Brasil e EUA mantêm negociações sem suspensão de tarifaço
O governo brasileiro pretende enviar negociadores a Washington na próxima semana para uma nova rodada de conversas com os EUA
Publicado: 28/10/2025, 07:04

O encontro entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, foi amistoso e cordial, mas terminou sem um acordo fechado sobre tarifas.
Após a primeira reunião oficial entre os líderes, o governo brasileiro pretende aproveitar o momento e enviar negociadores a Washington na próxima semana para realizar uma nova rodada de conversas de alto nível com os EUA sobre o tarifaço.
O pedido para um novo encontro, segundo apurou a CNN, partiu do presidente Lula durante a reunião com Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, no domingo (26).
Segundo o Itamaraty, uma primeira conversa entre as delegações do Brasil e dos Estados Unidos foi realizada nesta segunda-feira (27), e acrescentou que as conversas entre as equipes se concentraram em iniciar o diálogo sobre as negociações relativas às medidas tarifárias adotadas pelos EUA.
ENCONTRO - Por aproximadamente 50 minutos, os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos se reuniram em uma reunião na Malásia.
Ao lado de suas delegações, Lula e Trump fizeram uma breve declaração à imprensa antes do encontro.
O presidente americano disse estava honrado em estar com Lula e que esperava chegar a uma "conclusão rápida" sobre tarifas.
Em seguida, o líder brasileiro afirmou que tinha uma “longa pauta” a ser tratada com Trump acrescentando que estava otimista com a possibilidade de Brasil e EUA avançarem na manutenção da relação “mais civilizada possível”.
A conversa foi caracterizada como "muito positiva" pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira, que acrescentou que há esperanças em concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da tributação americana ao Brasil.
APROXIMAÇÃO - Em uma coletiva de imprensa nessa segunda-feira (27), Lula se mostrou confiante na negociação com os EUA.
"Vocês sabem que, se depender de mim e de Trump, vai ter acordo", disse.
O presidente também acrescentou que a negociação direta entre chefes de Estado é fundamental para resultados.
Segundo ele, intermediários muitas vezes dificultam o diálogo. "Agora não tem mais intermediário. Agora é o presidente Lula com presidente Trump. Gostemos ou não gostemos um do outro, nós dois temos que assumir a responsabilidade como chefe de Estado", disse.
A bordo do Air Force One, a caminho do Japão, o presidente dos EUA desejou feliz aniversário, a Lula, que completou 80 anos na segunda-feira (27), chamando o líder de “muito vigoroso” e afirmando que teve uma “boa reunião” com o brasileiro.
“E feliz aniversário. Quero desejar feliz aniversário ao presidente, ok? Hoje é o aniversário dele. Ele é um cara muito vigoroso, na verdade, e foi muito impressionante, mas hoje é o aniversário dele, então feliz aniversário”, afirmou Trump.
Ainda durante o voo, o líder americano disse que estava incerto sobre as perspectivas de um acordo. “Não sei se algo vai acontecer, mas veremos”, expressou ele.
A reunião foi articulada durante semanas por integrantes dos governos dos dois país, desde que os presidentes se encontraram brevemente durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro.
Os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula disse que as decisões recentes tomadas pelos Estados Unidos contra o Brasil foram “incorretas”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, não foi mencionado na conversa, segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa.
Informações: Metrópoles





















