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Velório da menina que salvou irmão em incêndio gera tristeza

Jaqueline Andrade, de 16 anos, morreu nesta segunda-feira (18), após pouco mais de 60 dias de luta no no Hospital Universitário Evangélico MacKenzie

Menina que salvou irmão de incêndio morre no hospital
Menina que salvou irmão de incêndio morre no hospital -

Da Redação

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Jaqueline Andrade, de 16 anos, morreu nesta segunda-feira (18), após pouco mais de 60 dias de luta no no Hospital Universitário Evangélico MacKenzie

A adolescente Jaqueline Andrade, 16 anos, que salvou o irmão de um incêndio no dia 15 de janeiro em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, morreu na tarde desta segunda-feira (18) no Hospital Universitário Evangélico MacKenzie, em Curitiba, após lutar por pouco mais de 60 dias. A informação foi confirmada pela mãe da jovem: “Estou sem chão”, disse Dinair Farias de Andrade.

Velório foi marcado por tristeza

O velório da jovem heroína aconteceu nesta terça-feira (19), e reuniu amigos e familiares da guerreira Jaqueline. Marcado por tristeza, Jair Andrade, pai da jovem, afirmou em muitas lágrimas que os 60 dias da filha foram de muito sofrimento. "Dor dor dor. Perdendo sangue. Perdendo pedacinhos do corpo naquele drenamento que faziam (...) o braço dela chegou no osso para fazer o enxertinho dela".

Neste último dia de vida da filha, Jair relata uma confissão bastante comovente feita pela filha.Segundo ele, Jaquele pediu por ajuda. "Pai, pai faça alguma coisa por mim pai, me ajude. Eu falei filha você já tomou os remédios, meu anjo, não posso fazer nada por você agora", diz ele, visivelmente abalado.

"Eu fiquei 36h com ela. Quando eu entreguei ela às 7h ontem, eu vi o último tchauzinho dela com os três dedinhos. Agora tá aqui (aponta ele para o caixão). Nunca mais". 

Pai pede por justiça

Jair pede por justiça. "Eu quero justiça. Quero que descubram quem fez isso. Como que pode isso ficar assim? Ela salvou o Gabrielzinho, que tá ali".

Jaqueline Andrade teve 60% do corpo queimado de forma grave e permaneceu internada desde o dia em que o incêndio atingiu a casa da família. No início da tarde, Dinair conversou com a RICTV Curitiba | Record PR e explicou que o estado de saúde da filha sofreu um agravamento no sábado (16). “De sábado para cá, ela fez um banho terapêutico e eu pensei que ia melhorar. Até que melhorou um pouco. Mas, daí, ela começou a inchar o rosto, sabe. Inchou bastante. Hoje ela amanheceu com dificuldade para respirar, está bem agitada. Ela dá com os pés na parede, ela não está aceitando aquelas máscaras [de oxigênio]. Ela fala que ela não aguenta mais e fala a todo momento que ela não fez nada porque que tentaram matar ela”, contou a mãe.

Entenda o caso

No dia do incêndio, a jovem, mesmo com o corpo em chamas, voltou para buscar o irmão de quatro anos. Em uma entrevista à RICTV Curitiba | Record PR, concedida no dia 1º de fevereiro, ela contou como tudo aconteceu.“Quando eu vi, o meu pai começou a gritar ‘a casa pegou fogo’. Daí, todo mundo saiu correndo para fora e eu também saí correndo. Só que eu já ‘tava’ mais queimada porque o fogo começou no meu quarto. Aí, eu peguei e senti falta dele, daí eu voltei correndo e peguei ele”. A menina ainda conta que encontrou a criança apavorada e encolhida atrás do fogão. “Eu não me arrependo. Eu faria tudo de novo”, afirmou com convicção.  

Estado grave

Segundo Dinair, o fogo queimou a filha de tal forma, que ela não reconheceu a menina quando entrou na  Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). “Quando eu cheguei ali na UTI, que eu vi aquela moça com o rosto todo preto, preto, preto, e cabeça muito inchada, eu pensei ‘Meu Deus, o tanto que essa mulher se queimou’, explicou na ocasião.

E menina precisou permanecer na UTI por 15 dias e, por duas vezes, teve um agravamento em seu estado de saúde para só então começar a melhorar e ser transferida para um quarto da instituição de saúde.

Suspeita de incêndio criminoso

A casa da família ficou completamente destruída, no entanto, em meio aos escombros, a polícia encontrou um coquetel motolov - um tipo de bomba incendiária de fabricação caseira.

Jaqueline afirmou que enquanto dormia, teria por um momento acordado e visto alguém abrindo a janela de seu quarto. “Eu notei que era um homem. E eu tenho certeza que foi um incêndio criminoso e eu quero justiça porque eu to sofrendo muito, a minha família e a minha mãe, todo mundo. Tudo o que eu tô passando, eu não merecia”. Contudo, em nenhum momento, ela diz estar arrependida.“Sabe que eu agradeço a Deus por eu ter sido queimada. Porque eu sendo queimada, ele não morreu. Foi Deus que lembrou, né. Porque num incêndio quem vai lembrar de alguém. Você lembra só da sua vida”, declarou sobre o sacrifício que fez pelo irmão menor.

O caso é investigado pela Polícia Civil de Colombo. 

Com informações de https://pr.ricmais.com.br/

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