Bispo Bruno Leonardo é citado em apuração por transação com alvo da PF
Documentos da operação Mafiusi apontam que o bispo de mais de 50 milhões de seguidores realizou transações para um faz-tudo do PCC
Publicado: 27/03/2025, 17:40

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal citam em relatórios transações suspeitas entre o bispo Bruno Leonardo Santos Cerqueira e uma empresa investigada por relação com o concierge da cúpula do Primeiro Comando da Capital, Willian Barile Agati.
O bispo Bruno Leonardo tem mais de 50 milhões de seguidores em sua conta no YouTube, o que o coloca como um dos maiores youtubers do país. No Instagram, o religioso tem 9,7 milhões de seguidores.
Ele é o responsável pela Igreja Batista Avivamento Mundial, sediada em Salvador (BA).
As informações sobre suas transações estão em documentos da operação Mafiusi, que mira Willian Barile Agati, apontado como uma espécie de faz-tudo da cúpula do PCC e integrante de um grupo envolvido no trafico internacional de drogas. O bispo, no entanto, não aparece como investigado no caso.
Agati e outras 13 pessoas já foram denunciadas pelo esquema de trafico internacional de drogas, mas ainda são investigados por lavagem de dinheiro proveniente do envio de cocaína para a Europa.
O empresário foi apelidado de concierge da cúpula do PCC por fornecer, segundo a PF, diversos serviços ao grupo criminoso. Entre eles, a logística para a exportação da droga e uma rede de empresa que seria utilizada para lavagem de dinheiro.
Várias dessas empresas são citadas pela PF e foram alvos de relatórios do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) por causa de transações suspeitas.
Uma delas é a Starway Locação de Veículos. Segundo a PF, trata-se de uma empresa de fachada utilizada para lavagem de dinheiro do grupo criminoso.
Entre as transações suspeitas da empresa citadas pelo Coaf estão sete transferências da Igreja Batista Avivamento Mundial para a Starway no valor total de R$ 2,2 milhões.