Debates
Aprender a aprender: a transição do negócio tradicional para o virtual
Da Redação | 29 de maio de 2020 - 01:25
Imersos em uma nova lógica de funcionamento da vida, estamos
reaprendendo sobre como nos portar e agir num mundo que até então tínhamos o
“domínio”. Há quem diga que o desconhecido agora é uma constante e a todo o
momento empresários e administradores recebem novas incertezas para driblar. Os
extremos estão postos e a dificuldade é real e constante. Será essa uma nova
realidade ou uma nova percepção de algo que sempre existiu? Independentemente
disso, é cada vez maior a necessidade de aprender a aprender para lidar com o
fluxo constante e acelerado de mudanças.
Necessidade de driblar as dificuldades com os recursos
tecnológicos, encarar o temor do vídeo, câmeras, microfones, usar plataformas
web, estabelecer contato com o cliente, com o fornecedor e estar presente no
ambiente virtual, pronto para findar relações comerciais e de confiança num
novo formato. O novo fascina alguns, mas aterroriza muitos. Precisamos aprender
a lidar com o que nos desafia, com aquilo que é novidade.
Nesses novos tempos tem sido desafiador reestruturar a ordem
do trabalho, dos estudos, das relações familiares, dos sentimentos e tantas
outras práticas que somadas à insegurança e à fragilidade humana, nos oferecem
um excelente momento para refletir como temos conduzido a nossa trajetória até
o momento.
Neste contexto de questionamentos, de que maneira nossos
negócios funcionam e que valores estão presentes todos os dias? O que
entregamos para o nosso público e qual a relevância do nosso produto ou serviço
na vida das pessoas? Ainda mais que antes, estas respostas precisam agora estar
tão claras quanto possível para as empresas e para seus públicos.
O desafio de pensar e agir no ambiente corporativo e
empresarial são reais. Enquanto muitos anônimos surgem nas redes sociais,
ofertando serviços e recursos de recuperação do setor, profissionais e
pesquisadores buscam compreender a realidade e traçar caminhos possíveis e
viáveis com o término da crise.
A busca por respostas obrigatoriamente nos remete a
uma visita ao passado. Se torna fundamental olhar para o consumo e estruturação
das atividades organizacionais até dias atrás. Para pensar o futuro empresarial
um grande balanço da trajetória precisa ser feito, não é mesmo? Não há receita
ou passos mágicos a serem seguidos para que tudo volte ao normal, pois a
normalidade ainda é desconhecida. Uma vez que nada voltará a ser como antes e
isto é consenso. Não podemos esperar que as fronteiras sejam novamente abertas
sem nenhum pudor, que as pessoas voltem a consumir os mesmos produtos e a
dividir o mesmo espaço de trabalho, pois parte dele certamente será virtual.
Vale lembrar o que disse o filósofo Soren Kierkegaard: a vida só pode ser
compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para
frente.
Sobre estas variáveis que deixaram de ser sugestivas e são
mais reais do que nunca, se faz necessário repensar sobre uma nova forma de
estruturar produtos e serviços, tendo o digital e o presencial como faces da mesma
moeda. O seu negócio está pronto para atuar virtualmente, o seu serviço atende
a esta nova necessidade? As descobertas e respostas serão construídas
mutuamente quando a retomada se der, de forma gradual e sensível ao novo
normal.
Claudio Hernandes é coordenador dos cursos de
Processos Gerenciais e Negócios Digitais do Centro Universitário Internacional
Uninter.