Grupo compra pacotes para assistir Fórmula 1 e empresa some
Ônibus sairia de Irati e pegaria clientes em Ponta Grossa e Curitiba antes de partir rumo a São Paulo
Publicado: 10/11/2022, 16:53
Um grupo formado por moradores de três cidades do Paraná aguarda apenas a concretização do calote para procurar a Polícia Civil. Meses após comprar pacotes para assistir ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em São Paulo, o grupo não acredita mais que poderá viajar.
De acordo com relatos nas redes sociais, os responsáveis pela empresa* com sede em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, pararam de responder mensagens há cerca de dez dias e os telefones não funcionam mais. A viagem estava marcada exatamente para esta quinta-feira (10), véspera dos treinos livres.
Com valores que variam de R$ 2.899 e R$ 2.999, o pacote garantiria, segundo o anúncio, hotel, ingressos, transfers, guia, camiseta ou capa de chuva e seguro viagem. O ônibus sairia de Irati e pegaria clientes em Ponta Grossa e Curitiba antes de partir rumo a São Paulo.
O advogado João Eurico Koerner representa 8 clientes na capital paranaense. Segundo ele, a empresa é conhecida e tem certa tradição em eventos de automobilismo. “O diretor da empresa enviou áudio para os clientes há cerca de 10 dias para tranquilizar e dar coordenadas da viagem, mas, desde então, ele sumiu. Se você liga para o celular, cai direto na caixa postal, por exemplo. São várias reclamações, muito além do que eu represento”, disse.
Dezenas de vítimas
Na busca pelo registro da empresa, é possível confirmar que ela segue ativa. Muitos dos clientes temem o fato de a empresa ter ficado com documentos e passaportes. Segundo Koerner, o grupo aguarda apenas a concretização do calote para procurar a Polícia Civil. “É uma situação muito triste. Um cliente meu veio de Portugal para aproveitar o evento com os amigos. Um senhor de Irati nunca perdeu o GP Brasil, mas dessa vez não irá participar. Ainda temos clientes que nem sabem explicar para os filhos o motivo deles perderem o evento”, conclui.
Para organizar a denúncia, o grupo de vítimas criou um grupo de WhatsApp e diversas pessoas já participam dele. Com a representação, a Polícia Civil deve dar início à investigação do caso.