Segundo cientistas, lua pode ser atingida por asteroide em alguns anos
Novas previsões sobre o objeto que ameaçou se chocar com a Terra indicam que as chances de atingir a Lua aumentaram
Publicado: 11/06/2025, 08:13

Em dezembro de 2024, foi descoberta uma rocha espacial chamada 2024 YR4. No início deste ano, ela chamou atenção porque tinha chances consideráveis de colidir com a Terra em 2032. Com o tempo, essa probabilidade cresceu, depois diminuiu – até ser praticamente descartada. Agora, o foco mudou: as novas previsões sobre o asteroide indicam que as chances de atingir a Lua aumentaram levemente, o que reacendeu o interesse dos cientistas.
O Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, conseguiu registrar o objeto em maio, usando a câmera de infravermelho para captar dados sobre sua trajetória. Uma equipe liderada pelo pesquisador Andy Rivkin, do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, nos EUA, analisou essas informações e conseguiu refinar a trajetória prevista do asteroide. Com isso, a precisão dos cálculos melhorou em quase 20%. Segundo a NASA, isso fez a chance de colisão com a Lua subir de 3,8% para 4,3%.
Mesmo com esse aumento, o risco é considerado pequeno e sem grandes consequências. Especialistas afirmam que, se a colisão ocorrer, não deve afetar a órbita da Lua. O astrônomo Pawan Kumar, ex-pesquisador do Instituto Indiano de Astrofísica em Bengaluru, explicou que eventuais detritos lunares lançados no espaço pelo impacto não representariam perigo. Caso chegassem perto da Terra, eles se desintegrariam ao entrar na atmosfera.
ENTENDA - O asteroide 2024 YR4 tem entre 53 e 67 metros de comprimento, mais ou menos o tamanho de um prédio de 10 andares. Quando foi descoberto, chegou a preocupar por ter mais de 1% de chance de atingir a Terra – a maior registrada para um objeto desse tipo. Em fevereiro, esse risco subiu para 3,1%, mas depois começou a cair com a chegada de novos dados.
Se atingisse nosso planeta, o impacto poderia causar uma explosão no ar, suficiente para quebrar vidros e danificar estruturas leves. A área de risco incluía o oceano Pacífico, partes da América do Sul, África e sul da Ásia. Segundo a NASA, seria improvável causar tsunamis, mesmo com impacto no mar.
Medições feitas posteriormente reduziram a chance de colisão com a Terra para 1,5%, depois para 0,3%, até chegar a 0,004%. No dia 24 de fevereiro, a NASA anunciou que o asteroide passaria com segurança e não representava mais ameaça. Desde então, cientistas também descartaram qualquer risco futuro de colisão com a Terra.
MONITORAMENTO - Estudos recentes mostram que a rocha provavelmente veio do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Aos poucos, ele foi puxado para uma órbita próxima da Terra. Desde abril, o objeto está muito distante e fraco para ser observado, mas deve reaparecer em 2028, quando será novamente monitorado.
Na próxima aparição, astrônomos pretendem coletar mais informações sobre a composição e o formato do asteroide. Esses dados ajudam a entender como esses corpos celestes se comportam e o que pode acontecer em caso de impacto, seja na Terra ou na Lua.
Embora não represente mais perigo, o asteroide 2024 YR4 foi um bom exercício para testar estratégias de defesa planetária, permitindo aos cientistas treinarem todos os passos: descoberta, análise, cálculos, comunicação e resposta.
Com informações: Olhar Digital.