsas para idosos em situação de vulnerabilidade social e para os cuidadores familiares. A ideia é que, diante do aumento da expectativa de vida dos cidadãos, o programa fortaleça a autonomia das pessoas com 60 anos ou mais, estimule a participação delas na comunidade e combata o isolamento social.
O importante é a construção coletiva e intersetorial, para uma vida saudável e longevidade, envolvendo o Estado, as famílias e a sociedade na formulação e implementação de ações que assegurem os direitos dos idosos.