Debates
Rodovias Paranaenses - a porta de entrada do narcotráfico.
Da Redação | 24 de junho de 2020 - 02:54
Por Marcos Lins Condolo
As últimas ações policiais desencadeadas em diversos trechos da malha rodoviária estadual, compreendendo os municípios de Terra Roxa, Curitiba, Irati, Mandaguari e Marechal Cândido Rondon, que resultaram na apreensão de mais de 1.500 quilos de entorpecentes, dão mostras, primeiramente, da rota do entorpecente no Paraná, o local de origem e a estratégia utilizada pelas quadrilhas que, de forma sistemática, servem-se das rodovias para, abertamente, transportarem substâncias ilícitas.
Neste contexto, em que pese a elevada extensão do sistema rodoviário de nosso Estado, o qual possui mais de 118.000 quilômetros de rodovias, fazendo divisa com três Estados da Federação e dois países (Paraguai e Argentina), ao lado das permanentes condições deficitárias que envolvem o aparato policial brasileiro, o policiamento deve necessariamente levar ao usuário da rodovia, a tão almejada sensação de segurança, através da ação de presença; a constante alteração de rotinas e procedimentos e ainda; a criação permanente de estratégias para o enfrentamento da criminalidade.
Além disso, ações preventivas desta natureza tem outros objetivos, quais seja, reduzir o número de acidentes graves verificados cotidianamente nas rodovias, que impactam sobremaneira o sistema público de saúde e também, coibir infrações de trânsito que colocam em risco a segurança dos usuários.
Evidentemente que o resultado das recentes apreensões de entorpecentes, tem sido fruto da organização e planejamento policial, por meio da manobra de recursos e a aplicação de pessoal em pontos críticos e sensíveis, cuidadosamente levantados através de dados estatísticos e o trabalho árduo da Inteligência Policial.
Mas, de qualquer maneira, percebe-se que de quando em vez, as quadrilhas adotam procedimentos diversos para enganar a fiscalização e consumar o delito. Tanto é verdade que, no contexto das últimas apreensões de drogas, os celerados foram abordados em veículos de uso comum, circulando na rodovia fora de horários de baixo fluxo; contrariando o estereótipo já assimilado, qual seja, a utilização de veículos potentes, circulando em estradas não pavimentadas, somente no horário da madrugada, longe das vistas do policiamento.
De qualquer maneira, entende-se que para otimizar o número de apreensões e, consequentemente, coibir a utilização das rodovias para o escoamento do tráfico de entorpecentes, disseminado pelo território nacional, torna-se oportuno: a harmonização dos esforços policiais; a adoção de planejamento conjunto entre os órgãos de segurança; o desencadeamento de ações integradas; a criação de ciclos de fiscalização rodoviária; o estabelecimento de parcerias e constante troca de informações entre os órgãos que integram o sistema de segurança pública, pois, sabidamente, o tráfico de entorpecentes causa profundos e irreparáveis prejuízos à sociedade.
Marcos Lins Condolo – Colaborador JM