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Força Nacional irá atuar em conflito de indígenas com fazendeiros no PR

A atuação na região de Guaíra foi pedida pelo Ministério dos Povos Indígenas e autorizada pelo Ministério da Justiça após ataque na noite desta quarta, que deixou três indígenas feridos

Estimativa é que cerca de dois mil indígenas habitam a região de Guaíra e Terra Roxa
Estimativa é que cerca de dois mil indígenas habitam a região de Guaíra e Terra Roxa -

Da Redação

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A Força Nacional vai atuar na cidade de Guaíra, na região oeste do Paraná, para conter um conflito de terra envolvendo indígenas do povo Avá-Guarani e fazendeiros. A atuação foi pedida pelo Ministério dos Povos Indígenas no dia 27 de dezembro e autorizada pelo Ministério da Justiça após ataque na noite de quarta-feira (10) que deixou três indígenas feridos.

O ataque é um desdobramento do conflito que se arrasta por décadas e teve mais um capítulo aberto, quando o movimento indígena, em razão da paralisia sobre a demarcação, realizou a retomada de terra no dia 21 de dezembro, em espaços contíguos às aldeias Y’hovy e Yvyju Avary, de forma a garantir uma melhor distribuição das famílias no território.

De acordo com o relato de lideranças guarani, a agressão ocorreu quando a aldeia se preparava para uma celebração religiosa. Um grupo de homens armados teria ficado de tocaia perto do local da reza e começado a disparar contra as pessoas no início do evento. Entre os feridos, está a liderança Vicenta Martines, que se encontra internada no Hospital Bom Jesus em Toledo, e o sacerdote da aldeia.

Após os disparos, integrantes da comunidade saíram em busca dos autores, e um deles foi capturado, tendo sido mantido preso na aldeia até a chegada da polícia, mesmo em meio aos ânimos exaltados dos locais, pelo fato de que nada estava sendo feito com relação aos feridos na aldeia.

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio, esteve em Guaíra na quinta-feira (11), onde se reuniu com representantes da prefeitura e das polícias Civil e Militar, segundo ele, para "entender a realidade da região", com o intuito, nas palavras do secretário, "preservar as vidas tanto dos produtores rurais quanto dos índios que estão nessa situação", afirmou, ao portal G1.

Relatos das lideranças também informam que, especificamente, no dia do ataque, a polícia teria retirado a ronda e o cordão de segurança que isolava a área da ocupação desde os primeiros conflitos, e que tal fato teria sido aproveitado pelos agressores.

Confira a nota na íntegra do Ministério dos Povos Indígenas:

“Famílias indígenas do povo Avá-Guarani foram alvo de novo ataque na noite de quarta-feira (10), no município de Guaíra, oeste do Paraná. Conforme as denúncias, a ação foi organizada por fazendeiros. Três indígenas foram alvejados e estão hospitalizados.

No dia 21 de dezembro de 2023, os Avá-Guarani da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira, que está em processo de regularização fundiária, realizaram duas ações de retomada nas aldeias Y’hovy e Yvyju Avary. Em seguida, passaram a sofrer graves situações de ameaças e agressões por parte de grupos de não indígenas.

Nos dias 23 e 24 de dezembro, respectivamente, as aldeias Y’hovy e Yvyju Avary foram atacadas com emprego de milícia rural privada. Tão logo foi acionado, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) realizou interlocuções com as lideranças indígenas, por meio da Comissão Guarani Yvyrupá (CGY), e gestões junto à Polícia Federal (PF), que compareceu ao local. No ataque mais recente, o mesmo protocolo foi seguido pelo MPI, garantindo novamente a presença da PF para fazer cessar a violência.

Considerando a escalada do conflito na região, marcada por recorrente violações de direitos dos Avá-Guarani, no dia 27 de dezembro, o MPI solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) a atuação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na área, medida que acaba de ser autorizada para garantir a segurança dos indígenas”.

As informações são do portal Brasil de Fato

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