Destruição na Amazônia tem aumento de 50% no último ano
A destruição da floresta amazônica segue em ritmo acelerado no Brasil.
Publicado: 11/03/2021, 10:46
A destruição da floresta amazônica segue em ritmo acelerado no Brasil.
Mais de 9,2 mil quilômetros quadrados (km2) de floresta foram derrubados entre Agosto de 2019 e Julho de 2020, comparado a 6,8 mil km2 no período de agosto de 2018 a julho de 2019, que já havia demonstrado um aumento de 50% em relação ao ano anterior. (dados do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Cientistas afirmam que as queimadas ocorridas na região amazônica geram perdas imensuráveis para a biodiversidade.Já o Greenpeace aponta que por trás da destruição e das queimadas da floresta está o agronegócio. Proteger a floresta dos desmatamentos, queimadas e invasões tem um elevado custo financeiro para seus proprietários.
Segundo o advogado Alessandro Callil, “um dos grandes desafios para a conservação de áreas naturais privadas é o custo para a manutenção destas propriedades, assim como os mecanismos burocráticos para captação de recursos visando este fim.”
Encontrar uma alternativa que traga o desenvolvimento econômico sem, entretanto, destruir com os recursos naturais da Amazônia é uma busca incansável.
Neste sentido, vem se desenvolvendo a consciência da economia da floresta em pé, ou seja, gerar condições para que os habitantes da região amazônica possam ter uma vida digna e com acesso a recursos suficientes para a preservação do bioma.
Segundo especialistas, iniciativas que aliam desenvolvimento econômico e preservação ambiental têm potencial para superar atividades ilegais e predatórias. Acreditando neste novo paradigma, um grupo de proprietários rurais do Acre encontrou na tecnologia uma forma de garantir a preservação da floresta de maneira economicamente viável.
Por meio da Blockchain criaram um criptoativo ambiental que permite a qualquer pessoa ou empresa do mundo contribuir com a preservação da Amazônia e minimizar a sua pegada ambiental.
O primeiro projeto da CRIPTAM, nome da criptomoeda, acontece em uma área de 40.000 hectares, localizada nos municípios de Cruzeiro do Sul e Porto Walter, no Estado do Acre.
Nesta área, além da existência de uma incrível biodiversidade, habitam 50 famílias nativas e uma tribo com aproximadamente 670 indígenas da etnia Shawãdawa. A área abriga, ainda, parte de campo de gás natural, já leiloado pela Agência Nacional do Petróleo e arrematado pela Petrobras, cuja exploração colocará em risco todo esse ecossistema.
A ideia é ser uma ferramenta que use a tecnologia para promover atividades agroextrativistas sustentáveis para as comunidades locais, fazendo frente às atividades ilegais ou predatórias, afirma um dos idealizadores do projeto.
O criptoativo foi delineado para incentivar a adoção de ações que visam à conservação dos ecossistemas e que podem gerar aos seus portadores benefícios expressos monetária e/ou não monetariamente.
Esse criptoativo ambiental, categorizado tecnicamente como um utility token, representa um conjunto de benefícios gerados pelas áreas de conservação privadas, tais como, manutenção da biodiversidade, absorção de gás carbono, redução da erosão do solo, subsistência de comunidades indígenas que habitam a região, entre outros.
Esses benefícios também são conhecidos por serviços ecossistêmicos, pois, são gerados pela natureza protegida pelos proprietários de RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Os recursos provenientes do lançamento do criptoativo serão aplicados na transformação das áreas vinculadas à CRIPTAM em RPPN e na sua consequente conservação, assim como na implantação de projetos de saneamento básico, fontes renováveis de eletricidade e melhoria na qualidade vida das comunidades nativas que habitam a região.
Questão relevante é que por meio da iniciativa o mercado ambiental alcança dimensão global, e qualquer pessoa ou empresa do mundo terá a oportunidade de ajudar a salvar a Amazônia.
Fernando Lopes, advogado autor do livro Blockchain, Bitcoin e Smart Contracts: a revolução dos ativos digitais (Editora Tirant) afirma que essas tecnologias embutem potencial para resolver graves problemas sociais.
“A desigualdade social e econômica, a corrupção, a insegurança nas relações contratuais, a degradação do meio ambiente, dentre outros problemas, pode ser combatida por meio da blockchain”, completa Lopes.
Com informações da assessoria.