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O meio ambiente está se reprogramando durante a Pandemia

Imagem ilustrativa da imagem O meio ambiente está se reprogramando durante a Pandemia

Dra. Daiane Garabeli Trojan

O mundo parou ou o mundo mudou? Certamente mudou e vai continuar mudando. Se por um lado vemos a natureza se regenerando: redução histórica do buraco na camada de ozônio, águas límpidas e povoadas por peixes em Veneza, melhora da qualidade do ar na China e Estados Unidos em função da relação antrópica do homem, desde suas vertentes de produção como turismo; por outro, teremos contato com impactos ambientais de outra natureza, como aumento na geração de resíduos sólidos domiciliares, assim como geração de resíduos hospitalares envolvendo descarte correto de EPI`s muito acima do que entendíamos como normal. Perceba que o ambiente está a todo momento se reprogramando para a atividade humana e diante desta pandemia não será diferente.

É importante temos a percepção que o mundo, a vida e o ambiente não serão mais os mesmos pós pandemia. Os hábitos de consumo, de transporte, de comunicação mudaram. Alguns aprendizados nesse período não vão retroceder, como as facilidades de deliverys, serviços à domicílios ou mesmo possibilidades de home office. Isso impacta fortemente o meio ambiente.

A pandemia do coronavírus despertou um olhar sensível em todas as áreas do conhecimento e de atividades econômicas. A educação mudou com atividades remotas, a agricultura também, principalmente sobre a demanda de produtos hortifrútis, assim como a indústria .A saúde avançou e provavelmente a arquitetura de casas e de equipamentos públicos também venham a mudar, já que estamos em fase de ressignificação da vida, de prioridades, de relações com meio ambiente.

Aproveitando a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, para lembrar que o meio ambiente é mais amplo que o prisma do ambiente natural, e que envolve também patrimônios históricos, espaços urbanos e o ambiente de trabalho. Nunca na história recente fomos tão carentes de relações sociais, tão impactados emocionalmente pelo ambiente de trabalho e saudosos do contato com a natureza em todas as suas formas.

Se relacionarmos os princípios de prevenção e precaução do direito ambiental, entendemos que o isolamento tem sido uma medida extrema da precaução, enquanto a ciência busca desenvolver a prevenção por meio de vacinas. Saúde pública, saneamento, meio ambiente não podem receber, neste momento, olhares diferentes, já que integram um mesmo sistema. A Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição Verde, nos garante “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Esse momento de pandemia que freia nosso ritmo de vida, deve proporcionar senão uma mudança brusca de consumo, ao menos uma visão da relação íntima do homem e a natureza, pela relação antrópica. Se não criarmos um novo normal para nossas rotinas de vida e trabalho, não haverá meio ambiente como conhecemos hoje para as gerações futuras.

Dra. Daiane Garabeli Trojan, engenheira agrônoma e professora da Unopar Ponta Grossa com atuação forte em projetos de extensão das áreas ambiental e social.

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