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Tarifaço dos EUA coloca em risco 620 mil empregos no Paraná, diz Fiep

Federação das Indústrias do estado defende negociação técnica; Paraná anuncia créditos e uso de ICMS como garantia a exportadores

Com tarifaço de Trump em defesa de Jair Bolsonaro, setores do Paraná como madeira, móveis, sucos, pescados e papel e celulose podem perder até 98% do mercado, com risco direto para 620.000 empregos
Com tarifaço de Trump em defesa de Jair Bolsonaro, setores do Paraná como madeira, móveis, sucos, pescados e papel e celulose podem perder até 98% do mercado, com risco direto para 620.000 empregos -

Publicado Por Milena Batista

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A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) alerta que o “tarifaço” de 50% anunciado pelos EUA coloca em risco 620 mil empregos no estado, além de comprometer exportações, segundo relatórios da entidade. De acordo com a Fiep, é urgente uma “negociação técnica com os EUA para reverter a taxação”.

A Federação defende a criação de um programa emergencial similar ao da pandemia, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, com liberação de créditos de ICMS, suspensão de sanções e linha de crédito com juros subsidiados.

Os ofícios da Fiep, entregues ao governo estadual em reunião com empresários e parlamentares em Curitiba, pedem, ainda, o adiamento de 90 dias da entrada em vigor da tarifa, prevista para 1º de agosto — caso, de fato, a sanção ocorra — , para ganhar tempo na adequação das cadeias produtivas.

“Muitas indústrias têm cargas que estão em trânsito para os EUA e contratos que já foram cancelados, porque o comprador norte-americano, que vai receber a carga após o dia 1º, não está aceitando pagar 50% de adicional no preço de entrada”, explicou. “Além disso, a maior parte das empresas que têm os EUA em seu portfólio, tem todo o ciclo de insumos e estoque comprometido em cima dessa venda ao mercado norte-americano, um problema que vai se agravar”, acrescenta.

Governo do Paraná anuncia pacote de auxílio às empresas - Em resposta às demandas da indústria, o governador Ratinho Júnior (PSD) divulgou um pacote de medidas emergenciais para amenizar os impactos do tarifaço americano. Estão previstas: oferta de crédito via Fomento Paraná e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), com disponibilidade estimada em mais de R$ 400 milhões; flexibilização de prazos de investimentos no programa Paraná Competitivo; uso de créditos de ICMS homologados no Siscred para monetização ou garantia de operações de crédito.

Segundo o governador Ratinho Junior, “é nosso dever ajudar a manter a economia do Paraná forte nesse momento de incertezas”. O governo acompanha os desdobramentos e não descarta novas medidas nos próximos dias. Embora não seja um bolsonarista declarado, Ratinho Jr. tem buscado atrair votos da base bolsonarista, e movimentos como este podem reforçar essa tentativa de conciliação política em ano eleitoral.

Efeitos regionais refletem tendências nacionais - Governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Junior (PR) têm adotado iniciativas similares em defesa de exportadores que podem ser afetados pelas tarifas norte-americanas. Em São Paulo, Tarcísio anunciou R$ 200 milhões em crédito subsidiado e liberação de ICMS; em Goiás, Caiado liberou crédito com juros abaixo de 10% para exportadoras que mantivessem empregos.

Apesar das iniciativas bem vistas por empresários, integrantes do governo federal enxergam essas medidas como estratégias políticas: Tarcísio, Caiado e Ratinho Jr. são considerados nomes com potencial nacional para 2026, ainda que essas ações tenham efeito limitado frente à magnitude do tarifaço americano.

Traço importante do cenário é que todos os integrantes governamentais buscam os holofotes e estratégias internas que podem ser bem-vistas localmente, mas que em suma não terão efeito geral no país, caso o tarifaço entre em vigor em 1º de agosto. 

As providências inauguradas pelo governo paranaense chegam como tentativa de proteger setores exportadores vitais — como madeira, café, calçados e móveis — e preservar empregos e competitividade em um cenário de crescente tensão comercial internacional.

Informações: Correio Braziliense

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