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O auxílio emergencial tenta nos livrar dessa situação precária

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Por Gabriela Bulhões 

O ano de 2020 é a prova de que o ser humano não pode criar muitas expectativas, foi só se animar com dias melhores que surgiu uma pandemia que acumula vítimas sem parar. A outra ilusão foi achar que o isolamento social duraria duas semanas e não meses. É rir pra não chorar mesmo. Com isso, a situação exigiu novos mecanismos econômicos. Ou seja, não existe maior tentativa de estancar a ferida do que o auxílio emergencial.

Oficializada no começo de abril, o governo federal criou o auxílio emergencial de R$ 600 mensais por três meses a trabalhadores informais, com o objetivo de aliviar a crise econômica. A estimativa era beneficiar 54 milhões de pessoas com o custo de R$ 98 bilhões. Agora, se contemplou todo mundo é outra coisa.

Antes de falarmos dos espinhos, vamos apreciar as flores. A medida foi fundamental para os 30% mais pobres dos brasileiros e ainda representou em média 93% da renda dos domicílios, que não estão no mercado formal e ficaram sem sustento. Essa conclusão está em um estudo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE).

Além disso, há um ótimo exemplo entre os que já recebiam o Bolsa Família, o aumento da renda média triplicou. Continha rápida aqui: o auxílio paga R$ 600 em geral e R$ 1,2 mil para mães que sustentam sozinhas a família, enquanto o Bolsa paga em média benefício de R$ 190.

Quem diria que essa pandemia causaria tanto, não é mesmo? De acordo com a Caixa, 65,2 milhões de beneficiários já receberam o dinheiro dentro das primeiras parcelas,  totalizando R$ 121,1 bilhões. Porém, dos 108,9 milhões de cadastros no programa, cerca de 832 mil ainda esperam por reanálise, enquanto cerca de 1,2 mil ainda estão em primeira análise.

Sim, superamos a estimativa inicial. Não, não está tudo bem. O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse tudo quando falou que os números são um “convite ao debate”. Os espinhos enaltecem as mazelas sociais. Golpes usando nome de famosos, fraudes, dinheiro sumindo da conta, pessoas que se encaixam no requisito e nem assim conseguem. Com certeza você deve conhecer alguém que precisa do auxílio e nada. Em contra partida, R$ 57,5 milhões foram pagos para quem nem se quer se enquadrava nos critérios. E agora? É uma boa questão para terapia.

Na cadeia hereditária, o auxílio emergencial tenta nos livrar dessa situação precária. Prorrogado por mais dois meses, a estratégia econômica pode sair do casulo e se tornar outra política social, o Renda Brasil. A ideia é que passe a valer depois que acabar as parcelas do auxílio em setembro. Ainda não há uma proposta oficial, só que a vida é feita de surpresas. Portanto, a lição que temos é: não espere muito da economia brasileira, ela surta demais.

Gabriela Bulhões é jornalista

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