Oito revelações sobre a população brasileira com o Censo 2022
Coletada durante 7 meses e analisada durante 2 pelo IBGE, a pesquisa é tida como o retrato mais completo sobre a população que habita no país
Publicado: 28/06/2023, 16:20
O Censo 2022 teve seu resultado divulgado nesta quarta-feira, dia 28 de junho, revelando vários fatos novos sobre o Brasil. Coletada durante 7 meses e analisada durante 2 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa é tida como o retrato mais completo e confiável sobre a população que habita no país.
Há várias surpresas trazidas pelos resultados do Censo. Neste texto, compartilhamos 8 fatos que passamos a saber sobre o Brasil.
Somos menos numerosos do que imaginávamos
O Censo mostrou que há, no total, 203.062.512 habitantes vivendo no país. O dado é surpreendente, pois a Organização das Nações Unidas (ONU) projetava para o ano uma população de 213 milhões de habitantes por aqui.
Ainda em dezembro de 2022, já com a coleta de dados prévios, o IBGE havia modificado a estimativa para 207,7 milhões — ou seja, 4,7 milhões de pessoas a mais em relação ao resultado final. Entretanto, o dado nos mantém como o sétimo país mais populoso do mundo.
São Paulo segue a cidade mais populosa do país
Embora pouca gente imaginasse outra coisa, agora é fato: São Paulo é, mais uma vez, demonstrada como a cidade mais populosa do Brasil. Ela tem 11.451.245 de habitantes. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro (6.211.423 de habitantes, uma redução em relação a 2010) e Brasília (2.817.068 de pessoas, um aumento de quase 10% em relação a 2010).
Os brasileiros estão tendo menos filhos
Um casal com muitos filhos, hoje em dia, vai parecer bastante antiquado aqui no Brasil. Isto porque há uma diminuição bastante significativa no número médio de filhos por mulheres e, consequentemente, por famílias. A longo prazo, por volta de 2035, isto pode resultar em uma diminuição da população.
Segundo Wilson Fusco, demógrafo da Fundação Joaquim Nabuco, para que não houvesse essa diminuição, o país teria que passar a conceber 2,1 filhos por cada família. Mas vale ressaltar que esta é uma tendência mundial, que tem se repetido em muitos países.
Poucas cidades concentram mais da metade da população
De fato, somos um país em que há uma forte concentração de pessoas em áreas urbanas. Em apenas 319 cidades (5% do total) vivem cerca de 56% da população do Brasil, totalizando 115,6 milhões de habitantes.
Só três municípios têm menos de mil habitantes
O Brasil tem, no total, 5.570 municípios. Alguns são bem pequenos, enquanto outros podem ser caracterizados como minúsculos. A título de curiosidade, apenas 3 têm menos de mil moradores: são as cidades de Serra da Saudade (MG), com 833 habitantes; Borá (SP), com 907; e Anhanguera (GO), com 924.
A população yanomami impactou nos dados de Roraima
Por mais que Roraima seja um estado pouco populoso, ele foi o que mais apresentou taxa de crescimento. É provável que isto tenha se dado por conta da execução do Censo Demográfico na Terra Indígena (TI), que levantou dados relativos ao povo yanomami neste estado. No total, 16.864 indígenas moram lá.
Vale saber que este mesmo Censo apontou que há, no total, 1.652.876 de indígenas no Brasil — um número aproximadamente 84% maior do que o contabilizado no Censo de 2010.
Sudeste é a região mais populosa
Neste dado, também não houve mudanças em relação a 2010. A região Sudeste é a casa de 84,8 milhões de brasileiros, o que totaliza 41,8% da população nacional. Só em São Paulo, estão 44 milhões dessas pessoas.
Já a região menos populosa é o Centro-Oeste, correspondendo a 8% dos lares brasileiros. Contudo, Roraima é o estado com menos moradores: 636 mil brasileiros estão lá.
As grandes cidades estão crescendo menos
O IBGE considera como grandes concentrações urbanas os locais que agregam uma população de vários municípios. Embora São Paulo tenha cerca de 11 milhões de habitantes, a cidade totaliza uma concentração urbana de cerca de 20 milhões de pessoas, pois há a somatória da capital com a região metropolitana.
O que o Censo 2022 observou é que houve um aumento populacional das cidades de porte médio (ou seja, acima de 100 mil habitantes) e uma diminuição nos grandes centros. Isto quer dizer que as pessoas estão cada vez mais preferindo morar nessas cidades satélites ao invés das capitais. "É o fato novo do Censo", observou Cimar Azeredo Pereira, presidente do IBGE.