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Coluna MSN: Oito de janeiro ao vivo

“Trechos de meus diários anotados enquanto acontecia a última cartada bolsonarista”

Miguel Sanches Neto é escritor e reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa
Miguel Sanches Neto é escritor e reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa -

Publicado por Camila Souza.

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No meio da tarde, os canais de tevê começaram a noticiar a invasão da sede dos Três Poderes e o vandalismo dos bolsonaristas. Milhares deles foram a Brasília em ônibus fretados e alcançaram os edifícios e destruíram móveis, quadros, objetos, documentos. Uma cena que remonta a ação nazista na Alemanha. Pessoas broncas e truculentas destruindo os ícones da civilização.

Um quadro de Di Cavalcanti foi esfaqueado, em um simbolismo muito forte. Queriam matar as pessoas que apoiaram Lula, e a forma de materializar esta sina sanguinária é atingindo uma obra de arte. A arte representa o humano e só pode ser respeitada por humanos, o que leva estes manifestantes a se colocarem como animais diante do que não podem entender. Em vez de atacar o Ministro Alexandre de Moraes, quebraram a cadeira dele e arrancaram os seus objetos do armário. Um manifestante vestiu criminosamente a toga para encarnar o bordão de que “supremo é o povo”. Os nazistas sempre suprimiram os intelectuais e os artistas porque assim se destroem as formas de empatia, as mentes livres, os acumuladores de história.

O bolsonarismo se caracteriza pelo ódio às conquistas civilizatórias. Ódio à população LGBTQI+, ódio aos pobres, ódio aos artistas, ódio à democracia, ódio às pessoas com deficiência, ódio à ciência, ódio à história, ódio à universidade, ódio aos fracos.

Todo este ódio ficou exposto no grande quebra-quebra em Brasília. O que está obrigando os oportunistas a recusar a manifestação que eles apoiaram. Para sobreviver politicamente, os bolsonaristas tentarão negar o credo de ódio que os sustentou até aqui.

Esta tragicomédia, pois há algo de ópera bufa na invasão, servirá para nuclear o país a partir da gestão de Lula. E aí está o resumo do ódio dos manifestantes diretos e indiretos, pois sentiram o fortalecimento do governo petista.

O ato de vandalismo, uma facada na democracia, esvaziou o poder de Bolsonaro, que só se elegeu por conta de uma facada que levou durante a campanha.

O autor é escritor e reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa. No Instagram: @sanchesnetomiguel; no Facebook: https://www.facebook.com/miguelsanchesneto; no Twitter: @miguelsanchesnt.

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