Debates
O uso da tecnologia como aliada na segurança residencial
Da Redação | 05 de novembro de 2019 - 00:01
Por Leandro Martins
Há poucos anos, imaginar uma portaria que funcionasse à
distância poderia soar futurista demais. Mas assim como aconteceu em outras
áreas, a tecnologia chegou aos condomínios residenciais e, por mais que algumas
pessoas, por falta de conhecimento, ainda sejam avessas à modernidade, não há
como ir na contramão da evolução. A presença física do porteiro ainda é em
muitos casos atrelada a segurança e, principalmente, comodidade, mas é, também,
um elo bastante frágil na portaria residencial.
Embora bastante controversos, há dois motivos que demonstram
essa fragilidade: o primeiro é a ausência do porteiro que, ainda que por poucos
minutos, ao deixar a portaria para auxiliar em atividades corriqueiras, como
entregar a correspondência ou ajudar a manobrar o carro, deixa o condomínio
suscetível. A segunda questão é a sua própria presença, que o deixa mais
exposto, sendo uma presa fácil de ser rendido ou ameaçado para abrir os portões
e liberar a entrada dos bandidos. A contrapartida de tais eventualidades pode
ser a contratação de uma portaria remota, por exemplo. Como os atendimentos são
rotativos, o próprio sistema identifica qual dos profissionais da central está
disponível naquele momento para atender o chamado, mantendo a impessoalidade
tão necessária nesse tipo de atendimento.
As vantagens vão ainda além, alcançando também a questão
financeira. Na portaria convencional, o profissional acaba, por muitas vezes,
ficando ocioso a maior parte do tempo, acarretando uma despesa alta para os
condôminos. Na portaria remota, os colaboradores são alocados dentro de uma
central e são capazes de atender diferentes condomínios ao mesmo tempo. A
consequência é que, com uma melhor gestão do tempo, é possível diminuir
consideravelmente os custos da portaria, uma das maiores despesas do
condomínio, gerando uma redução em até 60% do total gastos com esse serviço.
Outras vantagens vêm, muitas vezes, por consequência, tais como: a
possibilidade da redução da mensalidade do condomínio, que pode acarretar na
diminuição da inadimplência e maior facilidade na venda e locação dos imóveis
ou investimento em mais equipamentos de segurança, lazer ou fachada dos
edifícios.
O que vale de alerta na contratação de uma portaria remota é pesquisar com bastante critério quais são as empresas prestadoras do serviço, visto que muitas passaram a ofertar esse tipo de produto sem ter estrutura capaz de atender com qualidade, seja no quesito segurança e/ou no respaldo ao cliente. Para evitar a preocupação em torno da banalização do termo, o ideal é que o síndico ou gestor administrativo se certifique das qualificações e referências da empresa no mercado, além de, principalmente, atentar-se às facilidades de comunicação com o suporte aos clientes. É preciso, no que compete a segurança, que o atendimento seja sempre no menor tempo possível, de forma eficaz e extremamente assertiva.
Leandro Martins é administrador de empresas com MBA executivo em Gestão Estratégia e Financeira de Negócios, possui com longa experiência no setor, tendo ocupado inclusive posições de liderança nas empresas Teleatlantic e Siemens.