Vítima de feminicídio em Maringá pediu em áudios que ex a deixasse em paz
Três dias antes de ser morta, Jéssica tentou registrar uma denúncia por ameaça contra o ex-companheiro na Delegacia da Mulher
Publicado: 22/12/2025, 00:00

Morta com seis tiros dentro de casa, em Maringá, no norte do Paraná, na madrugada desse sábado (20), Jéssica Daiane Cabral de Oliveira, 30 anos, enviou áudios dias antes do crime implorando para que o ex-companheiro, o guarda municipal Gerson Rafael Geidelis, 46, a deixasse em paz. O suspeito foi preso horas depois e confessou o crime, segundo a Secretaria de Segurança Pública do município.
Em um dos áudios, Jéssica afirma que não queria mais contato com o ex-companheiro e relata crises de ansiedade provocadas pelas insistências. “Eu e você não temos nada, não quero mais nada com você. Você me dá um estado de nervoso que me dá crise de ansiedade. Não quero te ver [...] Peço que siga sua vida em paz e me deixe em paz também”, disse. Ela ainda alertou que buscaria ajuda caso as abordagens continuassem.
De acordo com informações da polícia, Gerson invadiu a residência após arrombar o portão usando o próprio carro. Ele atirou seis vezes contra Jéssica e fugiu em seguida. Marcas da colisão ficaram no portão da casa e no veículo, que foi apreendido. Amiga da vítima, Nicole Ferreira, informou que a criança de 7 anos foi quem contou a ela sobre a morte da mãe.
“Minha afilhada veio falar para mim: ‘madrinha, eu acho que minha mãe morreu’. Perguntei por quê e ela disse que achava que o espelho tinha caído em cima da mãe”, contou Nicole. Segundo informações o g1/RPC apurou que, três dias antes de ser morta, Jéssica tentou registrar uma denúncia por ameaça contra o ex-companheiro na Delegacia da Mulher de Maringá. No entanto, foi até o endereço antigo da unidade. Como precisava ir ao trabalho, não conseguiu se deslocar até o novo local e não concluiu o registro.
Gerson é guarda civil municipal há 16 anos e, segundo o secretário de Segurança Pública de Maringá, Luiz Alves, usou a arma de serviço para cometer o crime. A pistola foi apreendida e possui identificação da Prefeitura do Município de Maringá (PMM). "Houve um erro cometido por um agente público. Erro esse identificado. E erro esse vai começar a ser corrigido agora, a partir do momento que esse indivíduo é preso", disse Alves. Ainda segundo a secretaria, o suspeito possuía os laudos que o habilitavam a portar arma de fogo no exercício da função.
Com informações do Correio 24 Horas.





















