Debates
Tolerância Zero
Da Redação | 08 de julho de 2025 - 03:11

Por Marcos Lins Condolo
É com muita satisfação que fomos surpreendidos, na última semana,
com a deflagração da Operação Tolerância Zero, desencadeada pelos órgãos que
integram o Sistema Único de Segurança Pública atuantes em nosso município.
Voltada essencialmente à repressão ao tráfico de drogas, na região
central da cidade, a polícia desferiu um expressivo golpe na atuação de grupos
criminosos que realizavam a traficância no quadrilátero histórico e imediações
da Estação Saudade.
Sabidamente, estes locais públicos passaram a ser utilizados
como pontos de distribuição e consumo de entorpecentes, quase que notabilizados
por serem territórios livres de repressão policial, onde criminosos e usuários
transitavam livremente, sob o olhar condescendente e permissivo das autoridades
constituídas.
E pior, diante da ausência de permanente e sistemática repressão
à criminalidade, aquela região central da cidade possuía elevados índices de
ocorrências policiais, relacionados principalmente à prática de crimes contra o
patrimônio, gerando a abominável sensação de insegurança, abandono do poder
público e, principalmente, diminuição do atributo de cidadania, na medida que
se limitava o direito de ir e vir do cidadão.
Chama-se a atenção à denominação da Operação Tolerância Zero,
o que nos remete à experiência da cidade de Nova York, na longínqua década de
1990, em que se obteve a redução da criminalidade em 30%, no período de dois
anos, através do desencadeamento de medidas voltadas ao levantamento de
informações (inteligência policial) e o compromisso com a eficácia das ações
policiais.
Percebe-se que no caso princesino, seguiu-se a orientação novaiorquina,
em que foram realizados estudos, levantamentos e análises dos diversos pontos
críticos abordados, o que levou, inclusive, à prisão do líder da rede
criminosa.
Frise-se, um projeto de segurança relacionado à “tolerância zero”,
deve fundamentalmente voltar-se à recuperação de locais degradados e em estado
de abandono, que necessitam não só da atuação permanente e vigilante da
polícia, mas da participação de todo o tecido social.
Marcos Lins Condolo, colaborador JM