Arrecadação cresce 23,5% e atinge R$ 1,66 bi na região

Valor recorde acumulado no primeiro trimestre de 2022 é 47% superior em relação ao período pré-pandemia

A arrecadação de tributos federais em março foi recorde para o mês na região abrangida pela delegacia regional da Receita Federal em Ponta Grossa. O valor recolhido nos 31 dias superou, pela primeira vez, a marca de meio bilhão, e atingiu R$ 514,4 milhões. Nos três primeiros meses, o valor arrecadado em 2022 foi o maior já registrado para os respectivos meses, fazendo com que a arrecadação no trimestre alcançasse a marca de R$ 1,66 bilhão, também recorde para o período. 

Ao comparar o valor de março com o do ano passado, que foi de R$ 415 milhões, a alta foi de quase R$ 100 milhões, número que representa uma alta nominal de 23,95%, e real, já descontada a inflação do período (11,30%, de acordo com o IPVA), de 11,4% nos valores arrecadados. No acumulado do ano, o valor é bem próximo: 23,54% nominais, o que representa uma alta real também na casa dos dois dígitos. Na comparação do primeiro trimestre de 2022 com o período antes da pandemia, 2019, quando o valor recolhido foi de R$ 1,12 bilhão, o aumento nominal na arrecadação alcança os 47,31%. 

O delegado regional da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa, Demetrius Soares, afirma que o resultado de março não surpreendeu, por conta dessa mesma média de crescimento já ter sido observada nos dois primeiros meses do ano. Além do mais, segundo ele, nenhuma arrecadação extraordinária foi observada no período. “Não houve nenhuma atipicidade na arrecadação neste mês. Quando se observa o relatório da arrecadação, vemos que o comportamento da arrecadação de Ponta Grossa segue a tendência das outras delegacias paranaenses”, afirmou. 

Contudo, a arrecadação regional ficou acima da média nacional, que apresentou um crescimento real de 6,92% em março, alcançando R$ 164,15 bilhões. Isso significa que a região apresentou um crescimento da economia acima da média do Brasil em abril. “Esse crescimento decorre mesmo do desempenho da atividade econômica em alta na nossa região. Tradicionalmente temos alguns setores que se destacam, como o de transporte, papel e celulose, e o comércio atacadista e varejista, que são os carros-chefes da arrecadação na região”, concluiu Soares, que lembrou que parte desses impostos, especialmente o Imposto de Renda como um todo e o IPI, retornam aos municípios, em um percentual, pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Produção industrial está em alta

Entre os tributos, o que mais apresentou crescimento no primeiro trimestre deste ano foi o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Enquanto que entre janeiro e março de 2021 o montante alcançou R$ 79,1 milhões, neste ano o valor atingiu R$ 124,05 milhões, em incremento de 56,66%. “O IPI reflete a industrialização da nossa região, porque o imposto é cobrado na saída dos estabelecimentos industriais. E isso reflete a atividade industrial da nossa região” disse Soares, reforçando que esse crescimento refletiu um aumento na produtividade das indústrias da região.