Jaguariaíva cancela festa de aniversário devido à taxação dos EUA

A Prefeitura Municipal de Jaguariaíva anunciou, no fim da tarde dessa segunda-feira (11), o cancelamento da festa comemorativa dos 202 anos do Município, que seria realizada em 15 de setembro. O Poder Executivo alega que a decisão foi tomada em razão das taxações impostas pelos Estados Unidos. O comunicado foi divulgado nas redes sociais da administração municipal - veja abaixo.

Conforme a nota, o cancelamento da festa se deu “devido ao reflexo direto da recente taxação do governo americano sobre mercadorias brasileiras, mais especificamente no setor madeireiro, base da nossa economia, afetando diretamente a renda, o emprego e a indústria local”, explica o comunicado realizado pela Prefeitura.

A programação, que ocorreria em 15 de setembro, previa rodeio, shows com artistas de renome nacional e grande estrutura. “A prioridade, neste momento, é adotar ações voltadas ao apoio dos setores produtivos e à proteção da economia local”, diz a nota. Apesar do cancelamento dessas festividades, o Poder Executivo reforça que algumas programações não deixarão de acontecer.

“Voltada ao entretenimento da população e à valorização dos atos cívicos, preservando o espírito de união e orgulho que marca a nossa história”. Por fim, a Prefeitura agradece “a compreensão de todos” e reforça “nosso compromisso com a gestão responsável dos recursos públicos e o cuidado com a nossa população”, finaliza o documento.

TAXAÇÃO - Em 6 de agosto, entrou em vigor a taxação do governo americano sobre alguns produtos brasileiros. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, justificou a ordem Executiva por uma “emergência nacional” em razão das políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias” do governo brasileiro. Segundo ele, essas iniciativas prejudicam empresas norte-americanas.

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MADEIRA - Entre os produtos que deverão ser afetados pelas taxações está a madeira. Em 2024, os exportadores do produto comercializaram cerca de US$ 1,6 bilhão do mercado americano. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), o volume representa uma dependência dos EUA de uma média de 50% da produção nacional.

Alguns efeitos sobre os madeireiros já foram sentidos no último mês, com empresas “sendo obrigadas a optar por férias coletivas forçadas, na tentativa de ganhar tempo e preservar empregos, enquanto outras estão planejando desligamentos”, explica a Abimci. A BrasPine, por exemplo, localizada em Jaguariaíva, foi uma das empresas prejudicas.

Em julho, ela comunicou a adoção de férias coletivas para parte de seus funcionários. Aproximadamente 700, dos 2,5 mil trabalhadores, foram afetados na época. A empresa citou um “cenário desafiador” para justificar a suspensão temporária das atividades - relembre os detalhes acessando aqui. Outras empresas da região, como a Depinus Indústria (Curiúva) e a Sudati (Telêmaco Borba), também foram afetadas.