Ciclone mais poderoso do ano no planeta avança pelo Pacífico
Ciclone tropical Hinnamnor Hinnamnor é classificado como um supertufão com rajadas de vento de até 300 km/h.
Publicado: 31/08/2022, 15:22
O ciclone mais intenso no planeta até agora em 2022 avança neste momento no Oceano Pacífico rumo ao continente asiático. Trata-se do supertufão Hinnamnor, o equivalente a um furacão de categoria 5 no Atlântico e Pacífico Leste, no momento deslocando-se de Oeste para Leste em direção a ilhas que pertencem ao Japão.
Os ventos máximos sustentados da tempestade foram estimados em 257 km/h pelo Centro de Previsão Conjunto de Tufões (JTWC), do Pacífico, o que confere ao ciclone tropical a classificação de um supertufão raro. Rajadas de até 300 km/h provavelmente estão sendo registradas dentro da parede do olho, o anel de ventos destrutivos ao redor do centro calmo da tempestade. A tempestade está a 500 quilômetros ao Sul-Sudeste da ilha de Kyushu, no Japão.
A pressão central de Hinnamnor caiu para 920 hPa, tornando-se o sistema tropical mais forte até agora em 2022. Anteriormente, o sistema tropical mais forte do ano era o ciclone tropical intenso Batsirai, que tinha uma pressão central de 934 hPa. Batsirai atravessou o Sudoeste do Oceano Índico em fevereiro antes de devastar Madagascar com ventos destrutivos e matar pelo menos 21 pessoas.
O que um tufão tem de diferente de um furacão no Atlântico ou no Pacífico Leste? Nada. É a nomenclatura que muda. No Pacífico Leste e no Atlântico, ciclones tropicais com ventos sustentados acima de 120 km/h são denominados furacões enquanto no Pacífico Oeste, exceção da Austrália, são denominados de tufões.
No Atlântico e no Pacífico Leste, os furacões têm sua intensidade classificada na escala Saffir-Simpson, o que não ocorre com os tufões. Para que um tufão seja classificado como um supertufão no Pacífico Oeste, os ventos sustentados da tempestade devem ser de ao menos 241 km/h.
Para onde vai o ciclone?
À medida que Hinnamnor avança para o Oeste, a maior parte do Japão está sob aviso ou alerta, mas o risco maior é para as Ilhas Daito, a Sudeste de Okinawa, onde vivem cerca de 2.100 moradores. Outras duas pequenas ilhas povoadas na rota da tempestade, Minamidaitojima e Kitadaitojima, ficam a cerca de 60 metros acima do nível do mar em seu ponto mais alto e são feitas de calcário que se formou sobre antigos recifes de coral.
Não está claro ainda o quão perto a tempestade chegará das ilhas mais densamente habitadas do Japão. Nas últimas horas, o satélite japonês Himawari-8 capturou imagens impressionantes do supertufão. A tempestade era um “ciclone anular” bastante compacto, caracterizado por uma intensa borda de convecção, em torno do olho que tinha efeito estádio. Os ciclones anulares têm um raio mais estreito de ventos máximos e são mais simétricos, o que os ajuda a sustentar sua ferocidade.
Hinnamnor provavelmente manterá sua força por mais um ou dois dias antes da possibilidade de algum enfraquecimento modesto. Independentemente disso, já é a tempestade mais forte a ocorrer na Terra neste ano e pode ser muito problemática onde quer que ocorra. Projeta-se que ainda será uma tempestade de categoria 3 daqui a cinco dias.
Modelos numéricos indicam que Hinnamnor vai passar muito perto da costa da China, na altura de Xangai, e depois avançaria para Norte em direção à Coréia do Sul, que sofreu inundações desastrosas apenas três semanas atrás. O modelo europeu projeta uma trajetória sobre o Sul do Japão com ventos com força de furacão e chuvas abundantes.