Cotidiano

Além dos efeitos na saúde física e emocional do pet, medida pode ser prejudicial para a sociedade
Foto: pixabay.com
Cães abandonados podem ser uma epidemia nas cidades
Além dos efeitos na saúde física e emocional do pet, medida
pode ser prejudicial para a sociedade
O Brasil é um país que conta com uma grande população
canina. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, feita pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 44,3% das casas
brasileiras têm pelo menos um cachorro. Além disso, a população de cães foi
estimada em 52,2 milhões.
O faturamento do segmento pet também é massivo, de acordo
com o que foi divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos
para Animais de Estimação (Abinpet). Em 2017, foram gastos R$ 20,3 bilhões, ou
seja, mais de R$ 55,6 milhões por dia, R$ 2,31 milhões por hora e R$ 38,6 mil
por minuto!
Isso, porém, não esconde a triste realidade do abandono dos
cachorros, algo que é mais comum do que podemos imaginar, capaz de prejudicar
gravemente a saúde física e emocional do cão, além de poder se transformar em
uma verdadeira epidemia.
Vamos conhecer algumas estimativas sobre o assunto e entender o que pode ser feito para mudar essa situação e permitir que os cães tenham uma vida digna e saudável, bem como que sua proliferação não ocorra de maneira tão acelerada.
Quantos cães estão abandonados no Brasil?
Não há estimativas tão recentes e assertivas, mas de acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número já foi de 20 milhões,
além de mais 10 milhões de gatos, ou seja, a situação é alarmante.
Esse, porém, não é um problema exclusivo do Brasil. De
acordo com a Fundación Affinity, o número de animais resgatados no ano de 2017
foi de 138.307, dos quais 104.834 são cachorros. Na média, são mais de 287 cães
por dia e quase 12 por hora.
A Fundación Affinity também divulgou os principais motivos
que levaram ao abandono dos animais, que foram os seguintes, com a respectiva
participação sobre o número final:
Ninhadas indesejadas (15%);
Fim de temporada de caça (12%);
Fatores econômicos (12%);
Problemas de comportamento (11%);
Perda de interesse pelo animal (10%).
Ainda que sejam dados referentes à população espanhola, com exceção à temporada de caça, que não é algo forte por aqui, eles também ajudam a entender alguns dos principais motivos envolvidos com o abandono de cães no Brasil.
O que fazer para salvar a vida dos cães?
Algumas medidas que podem contribuir diretamente com a redução do número de cães abandonados são as seguintes:
Pense muito bem antes de integrar um cachorro à família
A expectativa de vida varia de acordo com uma série de
fatores, da raça às condições de saúde do animal, mas ela costuma estar entre
10 e 13 anos, ou seja, o cão deve ficar pelo menos uma década com você se
chegar quando ainda é um filhote.
Isso quer dizer que a decisão envolve planejamento, já que
os cachorros são seres vivos que merecem amor, carinho e cuidados. Quem não tem
certeza absoluta da decisão não deve tomar a iniciativa de pegar um cão.
Isso contribui diretamente para a diminuição do número de animais abandonados, já que quem os adota deve ter consciência de que sua estimativa de vida é longa.
Considere adotar ao invés de comprar
Existem várias entidades e empresas devidamente autorizadas
a vender cachorros, que oferecem um tratamento adequado aos pais e mães destes
animais. Porém, não deixe de pensar na possibilidade de adotar um cãozinho.
O número de animais abandonados nas ruas é bem grande, como
vimos anteriormente, isso sem contar os que ficam nos centros de zoonoses,
organizações não governamentais e até mesmo cuidadores independentes, que
dedicam suas vidas aos cuidados de animais resgatados.
Assim, você ajuda a reduzir o número de animais abandonados, terá um parceiro para lhe acompanhar em seu dia a dia, com muito amor, carinho, companheirismo e uma amizade duradoura e, além disso, mudará a vida de um pet para sempre.
Sempre invista na castração
O número de cães nas ruas nem sempre é uma consequência
direta do abandono de seus tutores, já que também pode ter sido causada pela
falta de um dos principais cuidados com os animais: a castração.
O procedimento faz com que eles não procriem mais e, assim,
deixem de gerar novos cãezinhos, muitos dos quais não são adotados e ficam nas
ruas ou mesmo não conseguem sobreviver.
Um casal de cachorros não castrados, com duas crias anuais e
gerando de 2 a 8 filhotes por cria, pode resultar em 12 novos animais dentro de
um ano, número que sobe para 66 em 2 anos, 382 em 3 anos, 2.201 em 4 anos e
superar os 12 mil depois de cinco anos!
Além da grande quantidade de cachorros que ficarão abandonados,
essa é uma questão que também pode impactar na saúde pública, pois esses
animais não passarão pelos cuidados adequados e podem contrair doenças
contagiosas para os humanos.
Micose, doença de Lyme, raiva e leptospirose são algumas
dessas doenças, que podem trazer sérios prejuízos à saúde humana a ponto de se
transformarem em epidemias, o que é bastante perigoso.
Portanto, a castração é benéfica sob diversos aspectos e é recomendada para cães de 7 a 10 meses de idade, embora possa variar de acordo com seu porte e raça. Quando feita por profissionais especializados, ela é indolor para o animal, que deve estar totalmente recuperado dentro de uma semana.
Abandono de cães: um problema que deve ser combatido
São muitos os efeitos negativos causados pelo abandono de
animais, tanto para eles quanto para os humanos, e o número infelizmente é bem
grande, o que pode ser confirmado pela quantidade de cachorros que vemos pelas
ruas.
Se cada pessoa fizer a sua parte, a tendência é de que a
situação se inverta com o passar do tempo, tanto pela diminuição do número de
animais que são abandonados quanto pelos cuidados com aqueles que já têm um
tutor para chamar de seu.
Se você já tem um melhor amigo animal, saiba que assim como
o antipulgas
para cachorro é obrigatório, a castração também, cujos resultados são
benéficos tanto para o seu animal quanto para os outros com os quais ele pode
se deparar e, por consequência, para todos que estão ao seu redor.