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Casal mora em cemitério a espera da casa própria

Pércio Brunoski, 38, e Daniele Kossoski, 40, moram num dos cemitérios da cidade, dividindo espaços com os túmulos e com outros acessórios comuns a esses locais

Invisível à sociedade, vivendo ao custo da esperança e pacientemente esperando a melhor sorte, um casal chama a atenção em Ponta Grossa não apenas pelas condições subumanas a que é submetido, mas principalmente pela opção de moradia. Pércio Brunoski, 38, e Daniele Kossoski, 40, moram num dos cemitérios da cidade, dividindo espaços com os túmulos e com outros acessórios comuns a esses locais.

Os semblantes desses moradores denunciam o sofrimento, a desesperança e principalmente o sentimento de discriminação. Os braços das políticas públicas de amparo aos necessitados não conseguem atingi-los. Acordam sem saber se irão comer durante o dia e dormem com a incerteza se irão contemplar o sol no dia seguinte.

O bom humor, talvez, é a carga de energia de Brunoski. Ele recebeu a equipe do JM e do portal Arede em suas ‘instalações’, na manhã de ontem, para contar essa experiência de vida. Afirma não se preocupar com os mortos e nem com as histórias de assombrações. “Aqui não tem espírito ruim. O que me preocupa é a insensibilidade dos vivos”, diz.
Brunoski mora há dois no cemitério e há quatro está na fila da Companhia Pontagrossense de Habitação (Prolar). ‘Ainda tenho esperança de ganhar uma casinha’, assinala. Enquanto isso não acontece, ele segue sua vida sem muitos atrativos, realizando pequenos serviços e acompanhando os cortejos fúnebres. ‘Não dá pra se queixar. Eu acho que tem gente em pior situação’, finaliza.

Daniele tem bolsa família e recebe míseros R$ 80 por mês. Ela mora com Brunoski há mais de seis anos e ainda tem esperança de a vida melhorar. ‘Nós já tivemos uma situação melhor, mas fomos enganados e perdemos praticamente tudo. Hoje temos apenas uma panela para cozinhar alguma coisa’, lamenta.

ETERNO LAR
Homem vive há 10 anos em túmulo
Davi Stremel, 57, também mora no mesmo cemitério. Ele sobrevive com a ajuda de moradores. A história de vida dele é permeada pela decepção familiar. Afirma ser de família rica e que teria sido enganado na divisão da herança. “Estou há 10 anos morando aqui”, resume.

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