Editorial
Em defesa da Procuradoria
Da Redação | 23 de novembro de 2019 - 02:03
A pergunta é pertinente: qual o interesse da União em
extinguir a Procuradoria-Seccional Federal da Fazenda Nacional? Também é
importante saber o que as lideranças políticas, as associações e entidades de
Ponta Grossa farão nos próximos 120 dias para evitar a desativação.
O fechamento da Procuradoria no mínimo é um desprestígio de
Ponta Grossa em relação ao Governo Federal. Isso fica muito evidente quando se
verifica que a portaria em Diário Oficial determina que os procuradores da
seccional do Município serão transferidos para outras três unidades: Cascavel
(PR), Guarapuava (PR) e a Unidade Virtual da 4ª Região, administrada por Porto
Alegre (RS).
Sugerir que a Procuradoria deve ser fechada como forma de
economia é um erro estratégico da União. É preciso identificar a importância de
Ponta Grossa no contexto político, social, cultural e econômico do Brasil. Não
é uma cidade qualquer.
Ponta Grossa é o quarto mais populoso do Paraná, com
351 736 habitantes, é o núcleo dos Campos Gerais, que tem uma
população superior a 1.100.000 habitantes e o maior parque industrial do
interior do Estado. O Município conta com a 9ª maior população
do Sul do Brasil e a septuagésima sexta do país.
A decisão do Governo Federal causa uma série de transtornos.
Servidores concursados também devem ser transferidos, enquanto estagiários e
trabalhadores terceirizados devem ter o contrato encerrado nos próximos dias. A
portaria dá 120 dias, a contar da última terça-feira (19), para concluir o processo
de transferência. Sendo assim, o fechamento completo da unidade deve ocorrer
até fevereiro.
Cabe à Procuradoria-Seccional Federal da Fazenda Nacional de
Ponta Grossa abrir ações e processos contra contribuintes locais que não estão
em dia com impostos federais. Quem vai erguer uma bandeira para a manutenção da
Procuradoria na cidade? A população espera uma iniciativa.