Editorial
Crise no transporte
Da Redação | 18 de novembro de 2020 - 02:23
Em meio a uma das mais importantes disputas
eleitorais de sua história, Ponta Grossa pode estar precipitando com uma grave
crise no transporte público. A Viação Campos Gerais (VCG) revelou, nessa
segunda-feira (16), a intenção de dispensar 230 funcionários. A concessionária
de transporte público de Ponta Grossa participou de uma audiência com o
Ministério Público de Trabalho e com Sintropas, quando expos uma série de
dificuldades provocadas pela crise da pandemia.
Para o prefeito Marcelo Rangel (PSDB), a pretensa ação da concessionária é descabida e questiona que este anúncio da empresa acontece num momento importante para a cidade. Como providência, ele publica um decreto nesta quarta-feira (18), que proíbe qualquer tipo de atitude unilateral que vise demissão em massa de funcionários da empresa.
À Procuradora e ao representante do sindicato, a empresa informou que as medidas operacionais que poderiam ter sido realizadas para minimizar o impacto de demissões já foram implementadas (suspensão de contrato de trabalho, redução de jornada de trabalho e escala de concessão de férias). Segundo a empresa, os valores devidos a títulos de rescisões serão obtidos junto a instituições financeiras ou se tentará viabilizar o parcelamento.
A empresa justifica a necessidade dessas demissões à grande redução de passageiros neste período de pandemia, que chegou a uma média de 50%. A redução de frota adotada no período, porém, resultou em menos de 20% dos quilômetros previstos. Isso, informa a VCG, traz uma grande diferença entre os custos da operação e as receitas do sistema, que caíram, e se tornaram “insuficientes para cobrir minimamente os custos operacionais”.
Rangel qualificou ainda que a demissão em massa na VCG, sem o aviso prévio à Prefeitura, órgão concedente do transporte público, é um “desrespeito com as famílias e com a população ponta-grossense.
Alguns apontamentos são importantes: uma demissão em massa trará consequências graves para Ponta Grossa, impactando na economia e principalmente em todo sistema de transporte, porque sem funcionários em quantidade suficiente, a empresa não conseguirá atender todas as linhas de ônibus.