Setor de transporte cresce 137% no Paraná

A industrialização e a produção agropecuária impulsionaram o setor do transporte nos últimos anos no Paraná, elevando sua posição no ranking nacional, assumindo o posto de segundo maior do país no quesito faturamento. O setor mais do que dobrou em cinco anos ao passar de uma receita bruta de uma receita bruta de R$ 11,4 bilhões em 2010 para R$ 27,1 bilhões em 2015, em alta de 137%. O crescimento foi exatamente o dobro da média nacional, de 68% no mesmo período, atingindo R$ 243,8 bilhões. Os dados são da recente Pesquisa Anual de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com a evolução, o Paraná superou Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. São Paulo, na primeira posição, gera receitas de R$ 73,6 bilhões (30,2% do total). Em participação, o Paraná passou de 7,9% do movimentado no País para 11,1%. “O setor de transporte rodoviário sempre foi tradicional no Paraná, por conta da movimentação agrícola, mas o processo de industrialização do Estado, incentivado pelo programa Paraná Competitivo nos últimos anos, também contribuiu para o desenvolvimento do setor”, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).

Marcos Battistella, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar), ressalta a evolução registrada até 2014, pelo aquecimento econômico e produção. “A partir de 2015, o transporte de cargas sentiu os efeitos da crise, sobretudo com a redução da demanda da indústria e da construção civil. O agronegócio, contudo, continuou a crescer”, disse. Para Battistella, o Paraná, com o crescimento do agronegócio e as novas indústrias, tem tudo para se firmar como um dos maiores mercados do setor no País.

De acordo com o IBGE, o setor gera mais de 160 mil empregos no Estado. Entre 2010 e 2015, mesmo com a recessão, o número de pessoas ocupadas teve aumento de 48,7%, passando de 108.623 para 161.538. Ponta Grossa é um dos municípios referência do estado no setor, com mais de 6 mil registros de carteira de trabalho relacionados ao segmento, devido ao grande número de empresas, além de um elevado número de caminhões registrados na cidade.

Competitividade

Em 2017, o transporte rodoviário continua a crescer. Impulsionados pela boa safra agrícola, serviços de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios tiveram alta de 12,8% de janeiro a julho na comparação com mesmo período do ano passado, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE. Suzuki Júnior, do Ipardes, comenta que o setor funciona como uma espécie de “termômetro” da economia. Se a economia vai bem, a movimentação de cargas e produtos pelas rodovias - da indústria aos pontos de venda - aumenta.